Paulo Rosenbaum

~ Escritor e Médico

Paulo Rosenbaum

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Regresso à obscuridade (blog Estadão)

18 domingo set 2016

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a prisão, blog conto de noticia, democracia, hegemonia e monopólio do poder, justiça, quem criou zoilo?, zelar pela reputação

Brasil

ZELAR PELA Reputação

Regresso à obscuridade

Paulo Rosenbaum

18 Setembro 2016 | 00h21

Repitam conosco:  os crimes  justificam os meios. Os meios explicam os fins. A finalidade perdoa o desvio. O desvio reafirma o heroico. A farsa atende a meta. A justiça muda toda norma. A verdade nunca será deles. A justiça é para todos, os outros. Nossa moral é única. Nossa ética hors concours, portanto, louvem-na ou deixem-nos em paz.

A profusão de frases de efeito caracterizava a República do Slogan, recém destronada.  Destronada, mas ainda não erradicada. O poder que muda de mãos é insuficiente para defenestrar longas impregnações. Falta analisar o aspecto bizarro do triunfo quase absoluto da propaganda. A especulação de que as instituições funcionam perfeitamente não bate com a velocidade com que tudo se esclarece até sua ampla resolução. Ou desvanecimento. A lentidão sempre favoreceu o facínora. Mais do que isso, entroniza, reifica, legitima. Isso explica que mesmo depois de tudo, pequenas multidões ainda sigam a histeria do partido. A exposição do choro em rede sensibilizou plateias. No modelo de marketing ilimitado ganha-se na base da persuasão. O convencimento pela razão se perde no coração dos condoídos. Tudo é pleonasmo que se estende por simulação. Um sentimentalismo dissoluto enterra toda análise. É dentro deste proto teatro que passamos a inverter tudo. O que nós, habitantes da terra dos desvios, precisamos sentir? A consciência estaria dada fôssemos nós vigilantes. Mas não somos exatamente atentos. Nossa seletividade é enganadora. Tendo repudiado direita e esquerda eu também me pego desejando a prisão, o castigo impiedoso, o bota fora exemplar. O objeto do desejo coletivo hoje é indiciamento,  justiçamento, reparação e, se possível, que eles experimentem algo análogo ao que vivenciamos. Reduzimos todas as expectativas ao desejo de prisão. Vibramos com tornozeleiras. Mas, ao mesmo tempo, o sentimento reflui à pena. O indulto para quem sofre. Mesmo aos marginais da República damos chance ao arrependimento. E então tudo se deforma no festival de gradações e atenuantes. É o momento no qual homens, até há pouco considerados inteligentes, submetem-se ao crivo da adulação ideológica. Narram a irrealidade de consensos inexistentes. A história conhece o discurso político com traços psicóticos, assim como seu poder de contágio. A inusitada novidade é a sobrevivência política de gente que cultivou a terra arrasada. De Porto Alegre à Araraquara eles podem ganhar novas imunidades com os álibis do voto popular. Quem passa por momentos mais infelizes, nós todos ou eles? Esta contabilidade do mal feito nunca terá precisão científica. Claro que nem se aproximará do espetáculo da contabilidade criativa azeitada na manteiga, e no virado ao fundo de pensão. Nunca houve golpe agudo. O golpe é outro e é crônico. Foi dado faz tempo quando a democracia, pensando ser representativa, passou a gestar lideranças “naturais” em laboratórios universitários, nas hierarquias intelectuais e em moitas canônicas. Caudilho nenhum nasce feito. Precisa primeiro da bênção dos que o antecederam. Depois, a chancela do segundo escalão dos bem pensantes penitentes. Que vieram de vários partidos. Todos convencidos de que sabem redimir como ninguém o povo sofrido. Depois foi necessário faze-lo ganhar projeção por terra e mar. Pulverizar a memória da sociedade com o expurgo de uma culpa que já durava meio milênio. E, por último, distribui-la, a culpa, nas telas e folhas impressas. Florestas inteiras derrubadas em manchetes favoráveis dedicadas ao líder. Milagre econômico herdado de um prólogo de civilidade. Ao libertador dos oprimidos foi oferecido, na bandeja da redenção, o País inteiro. Por fim eleito, apoio maciço e aprovação ímpar ao ícone das idoneidades máximas. O campeão da probidade.  A tese prometia: um trabalhador nato libertar-nos-ia do trabalho. E não é que foi um êxito absoluto? Com a palavra os 12 milhões de felizardos. Portanto, não basta repetir o surrado “deu no que deu”. Ao Supremo líder da seita e a todos os arquitetos do plano que, com esforço ativo ou passivo, direta ou indiretamente,  nos legaram estes intermináveis dias, só podemos desejar que tenham um bom regresso à obscuridade.

