Paulo Rosenbaum

~ Escritor e Médico

Paulo Rosenbaum

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Eternidade do Instante (blog Estadão)

17 sábado out 2015

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A Verdade Lançada ao Solo, abandono das ideologias, aculturamento, big bang, constância e descontinuidade, estar aqui, eternidade do instante, fração do tempo, imanente, já, neutrinos, o que é o tempo?, singularidade

Eternidade do instante

Paulo Rosenbaum

16 outubro 2015 | 18:35

InstanteXXXXX

Você pode não querer falar no assunto, entrar em negação, debruçar-se sobre o tema ou bloquear quem insiste, mas o fenômeno persiste: só temos a eternidade do instante. Num mundo de passagem para que insistir no conforto das coisas que permanecem? Se ao menos a arte de construir agendas fosse outra. Reparem, não há, nunca houve, nada sólido. Não me refiro ao materialismo, que dura e é solenemente subestimado pelos cultores de soluções políticas mágicas. Ou alguém viu algum inveterado anti capitalista atacar o culto à matéria? As criações mentais dos homens são precárias. Tão frágeis que a história chega a perder o rumo. E bem na nossa frente, não se dão conta da não linearidade do momento. Sim, há um sentido para a história. Imediato, imanente e presente. Fantasie momento como uma espécie de neutrino extraviado. Uma unidade dispersa. Uma partícula que pode ou não se soltar do resto. Efemérides elásticas. Um vestígio que rompe com o antes, e logo se desfaz do depois. Por isso, o agora é único e premente. E, ao contrário da nostalgia, da memória que evoca, e do que foi nossas cansativas colaborações do que é o tempo, o agora é nossa chance de vida provável. Uma chance. Enquanto procrastinadores e antecipados estão condenados a perder, nós viemos para estar. E, se a política é a grande efeméride, deve ser desconstruida a cada letra, a cada segundo. Ela não manda, nem comanda, e não importa o que o se diga, não deve colonizar a existência. Toda fração de tempo merece ser vivida sem que ela determine tudo. Viver por ela é perder a ficção, que, ao mesmo tempo, é a realidade. Os hiper racionalizadores que nos perdoem, mas ainda temos algum chão antes de abrir mão da fantasia. Por isso mesmo o instante é a revelação, a singularidade, a faísca do big bang. É uma expansão sem moldura. Que se negue a constância, desminta-se a rotina. Erga-se o tijolo da descontinuidade. Que o barro seque nos grãos da ampulheta. Numa erosão lancinante, o engano perdura duplo: passado e posteridade. Imaginem universos constituídos por “jás”. Imaginem percursos sequenciais que apagam pegadas. Sem negação ou oposição à eternidade, é que seu tempo não pode ser comandado pela liberdade. Porque dessa eternidade somos súditos passivos, inoperantes, resignados. O mundo da ação exige originalidade e atualização das invenções. Imaginem toda pauta reconstituída com atualidade. Imaginem-se na aventura inaugural do homem. Conceba uma política de esvaziamento. Sonhe com a alienação programada. Abandono das ideologias, conceitos, da toda vida baseada em rastros. Imaginem a vida liberta das arqueologias, das ameaças, dos rumores inquietantes, das promessas invasivas, da democracia aprendiz. Se fôssemos mais homens e mulheres do presente, desprezaríamos ao mesmo tempo o pó, o passado e o futuro. Para quem só consegue enxergar hedonismo será preciso reconfirmar: todo prazer pode estar no viver aqui, já.

Tags: abandono das ideologias, big bang, blog conto de noticia, constância e descontinuidade, estar aqui, eternidade do instante, fração do tempo, imanente, instante, já, materialismo, neutrinos, o que é o tempo?, singularidade

http://brasil.estadao.com.br/blogs/conto-de-noticia/eternidade-do-instante/

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Não reprisem Barbáries (Blog Estadão)

06 sábado jun 2015

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: antissemitismo, A Verdade Lançada ao Solo, Israel, Judeofobia, Leis raciais de Nuremberg, não reprisem barbáries, Universidade Federal de Santa Catarina, xenofobia

Não reprisem barbáries

Paulo Rosenbaum

05 junho 2015 | 13:20

barbariesantamariaXX

Merece ser lida com indignação a orientação contida no Memorando/Circular de número 02/2015, datado de 15 de maio de 2015 redigida pelo Reitor substituto da Universidade Federal de Santa Maria (RS) José Fernando Schlosser.  Junto com o documento que o antecede e assinado por três mãos, ele pede para ser informado da presença de discentes e/ou docentes israelenses no programa de pós graduação. Diz estar atendendo várias entidades representadas pelo “Comitê Santamarienense de Solidariedade ao Povo Palestino”.

