• Uma entrevista sobre Verdades e Solos
  • Resenha de “Céu Subterrâneo” no Jornal da USP
  • A verdade lançada ao solo, de Paulo Rosenbaum. Rio de Janeiro: Editora Record, 2010. Por Regina Igel / University of Maryland, College Park
  • Resenha de “Céu Subterrâneo” por Reuven Faingold (Estadão)
  • Escritor de deserto – Céu Subterrâneo (Estadão)
  • A inconcebível Jerusalém (Estadão)
  • O midrash brasileiro “Céu subterrâneo”[1], o sefer de “A Verdade ao Solo” e o reino das diáforas de “A Pele que nos Divide”.(Blog Estadão)

Paulo Rosenbaum

~ Escritor e Médico

Paulo Rosenbaum

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Por uma cultura não perversa (blog estadão)

18 quinta-feira fev 2016

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blog conto de noticia, Blog Estadão Rosenbaum, conto de notícia, hegemonia e monopólio do poder, impunidade, Por uma cultura não perversa, utopia, violencia

Por uma cultura não perversa

Paulo Rosenbaum

17 fevereiro 2016 | 21:09

Não é o caso de ser contra ou anti. É preciso assumir: uma cultura não perversa é um ponto fora da curva. Ou não estamos todos em um estado a beira da saturação? A  intolerância é uma arma escura. O perverso não é aquele que se defende ou ataca, tanto faz se governo ou oposição, mas é aquele que força a prerrogativa de uma razão desligada do mundo, alienada dos compromissos com o além do si mesmo. O perverso é aquele que, não contente em ser hegemônico, desqualifica o mundo, dobra a realidade, invade a imaginação e reifica o mito para infiltra-lo na cultura. E assim coagi-la a todo preço e custo.

Como afirmou Carl  Gustav Jung, não são os homens que estão doentes, os deuses e suas mitologias que ficaram dementes. A política é apenas a face aparente dessa deterioração. Não estamos ouvindo as formulações do senso comum despejadas nas redes e escoadas pelas ruas? Com paus, máscaras e pedras? Aquelas que acionam as mais inespecíficas condições genéricas, quando a única esperança recairia na reafirmação do sujeito, o único com potencia para resgatar a sociedade?

Sim, ouvimos tua indignação, toleramos a indelicadeza, ouvimos teu enojamento seletivo e, agora, é preciso confessar, só conseguiremos respirar sob outro diapasão. Só se vê modelos esgotados em repetições circulares. Múltiplos exauridos e descerrados. Numa sincronia apática é como se todos os originais tivessem ensurdecido ao mesmo tempo. Como se as novidades não pudessem mais circular. Mas a norma do relógio é disparar, à revelia de nossa desatenção. Por que permitir que nos arrastem através dos vingadores anônimos? Prefiro que refaçam suas próprias penas e, ao custo das consciências, ressarçam o que nos subtraíram. Numa democracia principiante, quando uma mentira lava a outra e não há mais forças emancipadas, poder-se-ia especular sobre a subsistência e até mesmo duvidar se testemunharemos ou não um futuro saudável.

Em nossa insuportável ingenuidade a separação dos poderes seria a garantia das liberdades individuais. Quem iria supor que um lacre gigante estabeleceria tremenda co-dependencia no lugar de autonomia?  Co-autoria no lugar da reafirmação de identidades e funções. As exceções não conseguem mais suprir a norma. E é essa mutação que vem submetendo a Republica a ponto de torna-la irreconhecível. É como se mudássemos para uma chave que já nada abre. E, uma vez escolhida, ninguém mais pudesse se arrepender por ter sufragado um projeto tão nocivo e abrangente. Curiosa essa exceção. Os criminosos podem merecer perdão, os acontecimentos do destino podem exigir reparo, e até um pequeno deslize na calçada pode resultar em ressarcimento pelo administrador do território. Mas o sistema parece já ter escolhido seu lado: prefere proteger o opressor à vítima. O Estado tornou-se perigosamente autosuficiente e descolado do suporte. A ponto de descartar seus súditos? Exagero? Um espírito subjacente pode até vir a ser e no final mudar tudo. Os indícios não são estes, pelo contrário, o que torna nossa desconfiança cada vez mais procedente. E se assim fizeram para desconstruir o mínimo já conquistado? E se orquestraram para desmanchar o apelo civilizatório? Não será agora, nem imediatamente, mas uma hora teremos que responder: se não queremos ser Kiev nem Caracas, será preciso algum espírito de antecipação, ou capitulação.