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Não é porque (blog Estadão)

07 terça-feira jun 2016

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centralismo partidário, conto de notícia, decisões judiciais, democracia, hegemonia e monopólio do poder, justiça, não é porque, paulo rosenbaum, poesia, significado de justiça, utopia

Não é porque

Paulo Rosenbaum

07 junho 2016 | 12:19

Não é porque removemos o entulho que podemos aceitar tudo, não é porque fomos as ruas que nos submeteremos à qualquer faixa, não é porque o crime compensa que nos tornaremos cúmplices, não é porque o progressismo falhou que seremos adeptos do atraso, não é porque a vigilância está mais atenta que aceitaremos o Estado Policial, não é porque a contaminação é geral que a infecção é a mesma, não é porque estamos em casa que as ruas não podem reaparecer, não é porque quem deveria nos representar falha, que a representação faliu, não é porque estamos sem uma boia intacta que usaremos o penúltimo prego, não é porque eles tem foro privilegiado que a maioria merece injustiça, não é porque as indicações foram feitas que a contabilidade de favores pode persistir, não é porque o Poder nos insulta que precisamos recusar a governabilidade, não é porque eles são nacional-desenvolvimentistas que estão errados, não é porque persistem na seletividade dos alvos que aceitaremos tiro ao alvo, não é porque eles foram grampeados que todos nós recusaremos garantias de privacidade, não é porque elegemos heróis que nos cegaremos ao narcisismo, não é porque temos paciência que o inflamação não cresce, não é porque desejamos paz que abandonaremos os motins, não é porque empobrecemos que a dignidade passou a ser um luxo, não é porque perdemos a inocência que hostilizaremos a pureza, não é porque as prisões pululam que teremos equidade, não é porque estamos confusos que não reparamos nas cores, não é porque a corte é soberana que aceitaremos absolutismos, não é porque naturaliza-se a exceção que ela deixa de ser selvagem, não é porque falta civilidade que a cidadania está perdida, não é porque o outono se prolonga que o inverno será relapso, não é porque enxergamos a insanidade que perderemos a lucidez, não é porque estamos aflitos que cassarão nossa voz, não é porque a espiritualidade se desorganizou que submergiremos na matéria, não é porque tudo foi se concentrando que a distribuição será barrada, não é porque os bolsos da pessoa física não se encheram que usurpar o Estado deixou de ser hediondo, não é porque estamos quase paralisados que esgotamos a vitalidade, não é porque preferimos a tolerância que não seremos contundentes, não é porque quem obstaculiza a justiça é quem deveria promove-la que o delito prescreve, não é porque um timing se impôs que ele veio na hora certa, não é porque sou eu quem digo que todos os demais não possam sentir de forma semelhante, não é porque as crianças estão sem infância que nós temos o monopólio da maturidade, não é porque a anomia chegou que não precisamos de parâmetros, não é porque a justiça social se arrasta que ela não avança, não é porque a compassividade nos inunda que a parcialidade pode prevalecer, não é porque podemos entender as motivações dos perversos que eles devem ser tomados como vitimas, não é porque nossa passividade é ancestral que as paixões foram extintas.

E por que ainda estamos aqui, e não lá fora, para berrar não?

Não é porque

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O dever de desobedecer (Blog Estadão)

25 quinta-feira fev 2016

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blog conto de noticia, blog Rosenbaum Estadão, centralismo partidário, democracia, hegemonia e monopólio do poder, justiça, o dever de desobedecer, significado de justiça