Schlosser se perfila lado a lado aos mais rematados antissemitas da história, singularizando pessoas por sua origem. O ancestral ódio judeofóbico se instaura oficialmente em nossas faculdades pelas mãos deste indivíduo que, assim, em nome de minorias, supostamente, prejudicadas, advoga a xenofobia e toma a nuvem por Juno. Um real representante do universo acadêmico deveria defender as liberdades individuais e proteger seus pupilos em todas as circunstâncias, jamais promover segregação.

É evidente que seria preferível evitar concentrar a polêmica sobre um só nome. Porém foi pelas mãos do magnificentíssimo substituto que o manifesto federal mais recente na história de nossas instituições de ensino, abertamente judeofóbico, veio a público.

Claro que, mais uma vez, utiliza-se do desgastado álibi universal que pensa poder contornar o antissemitismo com a troca mágica de uma palavra por outra. O uso de “israelense” no lugar de “judeu” tem se tornado a marca de uma prática falsificadora na linguagem contemporânea. Se largamente usada, ainda é pouquíssimo denunciada, e menos ainda, acatada como o que realmente é: uma manobra semântica de disfarce para o preconceito judeofóbico.

Na verdade, por outros motivos e em contingencias históricas distintas, lembra uma das primeiras leis promulgadas em abril de 1933, que restringia o número e a atividade dos judeus em escolas e universidades alemãs. Como se sabe, a isso se seguiu a cassação, destituição e perseguição dos professores e alunos nas Universidades daquele País.

Um panfleto desta natureza seria compreensível como desculpa para iletrados e incultos, porém não deveria valer para quem chegou a conquistar qualquer título acadêmico como diz possuir o autor do referido libelo.

Parece ridículo, mas é necessário explicitar que solidariedade nenhuma, seja ao povo palestino, sírio, iraquiano ou ucraniano, justifica hostilizar, constranger, boicotar ou segregar povo de qualquer País, religião ou etnia. Oxalá que o reitor substituto estivesse isolado no protagonismo para reeditar perseguições que pensávamos superadas. Assim como os nazistas precisavam queimar livros para destruir o passado, a reflexão e o pensamento crítico, intelectuais e uma considerável quantidade de pessoas imagina que frente ao injusto, o ato de silenciar pode aceitar a classificação de neutralidade. O silencio tem uma carreira conhecida: se transforma em conivência, e, em rápida metamorfose, migrar para apoio tácito, é mera formalidade.

Para nossa perplexidade, há mais gente, supostamente esclarecida, que endossa essa discriminação. O que recentemente se ouviu de professores universitários é digno de perfilar entre as causas indefensáveis. O apoio à discriminação étnica macula muito mais do que a honra individual destes docentes, desabona a honestidade intelectual, último patrimônio do pensar. Ao acusar Israel de praticar um regime de apartheid e espalhar notícias deste tipo em redes sociais e em aulas magistrais estas caluniam um País e difamam um povo. Se demonizar um povo não é mais crime, o que seria?

É preciso reconhecer que essa versatilidade com as palavras obedeceu longo processo de amadurecimento. Entre nós, floresceu sob décadas de pregação de intolerância do lulopetismo, insuflada nos fóruns sociais da esquerda retrógrada — a direita truculenta, já suficientemente conhecida, não merece menção — que oportunamente eclipsa valores humanos fundamentais para defender causas. Em geral, uma ideologia, palavra de ordem ou fé sectária, que não podem ser contrariadas, não importa a aberração política que  impliquem.

Cria-se um ambiente no qual xenófobos, racistas e antissemitas ficam autorizados a escapar do armário e pregar suas diatribes. Para quem acha que tudo isso não passa de fantasia, basta lembrar do clima na franca e empolgante campanha de demonização de Israel na última guerra contra a milícia extremista Hamas.