Tags: a perigosa autosuficiencia do Estado, Carl G. Jung, cultura e política, direito ao arrependimento, Kiev e Caracas, mitos dementes e homens doentes, Por uma cultura não perversa, separação de poderes

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A arte de truncar diálogos

03 sábado maio 2014

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A Verdade Lançada ao Solo, autocracia, hegemonia e monopólio do poder, impunidade, liberdade, manipulação, significado de justiça, violencia

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Jornal do Brasil

Sábado, 3 de Maio de 2014

Coisas da Política

Hoje às 06h00

A arte de truncar diálogos

Paulo Rosenbaum  –  médico e escritor

Mais uma vez  a cultura do escândalo no país das acusações. Todos na retranca. Acusa-se governo, oposição, e as elites. Há muita gente atrasada, mas elas estão distribuídas em todas as classes sociais.  E o desperdício de energia só para saber se a CPI seria exclusiva da Petrobras? Enquanto tudo merece apuração, o que se vê são mais cortinas de fumaça. Parece que o jogo político vem se tornando completamente autorreferente. Sinal grave num país que tem urgências e contas improrrogáveis para acertar.

Nas ruas tardoanarquistas, piromaníacos revanchistas, guerrilhas saudosistas. Não estão, nunca estiveram propensos à disposição dialógica. Estão confortáveis com a simplificação: “bons e maus”.  Mas é claro: reforma política à la carte. Todos surdos para a sociedade berrando: chega! Ninguém mais pode levar a sério a língua solta, a fanfarronice, o gogó demagógico, o surto ideológico., o oportunismo marketológico. O culto à personalidade gera pelo menos um efeito colateral: figuras que se recusam a encarar que seu ciclo e tempo findaram. Talvez isso explique o desespero, o apelo à violência, o discurso hostil, o empirismo tosco.

Precisamos nos livrar da dívida permanente, aquela que  mantém pessoas reféns do Estado. A democracia foi projetada exatamente para que as pessoas se emancipem e não sejam subjugadas pelo poder abusivo. O Estado de Direito funciona para que a maioria e as minorias convivam, e sejam mutuamente protegidas. Vivemos em plena inversão: Estado mínimo nos interesses máximos, Estado máximo nas prioridades fúteis.

A ridícula polarização entre direita e esquerda é uma forma de não encarar os verdadeiros desafios da cidadania. Dividir a política entre conservadores e revolucionários é uma forma de condenar à invisibilidade todas as categorias intermediárias.

Para avaliar gente que quer os cargos políticos, dois critérios contam: criatividade e capacidade para apresentar soluções. A eleição bem que poderia decretar extintos autocratas e carismáticos persuasivos. Aquela turma que costuma eleger-se e aos seus protegidos, sem o menor tino prático para conduzir a administração.

A inadimplência do Estado para com a sociedade não é financeira, é moral.

Ninguém duvida que a redução para o embate ideológico puro é manobra anestésica. Acaba beneficiando o mal feito, os acordos lesivos aos interesses públicos, a condução equivocada na escolhas das verdadeiras necessidades.

Uma jovem democracia pode se submeter a tantas pressões sociais sem que as instituições tenham encontrado o ponto de solidez e amadurecimento necessárias para isso? Miremos outros exemplos pelo mundo.

É necessário romper a linha que trunca o debate político para além da nostalgia revolucionária e da imaturidade reacionária.

A agenda do país agradece.

http://www.jb.com.br/coisas-da-politica/noticias/2014/05/03/a-arte-de-truncar-dialogos-2/

 

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Desfaçam-se, cabeças! – Blog Estadão

21 sexta-feira fev 2014

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centralismo partidário, democracia, hegemonia e monopólio do poder, significado de justiça, totalitarismo, violencia

Conto de noticia
Conto de Notícia, Conto de Notícia, Paulo Rosenbaum
21.fevereiro.2014 11:30:05

Desfaçam-se, cabeças.