O dever de desobedecer

Paulo Rosenbaum

25 fevereiro 2016 | 01:01

Podemos dizer que estamos sujeitos. No sentido da sujeição, imposição, vale dizer, vivemos à revelia da cidadania. Não acho que se deva comemorar prisões, mas quando se trata deste mercador de ilusões, que através dos truques de marketing, astúcia predadora e conselhos perversos nos enfiou nessa enrascada, a justiça propicia alguma atmosfera de paz efêmera. No entanto, o maior delito não é bem aquele pelo qual ele e seus amigos estão sendo citados. O elemento mais sinistro deste magnífico crime foi usar sua capacidade para promover um estelionato transnacional, provavelmente sem precedentes na história política moderna. A criatividade pode sim ser maligna. Isso se encaixa perfeitamente no espírito de ausência que se espalhou pela sociedade de forma generalizada. A gravidade da situação onde o subsolo do País cede sem que ninguém pareça se alarmar, merece ser mensurada. Testemunhamos a indiferença. As catarses ainda consentidas pelo poder como a indignação virtual — entre apitos, panelas e hostilização pública selvagem — simplesmente não mexem com a estrutura modelada pelo erro, que continua relativamente intacta. Trata-se de um estoicismo induzido pela reiteração, pelo convicta prática de excedente de transgressões. Ou quem ainda não sabe que o Mensalão coexistiu com a Petrolão, que atua simultaneamente com os desvios dos Fundos de Pensão, que coincide com os empréstimos suspeitos do BNDES, que opera junto com os repasses fantasmagóricos para as ditaduras amigas.

Admita-se que o que os move é incompreensível para nós. Nós que achamos que usurpar o poder é bem mais grave do que ilícitos comuns. Nós que poderíamos até aceitar justificativas, jamais o cinismo. Nós que esperávamos zelo com o bem estar e com a coisa pública. Nenhuma política é feita por santos e rejeitar o moralismo puritano é tão importante quanto resistir ao Estado gangster. Mesmo porque a corrupção justifica o Estado policial, que justifica o poder que corrompe. Porém, enquanto estamos aqui discutindo a engrenagem que garantiu ao Partido o controle do Estado e de suas instituições, as verbas oriundas dos desvios continuaram a fluir e a subsidiar o projeto.

Regaram eleições, caprichos pessoais e pagaram apoios. Simplesmente ainda não estamos totalmente conscientes da temporalidade desse processo. Não é passado. Isso os coloca hoje, agora, neste instante, em pleno controle de praticamente todas as instâncias cívicas públicas, da cultura às mídias. No planalto viciado não há espaço para outros, o sol é um oligopólio para alinhados, uma matinê entre amigos, com ingresso grátis para todos afinados com o desejo de hegemonia. Como pode uma democracia se defender se os mecanismos que a salvaguardam estão nitidamente obstaculizados? A divisão não está mais entre democracia instável e autoritarismo, mas, com a independência dos poderes comprometida, a escolha se restringirá entre instabilidade passageira e anomia prolongada. Trair a sociedade não é mais um escândalo. Na incrível ausência patológica de auto critica, na positividade dogmática, na nostalgia de uma revolução que nunca procedeu, os defensores deste governo escolhem morte à capitulação. Sobreviver a ruína requer deixar-se levar pela queda: ainda que se sabia que preveniria fraturas graves, cair sem resistir é uma arte pouco frequentada. Muitos tentam compreender este fenômeno, mas suas raízes já excederam a racionalidade. O esforço poderia nos remeter ao campo da psicopatologia, mas nem esta consegue amparar uma tese sólida quando se trata da devoção com que os enganos são cultuados por aqui. Para eles admitir erros parece significar a derrocada da existência. Sacrificar a República no lugar de assumir a inépcia para governar pode ter se transformado num desporto, praticado ao ar livre, na delinquência solitária de um palácio, ou até mesmo dentro de uma cela. Podemos até arcar com as custas, mas o preço da liberdade deles não consegue mais garantir submissão. É quando desobedecer passa a ser dever.

Tags: blog conto de noticia, corrupção e Estado policial, criatividade e perversidade, Estado gangster, estoicismo, moralismo, o dever de desobedecer, o partido como Estado, república estóica, sociedade indiferente, usurpar o poder

As informações e opiniões expressas neste blog são de responsabilidade única do autor.

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O último whats (blog Estadão)

17 quinta-feira dez 2015

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blog conto de noticia, cerco branco, conto de notícia, democracia, Estado Democrático de Direito, Estado policial, golpe, hegemonia e monopólio do poder, Help, o último whats, significado de justiça

O último whats

Paulo Rosenbaum

17 dezembro 2015 | 19:13

-Leia isso aqui!

-“Help?”

-Isso, “help!”.

-Chegou quando?

-Meia noite!

-Estranho!

-Quem enviou?

-Sem remetente, sem destinatário.