Num mundo com superavit de paradoxos, alguém deveria ficar chocado com mais esta demonstração de decadência de nossas Universidades? Se não fossem por todos os outros motivos, pela infâmia. Para o que exatamente o Zoilo deseja ser informado de cidadãos israelenses do corpo discente e docente nas dependências da Universidade? A finalidade é clara ainda que inconfessável: expandir a propaganda de constrangimento. As guerras migram às propagandas, não é novidade. O fato novo aqui é a produção de um documento oficial que autoincrimina o professor pelo delito de racismo.

Se proibíssemos um habitante do País Z de vir e se quiséssemos impor sanções contra este sujeito em tempos de paz, teríamos que explicitar os motivos e fulanizar a escolha:  “Aquele sujeito prega intolerância”. “Este outro, defende a litigância entre povos”. “Este é um terrorista perigoso”.  Neste caso, vários de nossos políticos teriam que ser barrados ou banidos do ambiente acadêmico. Mas não se trata disso. Em seu ofício, o reitor e seus apoiadores suspeitam de qualquer habitante de Israel. Isto significa que todos eles merecem ser boicotados por serem israelenses ou judeus, o que, no fim e ao cabo, dá no mesmo e pouco importa. E o que dizer dos árabe-israelenses, drusos israelenses, cristãos israelenses, agnósticos e outras minorias fora do catálogo?

Considerando tudo, o inaceitável mesmo é o silencio da maioria. O silencio dos culpados significa a conivência maciça com uma segregação anunciada. Significa que estamos em terreno aberto e respaldado para a prática de arbitrariedades e generalizações inaceitáveis. Por que não realçar a paz e instigar o diálogo no lugar de bani-lo? Que tal um realce na inclusão? Que tal discutir o discutível e capinar a intolerância? Para aqueles que acham exagero o barulho que se faz em torno deste memorando, recomenda-se examinar melhor a história. Especialmente ênfase no estudo de períodos nos quais aparecem os primeiros indícios de legislação intolerante e discriminatória. Antes que nos submetamos à sua repetição é preciso começar a enxergar para além de uma historiografia superficial e baseada em boataria.

É nossa chance de prevenir a barbárie. Ou reprisa-la.

Escrito em coautoria com Floriano Pesaro

Tags: antissemitismo, apartheid, boicote, Gil e realce, Israel, judeofobia, judeofobia e antiisraelense, Leis raciais de Nuremberg, palestina, povo iraquiano, povo sírio, povo ucraniano, Show em Tel Aviv, Universidade Federal de Santa Maria, xenofobia

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Pequenas belezas (blog Estadão)

30 sábado maio 2015

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A Verdade Lançada ao Solo, conto de notícia, pequenas belezas, poesia

Pequenas belezas

29 maio 2015 | 10:33

belezaxxx

Era só mais um dia fosco, no outono apagado

e tua vida não podia mais ser medida,

nem dimensionada, contida ou revelada,

mistura de cabelo e cenário,

de volume e norma

de constância e forma

tua simetria me sondava à revelia

na pequena beleza que se dissipa,

um perfil que, misterioso, despista

toda curiosidade e assume, num anjo obliquo

meu oficio:

contemplar sem a pretensão de te retratar

e no fim, te perder e me desviar, o método de amar.

hhttp://brasil.estadao.com.br/blogs/conto-de-noticia/pequenas-belezas/

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Eduquem-se rapazes! (blog Estadão)

27 quarta-feira maio 2015

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A Verdade Lançada ao Solo, conto de notícia, educar e doutrinar, eduquem-se rapazes, maieutica, Socrates

Eduquem-se rapazes!

educacaodemassasx

Paulo Rosenbaum

27 maio 2015 | 14:58

– Então era só isso? Era esse o diagnóstico? A nova direita precisa se educar? Mas e quanto à velha esquerda, os patronos de sempre, o sistema político que não se recicla?

– Querido, você não compreendeu. Há tradição política tanto numa quanto noutra. Falo desta molecada que está perturbando, não entendem nada de política. Saem às ruas para tumultuar. Você observou que eles não tem uma liderança?

– Espere um pouco. Molecada? Quem são esses moleques?