Na véspera de ato contra Copa, polícia e manifestantes reforçam tensão

Governo teme violência em protestos no Mundial e investe R$ 1,9 bilhão

O que mais se vê são opiniões consolidadas, cabeças feitas e gente convicta. A avalanche de palpites e a legião de juízes instantâneos se espalha pelo País empurrando o debate para a duvidosa sombra das certezas. Para que esperar até outubro se todos já sabem em quem vão despejar os votos? O hábito de acreditar em propaganda e na ridícula maquiagem, amplia a abolição do discernimento. No lugar de lançar dúvidas sobre os exemplos dos líderes, de indagar sobre a obsessão pelo consumo, de se inquietar por uma cultura guiada pela competição e orientada para insuflar conflitos, preferimos vereditos ditados pelo twitter.

Sob um discurso salvacionista a violência – na linguagem auto referente, na gesticulação ameaçadora, na assertividade agressiva, nos golpes sujos  — a violência continua sendo semeada desde o planalto e já germina selvagem na planície. Não é bom agouro quando o exército enfrenta a população.  No País e no continente latino americano os comandantes fingem defender a liberdade, enquanto cassam os direitos de expressão. Vozes discordantes passaram a representar traidores golpistas. Toda crítica perseguida para assegurar perpetuidade no poder. O jornalismo independente é apenas a última linha a ser suprimida da pauta.

Num movimento de inspiração absolutista, o establishment político que governa parece torcer contra as instituições. Faz força para emperrar o que já é sôfrego e ineficiente. Podemos nunca ter sido sérios, mas sabotagens dessa magnitude beirariam o incompreensível se não significassem a mais pura malandragem. Reparem, num estalo podemos virar fósseis. Basta uma imagem acusatória, uma calúnia, um dossiê subsidiado para que a tinta seque na cara do adversário.

Camus tinha o faro empírico e podia ser irritantemente preciso: quando não se tem caráter é necessário um método. Ainda que nossas tormentas não sejam as mesmas experimentadas por Hamlet nas tramoias do Reino, sempre soubemos os caminhos que levavam ao desfiladeiro. Chame-se do que quiser, pressentimento, intuição, presságio. A sensação pode ser impalpável, subjetiva e difusa e embora compartilhada nos corações, o consenso continua entalado nas nossas entranhas: há algo de muito podre na República.

http://blogs.estadao.com.br/conto-de-noticia/desfacam-se-cabecas-a-duvidosa-sombra-das-certezas/


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Senhor de Baraço e democracia – Blog Estadão

15 sábado fev 2014

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autocracia, democracia, hegemonia e monopólio do poder, liberdade, manipulação, mensalão, significado de justiça, utopia, violencia

Conto de noticia
Conto de Notícia, Paulo Rosenbaum
15.fevereiro.2014 21:11:09

Senhor de baraço e democracia

 

Democracia líquida

Eles ainda acreditam em Stalin, eu duvido de mim mesmo. Eles têm convicção, nós oscilamos. Vivem dizendo que os outros não prestam, enquanto é óbvio que a maioria tem valor. Segundo eles, quem se opõe é cara de pau desalmado. E o espírito lá sobrevive sem contrapontos? Em suas governanças, desavenças asseguram o poder. Pregam que arredar pé é sinal de fraqueza. Como nada está garantido, é necessário apreciar quando o vacilo está coberto de cautela. Naturalizar os abusos não desconfigura a aberração e nem é porque estão vendidos que somos compráveis. Eles tratam, preferimos cuidar. Eles se ocupam em dividir o que estava em vias de unificação. Melhor compartilhar a ditar os consentimentos. Eles discriminam, nós assumimos as preferências. Manipulam a esquerda, usam a direita. A gente não se anima mais com alinhamentos, nem lado algum. Enquanto criam alardes, apreciamos a reserva. Diante da agitação, recolhimento. Euforia, atenção. Porrada, delicadeza. Improviso, algum planejamento. Destempero, circunspecção. Oportunismo, justiça. Balas de borracha, pneus para boiar. Dossiês secretos, arquivos abertos. Dedo em riste, aperto de mãos. Personalismo, ideias. Destempero, diálogo. Estratégia, convívio. Maniqueísmo, aceitação dos contrastes.

Autocracia, democracia.