-Exato, mensagem na garrafa. Milhões receberam.

-A outra chegou um segundo antes!

-“Embargo geral?”

-Essa!

-Por que escreveriam isso?

– Ah, você não imagina?

– Não faço a mínima.

-Eu te listo mil motivos em um minuto.

– Então conta

– Perdemos critério, esvaziamos o bom senso, estamos governados pelo senso comum, a elite sustenta o poder, estamos sob censura, o crime varou a carne, o sistema tolheu as escolhas individuais. A divisão virou guerra. Os dossiês, armas. As discussões, torcidas organizadas. A judicialização, indevida. Carência de justiça devida. Segredos de Estado. Estado democrático sob cerco. Estado com espectro policial. Você ou qualquer um não pediria ajuda?

— Imploraria.

–Foi até discreto, mas assim? Ao cosmos? Para alguém alhures? Ele é um daqueles que ainda acredita no Céu?.

–E você, não?

(silencio intimidador)

– Não?

– Evoco a quinta emenda.

– Isso não vale nada por aqui. Lembra? Aliás, essa Constituinte aqui não sei não.

— Então te digo que no que não acredito: nessa política, na esquerda retrógrada, direita obtusa, centro acéfalo.

— Vejo que você não enxerga mesmo. Não percebeu os símbolos na linguagem? Impedimento, bloqueio, intervenção, sigilo de justiça, controle da mídia, restrição, liminares, prisão domiciliar oficial, arbítrio, mordaça. Ninguém precisa decretar “somos um governo tirânico”, é auto evidente. Se não acredita, faça seu próprio levantamento. Te digo que é por ai.

— Certo, mas o mistério persiste: quem digitou “help”?

– E quem não o faria? É help mesmo! Socorro, acudam, alguém faça qualquer coisa.

– Você está insinuando o que? Uma inteligência artificial? Capaz de perceber a bagunça e ainda gritar “socorro”?

– E por que não? Fenômeno raro, já registrado antes. Assim como existe uma inteligência individual de cada órgão, existe uma espécie de organização autonômica desconhecida, que age à nossa revelia. Só se manifesta em momentos críticos para a humanidade e poucas vezes abaixo do Equador. Transmissões radiofônicas sem origem, impulsos eletromagnéticos que são próximos e ao mesmo tempo não localizáveis, é como se a radiação cósmica de fundo tivesse uma voz, que as vezes até digita.

-Você tá de brincadeira!

– Não brinco com coisa séria!

(Voz celeste embargada: – Céus)

– Você ouviu, ou vai se fingir de surdo.?

-Ouvi, mas tinha acabado de pingar 3 gotas de Rivotril

(voz celeste grave : – I rest my case) (tradutor automático: Para mim, deu)

– Essa eu ouvi.

(ruídos de tremor de dentes)

– To te falando!

(voz celeste : – Fui)

– Olha aqui, o whats voltou.

– Milagre!

– Mas embargaram só no Brasil?

– Parece que sim.

– Arábia Saudita?

– Não. Isso é coisa muito nossa. Em nenhum outro lugar na Terra fariam isso.

– O que não entendo é por que uma Inteligência desse porte pediria nossa ajuda?

– Filho, era uma expressão: torrou, excedeu todos os limites, de saco cheio. Entendeu? Nem Ele aguentou!

– Mas não era brasileiro?

-Se naturalizou argentino, ontem.

-Então é mesmo o fim.

– O País acabou.

(chega uma mensagem de texto paga: – O País nem começou. PS- Podem me acordar se surgirem novidades. PS2- Por via das dúvidas, o novo passaporte é provisório)

http://brasil.estadao.com.br/blogs/conto-de-noticia/o-ultimo-whats/

 

Tags: blog conto de noticia, Estado democrático, Estado policial, help, inteligência artificial, juízes e o juizo, mensagem na garrafa, milagre, o país acabou?, o último whats, socorro

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Um golpe chamado democracia(Blog Estadão)

13 domingo dez 2015

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blog conto de noticia, blog Estadão, democracia, golpe, Golpe chamado democracia, impeachment, Juízes, Manifestação 13 de dezembro, os abaixo da lei