– Esta rapaziada de classe média que marcha e fala bobagem, que querem fazer tudo na marra, sem negociação. Eles não têm estofo.

– Na marra? Sem negociação com a sociedade? Mas quem faz isso é o atual governo. Está falando do atual governo?

– Uff. Não, filho, falo destes manifestantes, bando de conservadores reacionários. Gente sem noção, subvers…deixa para lá.

– Eu fui na manifestação. Vi gente falando bobagens, mas a maioria pedia mudanças. Todas as classes estavam lá. Não era para, antes de tudo, analisar o fenômeno? Pois dois milhões expressaram seu descontentamento e sua desilusão. O partido exagerou, ou o senhor discorda?

(o professor virou de lado, com a boca reclinada, a língua empurrando o palato)

– Já vivi muito e tenho experiência para dizer que eles não sabem o que fazem. Depois que tudo isso passar, vão ver quem tinha razão. Só há uma verdade, nos últimos 13 anos vivemos uma revolução neste País, como nunca antes. Quem não percebe isso não merece ser ouvido. Os desvios fazem parte do processo. Vou além, quem não está gostando que caia fora. Ouvi dizer que Miami está com tarifas promocionais. Podemos seguir com a aula? Onde estávamos mesmo?

(o aluno levanta)

– Vamos ser doutrinados ou educados? O senhor não disse que a democracia é um jogo? Um jogo de forças, onde a luta justa era por oportunidades iguais? Sua aula é contraditória com sua postura pessoal. Vou ser honesto: não é a primeira vez que eu me sinto oprimido por ter uma opinião diferente da sua. E tem mais estudantes que se sentem assim. Desculpe a ousadia, mas o senhor extrapolou sua função. Se valorizo seu conhecimento, isso não significa que aceito ser persuadido por suas certezas. Como todo mundo aqui, vim para aprender, não ser doutrinado por suas convicções.

– Melhor se sentar e calar essa boca, rapaz.

– Por que?

– Vou chamar os seguranças.

– Isso é ser intelectual progressista? É isso uma democracia?

– Na minha sala mando eu.

– Estamos numa discussão acadêmica? Sua primeira aula foi sobre maiêutica, lembra? Sócrates e o método de indução de perguntas para desenvolver o raciocínio crítico?

– Não eram bem essas as perguntas. Saia da minha aula, agora! O senhor está expulso da discussão acadêmica.

– Esse foi o melhor aprendizado empírico que já tive sobre liberdade de expressão e respeito à diversidade de pensamento. Grato mestre.

(vaias e aplausos)

(aluno senta-se e lentamente começa a recolher seu material)

O professor sai da sala e grita do corredor:

– Seguranças, seguranças!!

http://brasil.estadao.com.br/blogs/conto-de-noticia/eduquem-se-rapazes/

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Terrorismo à revelia (blog Estadão)

29 domingo mar 2015

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A Verdade Lançada ao Solo, co piloto Lufthansa, terrorismo à revelia

Terrorismo à revelia

Paulo Rosenbaum

29 março 2015 | 12:49

rostoIIjpg

Andreas, o que foi que você fez? Que rosto é esse? Quem foram seus médicos? Alguém cuidou? O que lhe falaram? Quais drogas lhe prescreveram? Uma daquelas que borram os contornos da realidade? Quem foram seus interlocutores? Entrar para a história! Com qual perfil? Crises existenciais? Todos nós, todo bendito dia. Bilhões de ciclotímicos, bipolares e borderlines escaparam das fronteiras da psiquiatria. É que não são mais semanas em cada estágio. Podemos mudar a cada minuto. As moléstias recusam inércia e se readaptam. Acompanham os tempos. Passamos de um polo a outro sem a menor cerimônia. Na velocidade das redes. No 4G.  Fama ou desgraça encontram-se ao alcance de qualquer digitador hábil.

É compreensível que a celeridade das oscilações acompanhem a era. A dúvida poderia nos salvar, improvável por nossa retrospectiva. É que não costumamos dar crédito para oportunidades. Já lemos isso antes: “mal estar na civilização”. O que deveríamos ter aprendido? Não eleger alvos randomicamente. É inaceitável que o mal – esqueça rótulos e reduções caricatas — tenha assumido existência autônoma. Ou a autodeterminação de alguém pode coincidir com a eliminação da nossa?