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Rojões sobre a democracia

13 quinta-feira fev 2014

Posted by Paulo Rosenbaum in Artigos

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democracia, falência do processo dialógico, impostos, violencia

Quinta-feira, 13 de Fevereiro de 2014

 

Coisas da Política

Hoje às 06h35

Rojões sobre a democracia

Paulo Rosenbaum – médico e escritor 

Ou estamos todos muito enganados, ou há uma espécie de cisão entre os interesses dos governos e o da população. Esta percepção parte de dois princípios operativos muito simples: em primeiro lugar há posturas radicais substituindo as diplomáticas, o que já por si revela uma dissonância entre quem governa e quem é governado. Vale dizer, o papel dialógico de quem faz política fica cada vez mais reduzido.

Ou o político é um agente executivo disfarçado de agente legislativo, ou é suficientemente inepto para gerir a coisa pública. O segundo princípio é a observação de que, mesmo que não seja toda esta a catástrofe anunciada, há evidentes dificuldades econômicas. Tudo bem, todos os países sofrem ciclotimias financeiras no mundo tido como globalizado. O insuportável é a manipulação e a camuflagem, guiadas pelo apetite eleitoral. Os brasileiros querem ser tratados como adultos e saber de todos os detalhes de como anda a economia do país. Isso é importante para poder escolher quem assume os erros. E também saber que não faz mais nada do que a obrigação quando acerta.    

Um dos princípios caros à democracia é que as pessoas, representadas no poder, pudessem elaborar as leis e diretrizes de acordo com as necessidades destas mesmas pessoas.

Há muito isso deixou de acontecer.

Eleitos, substancial quantidade de legisladores e membros do Executivo começam a colocar seus próprios  planos em prática. Ninguém deu cheque  em branco nem direito a voo solo. Muitos destes líderes, em flagrante divórcio com as necessidades e prioridades das pessoas, pensam que sabem melhor o que é bom para as pessoas. Raiz primeva da distorção da representação.

O aumento abusivo de impostos, as medidas impostas goela abaixo, abuso da propaganda, uso aético dos recursos públicos, as decisões que mascaram as informações e medidas tomadas de improviso para poder conquistar mais um pleito são todas elas incompatíveis com a vida democrática. 

Por isso está difícil enxergar o “pleno Estado de Direito” que deveria ter sido uma das conquistas efetivas em uma regime democrático. As decisões arbitrárias aceleram perigosamente a sensação de que chegamos a um lugar sem saída.

Fica clara a tentativa de intimidar e controlar a opinião pública, de jogar o povo contra os tribunais, de fazer coro contra as instituições que ainda funcionam em seu papel essencial de fiscalizar e cobrar dos governos as ações que dele se esperam. A rigor, a única oposição de fato ao regime em curso é o Poder Judiciário. E assim deve continuar a ser, já que o Legislativo não consegue cumprir seu papel regulador e sacrificou sua autossuficiência para votar projetos escandalosamente tutorados pelo Executivo. 

Quem está fazendo jogo perigoso e apelando para táticas disrruptoras pode estar agindo de forma autóctone, mas também pode estar a soldo de gente que tem interesse em desestabilizar a sociedade. E a premissa para desorganizá-la é colocar todos contra todos em um pé de guerra, o que só nos traz mais dor e  sofrimento. 

Nunca um poder moderador e a lucidez de algum estadista inexistente foi tão vital para que as vitrines não sejam quebradas antes que se possa pelo menos vislumbrar um pouco da cor do futuro. É neste contexto que obtemos o caldo no qual a violência e a intolerância  crescem. O cinegrafista morto é um símbolo, não só de um ataque covarde e criminoso mas a vítima desconhecida e indefesa de um sistema que se exaure da forma mais melancólica possível: o desmantelamento da estrutura duramente construída depois que o povo recuperou o direito de votar.

http://www.jb.com.br/coisas-da-politica/noticias/2014/02/13/rojoes-sobre-a-democracia/?from_rss=colunistas

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Insanidade Coletiva

28 quinta-feira nov 2013

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antisemitismo, Armas nucleares iranianas, Dissuasão, Ditador do Irã, Irã, Israel, tribalismo, violencia

Coisas da Política

Hoje às 06h00

Insanidade coletiva

Paulo Rosenbaum – médico e escritor 

É evidente que o recente triunfo diplomático do comandante em chefe dos EUA nasceu fracassado. Num conflito crônico e ancestral não se fortalece um lado, sem oferecer contrapartida aos que saem enfraquecidos. A glória é sempre efêmera, mas é possível que esta dure menos ainda. A paz alcançada com Teerã é apenas um exemplo da nova pax americana, débil e fracamente dissuasiva.