Um golpe chamado democracia

Paulo Rosenbaum

12 dezembro 2015 | 17:11

 As regras do jogo vão ficando cada vez mais curiosas, e abstratas. O juízo pode não ser justo, a República se torna um partido, e os apoiadores do regime unidos aos  poucos intelectuais equivocados e a maior parte guarnecidos com subsídios federais, podem se dar ao luxo de abandonar toda critica. São dois mundos. O poder, separado da plateia. Como numa ópera intensa, o escândalo dos sopranos amordaça os ouvintes. O sonho dobra-se à calamidade. Normalmente, se você comete um deslize paga pelos erros. Se alguma vez tua musica desafinou, acontece, perderás audiência. Se tua carta é infantil o desgaste será inevitável. Paga-se multa por quitar a divida em atraso. E a inadimplência segue a mesma lógica. Ninguém pode ter a prerrogativa de justificar crimes pela lógica das circunstâncias. Sanções não são perseguições individuais, nem encrenca com a singularidade. Normas civilizam, e minimizam o inevitável desgoverno das complexas sociedades contemporâneas.

Todo juiz é, deveria ser, servo de uma consciência que não lhe pertence, não completamente. Ao nos desviar da educação e troca-la por slogans com as bênçãos do marketing político, sofremos com outros sintomas do atalho equivocado na economia que falece sem espernear. Que declina junto com empregos e renda. Trata-se de um asfixia brutal, ainda que não mecânica. O nem tão gradual declive é derivado de um erro crônico,  calculado mas nunca assumido.  Sem autocrítica, o mal feito continuado é encarado sem drama, como ponto pacifico de um sistema que passou a se considerar acima das leis por estar respaldado por votos.  Tudo isso já seria o bastante, mas há algo bem pior. O estrangulamento dos centros do saber, quando a educação foi sendo substituída por adestramento de militâncias. A decadência de editoras, leitores e, por fim, a agonia do livro são mais que simbólicas. O rebaixamento cultural é um embolo que ejeta a razão para nos inocular estagnação. É o melancólico final de um ciclo de experiências que nos empurravam para um novo e decrescente estatuto da cidadania.

Quem ainda presta atenção à realidade sabe que vivemos um “não é possível” todos os dias. Um apuro por dia com a marca perversa do desprezo pela opinião pública. O fato mais impressionante, dentre todos aos quais assistimos, é a persistência de uma dialética tosca, insuficiente, mal composta. As brigas, incêndios de escolas e vandalismo parlamentar são detalhes. Quem quer contestar a legitimidade de pedir o impedimento de quem foi eleito, precisa antes responder: como quem não foi eleito, mas nomeado por outro poder, pode ter o poder de julgar representantes votados? Foram essas alianças fracas que estornaram o saldo, para decretar um destino imprevisível.

Mas nem sempre destoamos desde o principio. Houve um breve interregno em que algum diálogo era plausível. Não mais. Os tensionamentos voaram para bem além das palavras.  A nova casta de beneficiários do regime são partidários do impasse. Não que as instituições não funcionem, elas só parecem ter perdido a memória de sua função: trazer conforto e segurança para a maioria. Vivemos numa não declarada sociedade de posicionamentos antecipados, onde o argumento anda valendo muito pouco.  Quando desceram ao protocolar para satisfazer o imediatismo de suas convicções desprezaram a democracia. Para quem obstaculiza a constituição, democracia é golpe. Ficamos solitários e sem ninguém. A solidão é um rastilho, o sem ninguém, a pólvora. Restou-nos o nosocomio no qual se transformou uma política coalhada de eleitos mas sem Estadistas.

Uma América ao sul continua retida. Um território que não se reconquista sem mudanças. Pode e deve haver mais de uma porta de emergência. No entanto, todas elas pedem destrancamento corajoso. Mesmo tendo receio de que este não é o caminho ideal, mesmo que os cientistas políticos oscilem, e que mesmo que grupos tentem sabota-lo, ele já é irreversível. É que a ameaça costuma redobrar a determinação. Quando um império desfavorável tenta colocar ferrolhos e liminares no fim do túnel, nós, os reféns da claustrofobia inventada intuímos: é agora ou nunca. Precisamos sair. E sair a pé. E aos milhões. Afinal, domingo parece ter sido feito para isso.

http://brasil.estadao.com.br/blogs/conto-de-noticia/um-golpe-chamado-democracia/

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Exílio entre nós (Blog Estadão)

30 quarta-feira set 2015

Posted by Paulo Rosenbaum in Artigos

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Blog Estadão Rosenbaum, democracia, exilio entre nós, juízo, justiça

Exílio entre nós

Paulo Rosenbaum

30 setembro 2015 | 13:08

exiliox

Entre nós e o exílio

vigora o deserto,

mirem o planalto,

 o poder tingido

exílio entre nós,

Num desterro cantado

uma sombra, vincada

no sal espesso, trincado

o palácio esvaziado

Nos céus, a justiça flutua,

no cronograma tardio

no senso acrobático do destino

aprisionado pelo poder, desatino

Entre nós, exílio, último gatilho.