José Ortega y Gasset escreveu: a vida é puro acontecimento. E nós, quem somos? Uma família humana com suas tradições, insígnias e símbolos? Oráculos de lutos antecipados? Espaços destinados aos vínculos provisórios? Somos agregados ou participamos da essência? Qual sua família e qual a minha? Não respiramos juntos e fundo? Não nos conhecemos ao mesmo tempo? Não percorremos trajetórias análogas? O que esperar de uma sociedade cada vez menos compassiva e sem poder de agregação? Lobos solitários ou alcateias dispersas? Vivemos dias obscuros, mas não inéditos. Nas palavras cada vez mais ásperas, a audição foi ficando surda. Nem as vozes que imploram, importam.

Você não abriu a porta. Só sua respiração refratária estava audível. Você saiu da vida e entrou para a história. Temos suicidas com jurisprudência análoga. Se qualquer biografia pode ser interpretada de muitos modos, na sua, só uma coisa parece certa: façanha sem significado.

Sempre achei que determinação peremptória, convicções e certezas absolutas cheiravam abismo. Vacilar e duvidar transformaram-se em valores párias. Rebaixados da virtude à vicissitude. A perplexidade deveria ter gerado ao menos um consenso: mesmo o idiota mais resoluto precisa aprender recusar projetos estúpidos. Enfim turvamos a fronteira entre terrorismo à revelia e terrorismo explicito. E por falar nisso, em meio à guerra civil subnotificada, epidemia de homicidas e cooptação de pessoas para atividades genocidas o que o Congresso Nacional espera para formatar uma legislação sobre o tema? O direito à vida não deveria preceder qualquer outro assunto? Mais uma vez ultrapassamos o anacronismo, estacionamos à beira do ridículo.

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De @bengurion para @bibi (Blog Estadão)

26 segunda-feira jan 2015

Posted by Paulo Rosenbaum in Artigos, Imprensa, Na Mídia

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A Verdade Lançada ao Solo, anti israelenses, antijudaismo, bibi, David Ben Gurion, inimigos públicos da humanidade, IPH, Marcha de Paris

26 janeiro 2015 | 14:07

debengurion

Bibi, na santa paz na qual me encontro hoje fui chamado às pressas. Amigo, esqueça memorandos e encare esta comunicação como um telegrama urgente. Não houve escolha: por aqui, quando te sacodem de madrugada, é como ser convocado. Enquanto era balançado me explicavam, amanhã faz 70 anos que as tropas russas libertaram o campo de extermínio de Auschwitz.

Vim mais para ouvir, mas se você abrir uma exceção, uns conselhos. Nossa extraordinária desvantagem na mídia não pode servir como desculpa. Não, não, nisso estamos de acordo, as críticas mais benevolentes, da esquerda à direita, amiúde mostram pouca, vale dizer, simpatia por Israel. São vícios do discurso. Não compreendo também, há algo de irracional, inexplicável, atávico e insondável. Até já perguntei para a chefia, mas parece que o assunto é altamente classificado. Vai entender. Mesmo assim, há sempre aquela parcela que merece um “por que?” A direita sempre foi o que foi. Por que essa cara? Não tem nada de indireta. Falo como um velho socialista olhando nos teus olhos. Não é provocação. Aliás, como esses pensadores esperam credibilidade se militam no lugar de manter o foco na análise? Você acha que é a propaganda? É possível. Comentava com os companheiros de nuvem, nunca, nem na época mais fértil da minha imaginação, poderia conceber o retorno de um clima tão hostil contra minorias. O mal que considerávamos superado foi reativado, separatismo, intolerância e xenofobias. Desta altura, terrorismo parece um termo desgastado, mudem para inimigos públicos da humanidade. Na sigla ficaria IPH.

A Europa não aprende? Os algozes se reciclam? Se o nazismo tem uma nova cara é preciso arrancar sua máscara. A liberdade de existir não deve preceder a de expressão? É claro que com o volume de agregados antissemitas e anti-israelenses tenho dificuldade em enxergar a distinção entre uns e outros. De acordo, é só ver o que acaba de acontecer na capital Argentina. Vergonhoso, mas auto evidente. Ao fim e ao cabo, dá no mesmo. Se estou fechado com sua posição? Confesso que oscilo, concordo e discordo de sua condução política.