Desembaraçados e gastos os recursos — os 8 bilhões que Teerã conseguiu descongelar —aquele país ficará tentado a demonstrar que não está interessado em ser permanentemente controlado pelo Ocidente perverso, nem mesmo por sua própria população. O padrão de envolvimento do Irã mudou desde a revolução de Khomeini. Diretamente enfronhados na guerra civil da Síria e com braços armados em toda a região, especialmente no Iraque, os persas estão assumindo importante papel estratégico e expansionista no Oriente Médio.

Que sejamos poupados dos críticos ideológicos que querem equiparar a colonização multinacional xiita com os problemas  israelo-palestinos. Por mais dificuldades e radicalismos que se enfrente, estamos mais próximos de um Estado binacional para israelenses e palestinos do que qualquer arrefecimento no imperialismo de Teerã. Os primeiros terão muitos percalços, guerras regionais e conflitos de fronteiras agora e mais à frente, mas são guiados por um pragmatismo secular que, mesmo respeitando as tradições, sabem que só as soluções de Estado podem trazer paz e prosperidade.

Por sua vez, o regime dos aiatolás se autointitula teocrático e só obedece à ideologia do fanatismo teleológico: impor padrões uniformes de comportamento para os demais. Isso se chama “califado da retidão”.

A diferença, portanto, é enorme.

A velha demonização mútua entre Ocidente versus teocracia xiita ou sua modalidade laica, a Coreia do Norte — se acusando de ser “eixos do mal”— tem um efeito degenerativo nas relações internacionais.

Se ambos estiverem certos em suas premissas, só teremos o mal para nos atender. Mas mesmo no mais grosseiro maniqueísmo há diferenças. Há males que podem ser rastreados, impressos e divulgados. Assim como há aqueles que estão restritos às planilhas insanas de gente convencida de que está sob a influencia de um Poder Superior e, portanto, plena razão em sua lógica de destruição. A bomba nuclear sob comando e guarita da Guarda Revolucionária é um desastre em si, já que eles consideram seriamente seu uso.

Exemplos de pactos que adiaram os problemas, temos vários na avaliação retrospectiva de busca de supremacia de povos sobre  povos. Talvez este acordo não seja exatamente um “erro histórico”, como o classificou o premier israelense.

Destarte, evitar matanças e selvageria talvez ainda seja o único bem universal. Pena que nem isso seja mais consenso.

http://www.jb.com.br/coisas-da-politica/noticias/2013/11/28/insanidade-coletiva

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Blog Estadão – Contra quem lutamos?

04 segunda-feira nov 2013

Posted by Paulo Rosenbaum in Artigos

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decadência da liberdade, http://blogs.estadao.com.br/conto-de-noticia/contra-quem-lutamos/, liberdade de expressão, maestros e liderança horizontal, violencia

Contra quem lutamos?

 

 

 

 

Violência em atos ofusca movimentos pacíficos em São Paulo

 

 

 

País teve 50 mil mortes em 2012, maior nº em 5 anos

 

Enquanto Maduro enxerga Chávez nos terminais, Cristina vê Nestor na Casa Rosada e a presidente projeta o rosto do mentor nos postes do distrito federal. Isso significa que lutamos contra fantasmas, irracionalismos estudados na véspera. Lutamos contra entidades abstratas e ideologias personalistas não democráticas. Bolsas geram inclusão, mas não integração para o desenvolvimento. Precisamos de vínculos sociais estáveis que só renda e trabalho oferecem. Os países da América Latina se fecham num protecionismo beócio, travam lutas contra a liberdade de expressão e resistem à única saída possível ao terceiromundismo: a abertura que oxigena a política e a economia. A demonização da liberdade, confundida com liberalismo, ainda não tem um nome político, mas isso é questão de tempo.

 

Quando um modelo está presta a ruir dizem que há ascenção formal e informal dos prestidigitadores. que, em nossa era, atendem pelo nome de marquetólogos. Vendem ilusões e plantam as sementes do embaralhamento para levar seus clientes ao pódio eleitoral. Essa gente, que apenas por abstração escapa da acusação de estelionato, usa a distração e o consumo para fomentar paraísos nas terras devastadas. Ou não estamos ainda lá com a epidêmica cifra de 50.000 mortos no último ano, vítimas da violência?