Governados pela omissão

Nas marcas adulteradas da democracia

alguma resistência resgataria a missão,

Modular forças, fazer cessar a tirania

Entre nós e o exílio, a corte

Olhar para o futuro é desfolhar o rústico do passado,

é esquecer que tudo está dado

 numa outra unidade de tempo, recomeço esperado

que cada um saiba reparar

o que ainda há para salvar.

Tags: do justo e da justiça, entre nós e o exílio, Justiça, o exílio entre nós

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Querido Neto (blog Estadão)

18 sábado out 2014

Posted by Paulo Rosenbaum in Artigos, Imprensa, Na Mídia

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Aécio, agressividade na campanha, campanha eleitoral, democracia, eleições 2014, luta contra a ditadura, Tancredo Neves

Querido Neto

Paulo Rosenbaum

17 outubro 2014 | 13:45

Respondo sua missiva de ontem a noite. Não sei usar este negócio direito, mas aqui diz: on line. Vamos ser rápidos. A chefia está preocupada e convocou Estadistas que já fizeram alguma coisa pelo País. Vou ter que dar uma subida até lá. Eu sei, vi, ouvi, testemunhei, você está fazendo o máximo. O povo vai percebendo. Claro, escutei sim, filho. Para constar, cá entre nós, você sempre foi o favorito. Exatamente, isso você herdou de mim. Bate pronto. Mas, mantenha distancia, recordou a sequencia? Depois do soco inglês, vêm os jabs de direita. Cruzado de esquerda? Esqueça, desperdício, ela não aguentaria o tranco. Nenhum conterrâneo decente quer o outro beijando lona. Lembra do ditado? Aquele lá de São João? Quem luta na sujeira, colhe lama. Não era bem isso, parecido. Cansei de falar isso ao Getúlio, mas ele foi ficando teimoso. Aquele chimarrão fervendo! Sabe o que me levantou? Aquela malícia que ela insinuou, e você, assumiu e devolveu com bônus. Não. Eles não sabem o que significa elegância. Senti orgulho. Eu vi, eu vi. Agressão e mentira são fáceis no começo, e a prova veio a cavalo: sustenta-las por muito tempo faz mal à saúde. Exato, é chegada a hora. Está certíssimo, autocritica. É isso que temos. Claro que lá tinha muita gente boa: mas foram sendo expulsos, ameaçados, cooptados. Querias minha previsão? Não posso, aqui têm gente muito mais qualificada que eu. Agora posso confessar? Sabe o que achei mais alentador na madrugada do outro debate? Não, não foi o próprio. Foi o videoteipe da opinião de um senhor negro de meia idade. Foi apresentado alguns minutinhos antes do início. Entrevistado sobre o que esperava do confronto entre vocês dois, ele olhou de lado para o repórter (olho no olho, não na câmera) e disse com notável determinação algo como “não tem mais ninguém bobo não senhor”. Palpito que este governo deve sucumbir exatamente porque está apostando no contrário. As contradições chegaram naquele ponto de sinuca. Já lutam entre eles. Não, não é bem isso. Não tem partido santo. Mas eles cruzaram a fronteira. Dali, ninguém nunca passou e levou. Discordo. No mundo deles isso não é baixaria, é agonia por revanche. Lembro do JK, ele dizia que incompetente é raivoso. Fique e mostre generosidade. Agora, a conversa vai ser diferente. Como já disse o escritor – aliás, vi ele outro dia com um livro do Machado numa mão ,e, na outra, uma pena toda enfeitada – quando a verdade escapa, sobram interpretações desesperadas.

Boa sorte dia 26, a família está toda aqui, torcendo pelo Brasil.