É claro que vejo o risco e compreendo a agitação. Ninguém por aqui quer que Auschwitz e as outras fábricas de extermínio sejam só símbolos da tragédia. E garanto, nem aqui nem ai vamos esquecer o que aconteceu. Nunca. Mas é que vendo da perspectiva que tenho hoje, o mundo mal começou. Prefiro que o Shoah se transforme em espírito de recuperação para toda a humanidade. Lembra-se? Nenhuma palavra será a última, muito menos o principio de todas as outras. Dialética é assim mesmo, mas quem entende? Pois deveriam, imagine uma civilização com o espírito talmúdico?

Não deboche deste antigo batalhador. Temos defeitos como insistem em apontar, mas que tal fazer valer nossas virtudes? A principal delas, subvalorizada. Ou você conhece alguém com nossa capacidade de superação? Fica até chato, mas qual povo duvida tanto de tudo? Nós, que superamos o conceito de blasfêmia e heresia, escolhemos o bom humor. Há outro nome para questionar o universo e arguir até a palavra divina? Não ficamos tentando achar novos sentidos para cada palavra? Pode ser irritante, mas cada povo com suas idiossincrasias. Com elas é que fomos nos tornando mais tolerantes. O que torna um País único não são decretos ou exigências formais, mas capacidade de conversar. Você está enganado. Não sou nenhum ingênuo colega. Sei que fanáticos não tem conserto, mas que tal prevenir conversões em massa?

Nem perguntei, ainda há tempo? Sei que está trabalhando no discurso para o Congresso.

Mais um minuto, bem conciso. Falo do status quo do nosso povo em nossa terra, mas falo principalmente do mundo atormentado em que vocês vivem. Você só quer o bem do povo? É o que todos dizem. Mas e se não for suficiente? Você enxerga a situação como um todo? Sabe desarmar os espíritos? É só isso que interessa. Não, não quero saber de chips, nem das últimas tecnologias da defesa. Certo, certo, abaixo do equador fale como revertemos a crise hídrica usando o mar. Escute mais uns segundos. Não, não falo dos profetas hebreus, nem de religião, falo de cultura e de homens de Estado. Gente palpável no agora. Quantos pensaram estar mudando o mundo? Mas cá de longe dá para ver, a maioria só administrou um status quo indesejável. Quanto desperdício de biografia. Há muita gente interessada em entornar o caldo. Não sabe o que é isso? Você?

É evidente que todos aqui apreciamos e achamos mais do que justa sua participação na marcha de Paris, mas permite? Aqueles acenos do pessoal da linha de frente pegou mal: não cabe aclamação no luto. Agora posso dizer o panorama que vejo ? O caráter judaico da terra não pode, não deve, ser dado por decreto. O que? Não, não, [riso rouco] nem sonho mais com paz. Minha fantasia recorrente é convívio tenso, mas justo. No estilo do pedido de Amós. Não, não o profeta, o escritor. Dois Estados, lado a lado, sem falsas identidades. Paciência eu tenho de sobra. A chefia reclama todos os dias “quando vão perceber que o oxigênio vêm da atmosfera comum?” Já que ninguém vai mesmo sair dai, que tal tomarmos a iniciativa e estabelecer as condições para que cada um ocupe seu lugar. Sim, ao sol. Nunca ninguém conquistou corações e mentes com chumbo.

Dia desses, no meio da rodinha enquanto jogava xadrez com Isahiah Berlin, cometi mais um daqueles aforismos: a melhor defesa é o ataque, diplomático.

Minha estima e votos de sucesso,

Shalom,

David

http://brasil.estadao.com.br/blogs/conto-de-noticia/de-bengurion-para-bibi/

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A arte de truncar diálogos

03 sábado maio 2014

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A Verdade Lançada ao Solo, autocracia, hegemonia e monopólio do poder, impunidade, liberdade, manipulação, significado de justiça, violencia

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Jornal do Brasil

Sábado, 3 de Maio de 2014

Coisas da Política

Hoje às 06h00

A arte de truncar diálogos

Paulo Rosenbaum  –  médico e escritor

Mais uma vez  a cultura do escândalo no país das acusações. Todos na retranca. Acusa-se governo, oposição, e as elites. Há muita gente atrasada, mas elas estão distribuídas em todas as classes sociais.  E o desperdício de energia só para saber se a CPI seria exclusiva da Petrobras? Enquanto tudo merece apuração, o que se vê são mais cortinas de fumaça. Parece que o jogo político vem se tornando completamente autorreferente. Sinal grave num país que tem urgências e contas improrrogáveis para acertar.