Ps – Hoje teve muita neve aqui em cima, bom sinal, bom sinal, bom sinal.

http://blogs.estadao.com.br/conto-de-noticia/querido-neto/

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Desfaçam-se, cabeças! – Blog Estadão

21 sexta-feira fev 2014

Posted by Paulo Rosenbaum in Artigos

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centralismo partidário, democracia, hegemonia e monopólio do poder, significado de justiça, totalitarismo, violencia

Conto de noticia
Conto de Notícia, Conto de Notícia, Paulo Rosenbaum
21.fevereiro.2014 11:30:05

Desfaçam-se, cabeças.

Na véspera de ato contra Copa, polícia e manifestantes reforçam tensão

Governo teme violência em protestos no Mundial e investe R$ 1,9 bilhão

O que mais se vê são opiniões consolidadas, cabeças feitas e gente convicta. A avalanche de palpites e a legião de juízes instantâneos se espalha pelo País empurrando o debate para a duvidosa sombra das certezas. Para que esperar até outubro se todos já sabem em quem vão despejar os votos? O hábito de acreditar em propaganda e na ridícula maquiagem, amplia a abolição do discernimento. No lugar de lançar dúvidas sobre os exemplos dos líderes, de indagar sobre a obsessão pelo consumo, de se inquietar por uma cultura guiada pela competição e orientada para insuflar conflitos, preferimos vereditos ditados pelo twitter.

Sob um discurso salvacionista a violência – na linguagem auto referente, na gesticulação ameaçadora, na assertividade agressiva, nos golpes sujos  — a violência continua sendo semeada desde o planalto e já germina selvagem na planície. Não é bom agouro quando o exército enfrenta a população.  No País e no continente latino americano os comandantes fingem defender a liberdade, enquanto cassam os direitos de expressão. Vozes discordantes passaram a representar traidores golpistas. Toda crítica perseguida para assegurar perpetuidade no poder. O jornalismo independente é apenas a última linha a ser suprimida da pauta.

Num movimento de inspiração absolutista, o establishment político que governa parece torcer contra as instituições. Faz força para emperrar o que já é sôfrego e ineficiente. Podemos nunca ter sido sérios, mas sabotagens dessa magnitude beirariam o incompreensível se não significassem a mais pura malandragem. Reparem, num estalo podemos virar fósseis. Basta uma imagem acusatória, uma calúnia, um dossiê subsidiado para que a tinta seque na cara do adversário.

Camus tinha o faro empírico e podia ser irritantemente preciso: quando não se tem caráter é necessário um método. Ainda que nossas tormentas não sejam as mesmas experimentadas por Hamlet nas tramoias do Reino, sempre soubemos os caminhos que levavam ao desfiladeiro. Chame-se do que quiser, pressentimento, intuição, presságio. A sensação pode ser impalpável, subjetiva e difusa e embora compartilhada nos corações, o consenso continua entalado nas nossas entranhas: há algo de muito podre na República.

http://blogs.estadao.com.br/conto-de-noticia/desfacam-se-cabecas-a-duvidosa-sombra-das-certezas/


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Senhor de Baraço e democracia – Blog Estadão

15 sábado fev 2014

Posted by Paulo Rosenbaum in Artigos

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autocracia, democracia, hegemonia e monopólio do poder, liberdade, manipulação, mensalão, significado de justiça, utopia, violencia

Conto de noticia
Conto de Notícia, Paulo Rosenbaum
15.fevereiro.2014 21:11:09

Senhor de baraço e democracia

 

Democracia líquida

Eles ainda acreditam em Stalin, eu duvido de mim mesmo. Eles têm convicção, nós oscilamos. Vivem dizendo que os outros não prestam, enquanto é óbvio que a maioria tem valor. Segundo eles, quem se opõe é cara de pau desalmado. E o espírito lá sobrevive sem contrapontos? Em suas governanças, desavenças asseguram o poder. Pregam que arredar pé é sinal de fraqueza. Como nada está garantido, é necessário apreciar quando o vacilo está coberto de cautela. Naturalizar os abusos não desconfigura a aberração e nem é porque estão vendidos que somos compráveis. Eles tratam, preferimos cuidar. Eles se ocupam em dividir o que estava em vias de unificação. Melhor compartilhar a ditar os consentimentos. Eles discriminam, nós assumimos as preferências. Manipulam a esquerda, usam a direita. A gente não se anima mais com alinhamentos, nem lado algum. Enquanto criam alardes, apreciamos a reserva. Diante da agitação, recolhimento. Euforia, atenção. Porrada, delicadeza. Improviso, algum planejamento. Destempero, circunspecção. Oportunismo, justiça. Balas de borracha, pneus para boiar. Dossiês secretos, arquivos abertos. Dedo em riste, aperto de mãos. Personalismo, ideias. Destempero, diálogo. Estratégia, convívio. Maniqueísmo, aceitação dos contrastes.

Autocracia, democracia.

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Rojões sobre a democracia

13 quinta-feira fev 2014

Posted by Paulo Rosenbaum in Artigos

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Tags

democracia, falência do processo dialógico, impostos, violencia

Quinta-feira, 13 de Fevereiro de 2014

 

Coisas da Política

Hoje às 06h35

Rojões sobre a democracia

Paulo Rosenbaum – médico e escritor 

Ou estamos todos muito enganados, ou há uma espécie de cisão entre os interesses dos governos e o da população. Esta percepção parte de dois princípios operativos muito simples: em primeiro lugar há posturas radicais substituindo as diplomáticas, o que já por si revela uma dissonância entre quem governa e quem é governado. Vale dizer, o papel dialógico de quem faz política fica cada vez mais reduzido.

Ou o político é um agente executivo disfarçado de agente legislativo, ou é suficientemente inepto para gerir a coisa pública. O segundo princípio é a observação de que, mesmo que não seja toda esta a catástrofe anunciada, há evidentes dificuldades econômicas. Tudo bem, todos os países sofrem ciclotimias financeiras no mundo tido como globalizado. O insuportável é a manipulação e a camuflagem, guiadas pelo apetite eleitoral. Os brasileiros querem ser tratados como adultos e saber de todos os detalhes de como anda a economia do país. Isso é importante para poder escolher quem assume os erros. E também saber que não faz mais nada do que a obrigação quando acerta.    

Um dos princípios caros à democracia é que as pessoas, representadas no poder, pudessem elaborar as leis e diretrizes de acordo com as necessidades destas mesmas pessoas.

Há muito isso deixou de acontecer.

Eleitos, substancial quantidade de legisladores e membros do Executivo começam a colocar seus próprios  planos em prática. Ninguém deu cheque  em branco nem direito a voo solo. Muitos destes líderes, em flagrante divórcio com as necessidades e prioridades das pessoas, pensam que sabem melhor o que é bom para as pessoas. Raiz primeva da distorção da representação.

O aumento abusivo de impostos, as medidas impostas goela abaixo, abuso da propaganda, uso aético dos recursos públicos, as decisões que mascaram as informações e medidas tomadas de improviso para poder conquistar mais um pleito são todas elas incompatíveis com a vida democrática. 

Por isso está difícil enxergar o “pleno Estado de Direito” que deveria ter sido uma das conquistas efetivas em uma regime democrático. As decisões arbitrárias aceleram perigosamente a sensação de que chegamos a um lugar sem saída.

Fica clara a tentativa de intimidar e controlar a opinião pública, de jogar o povo contra os tribunais, de fazer coro contra as instituições que ainda funcionam em seu papel essencial de fiscalizar e cobrar dos governos as ações que dele se esperam. A rigor, a única oposição de fato ao regime em curso é o Poder Judiciário. E assim deve continuar a ser, já que o Legislativo não consegue cumprir seu papel regulador e sacrificou sua autossuficiência para votar projetos escandalosamente tutorados pelo Executivo. 

Quem está fazendo jogo perigoso e apelando para táticas disrruptoras pode estar agindo de forma autóctone, mas também pode estar a soldo de gente que tem interesse em desestabilizar a sociedade. E a premissa para desorganizá-la é colocar todos contra todos em um pé de guerra, o que só nos traz mais dor e  sofrimento. 

Nunca um poder moderador e a lucidez de algum estadista inexistente foi tão vital para que as vitrines não sejam quebradas antes que se possa pelo menos vislumbrar um pouco da cor do futuro. É neste contexto que obtemos o caldo no qual a violência e a intolerância  crescem. O cinegrafista morto é um símbolo, não só de um ataque covarde e criminoso mas a vítima desconhecida e indefesa de um sistema que se exaure da forma mais melancólica possível: o desmantelamento da estrutura duramente construída depois que o povo recuperou o direito de votar.

http://www.jb.com.br/coisas-da-politica/noticias/2014/02/13/rojoes-sobre-a-democracia/?from_rss=colunistas

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