Nas ruas tardoanarquistas, piromaníacos revanchistas, guerrilhas saudosistas. Não estão, nunca estiveram propensos à disposição dialógica. Estão confortáveis com a simplificação: “bons e maus”.  Mas é claro: reforma política à la carte. Todos surdos para a sociedade berrando: chega! Ninguém mais pode levar a sério a língua solta, a fanfarronice, o gogó demagógico, o surto ideológico., o oportunismo marketológico. O culto à personalidade gera pelo menos um efeito colateral: figuras que se recusam a encarar que seu ciclo e tempo findaram. Talvez isso explique o desespero, o apelo à violência, o discurso hostil, o empirismo tosco.

Precisamos nos livrar da dívida permanente, aquela que  mantém pessoas reféns do Estado. A democracia foi projetada exatamente para que as pessoas se emancipem e não sejam subjugadas pelo poder abusivo. O Estado de Direito funciona para que a maioria e as minorias convivam, e sejam mutuamente protegidas. Vivemos em plena inversão: Estado mínimo nos interesses máximos, Estado máximo nas prioridades fúteis.

A ridícula polarização entre direita e esquerda é uma forma de não encarar os verdadeiros desafios da cidadania. Dividir a política entre conservadores e revolucionários é uma forma de condenar à invisibilidade todas as categorias intermediárias.

Para avaliar gente que quer os cargos políticos, dois critérios contam: criatividade e capacidade para apresentar soluções. A eleição bem que poderia decretar extintos autocratas e carismáticos persuasivos. Aquela turma que costuma eleger-se e aos seus protegidos, sem o menor tino prático para conduzir a administração.

A inadimplência do Estado para com a sociedade não é financeira, é moral.

Ninguém duvida que a redução para o embate ideológico puro é manobra anestésica. Acaba beneficiando o mal feito, os acordos lesivos aos interesses públicos, a condução equivocada na escolhas das verdadeiras necessidades.

Uma jovem democracia pode se submeter a tantas pressões sociais sem que as instituições tenham encontrado o ponto de solidez e amadurecimento necessárias para isso? Miremos outros exemplos pelo mundo.

É necessário romper a linha que trunca o debate político para além da nostalgia revolucionária e da imaturidade reacionária.

A agenda do país agradece.

http://www.jb.com.br/coisas-da-politica/noticias/2014/05/03/a-arte-de-truncar-dialogos-2/

 

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Paulo Rosenbaum na Revista Hospitais do Brasil

29 quinta-feira ago 2013

Posted by Paulo Rosenbaum in Na Mídia

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A Verdade Lançada ao Solo, Angelina Jolie, artigo, assessoria, assessoria de imprensa, assessoria editorial, atriz, autor, autores, editora, editoras, Entretexto, entrevista, escritor, Folha da Região, Literatura, livros, masectomia, medico, obras, paulo rosenbaum

O médico e autor do livro, A verdade lançada ao solo, Paulo Rosenbaum fez um artigo sobre o programa “Mais Médicos” do Ministério da Saúde. E a versão online da revista publicou o artigo.

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Impossível, eu escuto teu nome

18 domingo ago 2013

Posted by Paulo Rosenbaum in Artigos

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A Verdade Lançada ao Solo, abarcar o céu com as mãos, acabar no céu a rotação dos astros, aspirações impossíveis, assar qualquer coisa no bico do dedo, Definições de impossível, extinguir-se no planeta o calor central, impossível: eu escuto teu nome, inabordável., inacesso, paulo rosenbaum, poesia impossível, querer ter o dom da ubiquidade, utopia

Nasa divulga imagens de planeta rosa

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Quando a realidade parece inapreensível, recorramos ao impossível.

Tomemos este, que é um dos seus mais significativos e sub explorados verbetes do dicionário.  Até o suposto defeito vira virtude na voz polissêmica dos glossários.

Deduzamos sozinhos examinando a rubrica “impossível”: áporo, sonho de louco, pedra filosofal, vôo de um boi, o irrealizável, não haver possibilidade de espécie alguma, querer sol na eira e chuva no nabal, prende la lune avec les dents, incendiar o Amazonas, meter o Rocio na betesga, tirar leite de um bode na peneira, carregar água num jacá,  abarcar o céu com as mãos, assar qualquer coisa no bico do dedo, extinguir-se no planeta o calor central, acabar no céu a rotação dos astros, querer ter o dom da ubiquidade, inacesso, inabordável.

O impossível só pode ser o que acabamos de realizar, o possível visto por alguém fora das nossas órbitas.

Em outras palavras, só o impossível é justo.

Sob o pó que sobe

Escuto teu nome

Sob o desvio das línguas

Sob a conjugação dos mares

Sob bloqueio das ondas

Eu escuto teu nome

Sob a marcha dos acorrentados

Sob exércitos vencidos

Sob a exaustão das setas

Eu escuto teu nome

Sob o plátano fixo

Sob a cadeia de choros

Sob o destino sem eixo

Eu escuto teu nome

Sob órbitas de passagem

Sob a miragem do término

Sob incêndio dos rios

Eu escuto teu nome

Sob o sol oceânico

Sob a divisão artificial

Sob a palafita abissal

Eu escuto teu nome

Sob a fome da África

Sob o gelo degradado

Sob o coro dos escravos

Eu escuto teu nome

http://blogs.estadao.com.br/conto-de-noticia

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Livros Publicados:

10 quarta-feira jul 2013

Posted by Paulo Rosenbaum in Livros publicados

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A Verdade Lançada ao Solo, Angelina Jolie, antijudaismo, antisemitismo, assessoria, democracia, Israel, judaísmo, justiça, Literatura, livros, política

ROSENBAUM, P. . Verdade Lançada ao Solo. Rio de Janeiro: Record, 2010. 588p.;  Saiba mais: Editora Record

ROSENBAUM, P. ; LAMA, L.  FRANCO, P. P. . O Nome do Cuidado – “Care among us”. São Paulo: Ateliê Editorial, 2009. v. . Saiba mais: Ateliê Editorial

ROSENBAUM, P. . Novíssima Medicina (ethos do Cuidado). 1. ed. São Paulo: Organon, 2008. v. 1. 224p . Saiba mais: Editora Organon

ROSENBAUM, P. . Entre Arte e ciência: Fundamentos Heremenêuticos da Medicina Homeopática. 1. ed. São Paulo: Hucitec, 2006. v. 1. 277p .

ROSENBAUM, P. . Homeopatia, Medicina sob medida. São Paulo: Publifolha, 2005. v. 01. 160p . Saiba mais: Publifolha

ROSENBAUM, P. . Medicina do Sujeito. Rio Janeiro: Luz Menescal, 2004. v. 01. 250p. Saiba mais: Organon

ROSENBAUM, P. (Org.) ; LUZ, M. T. (Org.) . Fundamentos de homeopatia para estudantes de medicina e de ciências da saúde . 1a. ed. São Paulo: Roca, 2002. v. 01. 462p .

ROSENBAUM, P. . Homeopatia:medicina interativa, história lógica da arte de cuidar. 1a. ed. Rio de Janeiro: Imago, 2000. v. 01. 194p . Saiba mais: Editora Imago

MURE, B. (Org.) ; ROSENBAUM, P. (Org.) . Patogenesia Brasileira. 1a. ed. São Paulo: Roca, 1999. v. 01. 410p .

ROSENBAUM, P. . Miasmas, saúde e enfermidade na prática clínica homeopática. 1a. ed. são Paulo: Roca, 1998. v. 01. 456p .

ROSENBAUM, P. . Perguntas e Respostas em Homeopatia. 2a. ed. São Paulo: Roca, 1996. v. 01. 140p .

ROSENBAUM, P. . Homeopatia e Vitalismo, um ensaio acerca da animação da vida. 1a. ed. São Paulo: Robe, 1996. v. 01. 205p .

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