 

Mas é claro que a liderança horizontal tem maestros. Numa roda destas que se formam, depois que a cota de carros queimados foi atingida, ouviu-se de alguém ao celular que “estava tudo conforme o planejado” e que o “pessoal estava satisfeito”.

Alô pessoal, não é porque estamos perplexos que não captamos o plano.   

Por favor, comentar usando o link do jornal

http://blogs.estadao.com.br/conto-de-noticia/contra-quem-lutamos/

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Desrazão do perdão

12 quinta-feira set 2013

Posted by Paulo Rosenbaum in Artigos, Na Mídia

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armas químicas, ética de guerra, convenção de Genebra, dia do perdão, guerra, guerra civil, paz, perdão, Síria, sentido da guerra, utopia, violencia, yom kippur

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Jornal do Brasil

Quinta-feira, 12 de Setembro de 2013

Coisas da Política

11/09 às 18h05 – Atualizada em 11/09 às 18h27

Desrazão do perdão

Paulo Rosenbaum – médico e escritor

Teremos valores inatos? Será a ética um deles? Um exemplo de como os critérios na atual construção social podem ser voláteis é que, por exemplo, a competição entre as pessoas é desejável. Isto é, é aceitável mencionar que “vença o melhor”, aquele que tem talento, ou “o mais dotado de habilidades” . Quem faz mais ganha mais. Mas, surpreendentemente, a verificação empírica deste axioma não passa da esquina. Não é mais pelo trabalho, nem pelo número de horas extras, nem mesmo a relação fiel que alguém tem com a  empresa ou local no qual trabalha. O que define hoje tudo é a network. O poder da rede de influências é que permite que a pessoa tenha mais ou menos oportunidades, e as vantagens da relação com o poder são óbvias. Trata-se, portanto, de uma meritocracia viciada.

Um filósofo que aborde o sentido da ética pode ser interpretado como moralista e, portanto, corre o risco de perder sua credibilidade. Entretanto, sob a vigência do atual contrato social, a ética passa a ser um valor flexível e mutável como outro qualquer. Foi assim que os consensos entre as nações acordaram que armas químicas estariam extirpadas do arsenal militar.

Historicamente, as temíveis “armas de destruição em massa” deveriam ser banidas, já que infligiam as leis éticas da guerra, escritas na célebre convenção de Genebra. Mas, se há uma ética para a guerra, deveria haver uma que regulamentasse a paz. E ela deveria prevalecer sobre as demais. Por outro lado, se dependesse dos pacifistas que não avaliam os contextos, ninguém teria enfrentado Adolf e suas máquinas de triturar partículas, povos inteiros teriam sido exterminados na África e muitas ditaduras estariam ainda em vigor pelo mundo.

As razões éticas para uma guerra? Defesa pessoal, ameaça a um povo ou grupo de pessoas, tirania de uns poucos exercida sobre muitos. Enfim, a razão será sempre pródiga em desdobrar o material para fundamentar justificativas para os tambores.

E quanto ao perdão? Há justificativas para que se perdoe alguém? Qualquer um? Todos? O perdão talvez seja o mais enigmático e deslocado dos atributos humanos. Nenhuma razão o alcança. Ele não se encaixa nas leis da evolução. Não se adequa aos exercícios de lógica. Não se adequa à teoria dos jogos, ele é, sim, frequentemente, confundido com ingenuidade religiosa.

Portanto, é o sentido e o fenômeno que merecem, vale dizer, nos permitem um esboço de análise. Às vezes, decisões são difíceis, e há mais de uma resposta certa para a mesma pergunta. Uma guerra pode ser aética, suja, sangrenta e injusta, e muitas outras coisas, menos ilógica. Ela tem sido historicamente justificada, moralmente regulamentada, frequentemente exercida. Dizem que ela acontece quando se esgotaram os recursos. A incapacidade de dialogar, ou o risco de não promovê-la, representa um risco maior do que o contrário.

A guerra não faz sentido: a não ser em condições onde todas as escolhas pela paz falharam, e, neste caso, como a paz é uma qualidade mediada, a omissão recairá sobre os agentes humanos e suas instituições. As nações e suas agencias têm demonstrado prezar a burocracia, as relações comerciais e a política. Ao mesmo tempo subestima a construção de conceitos compartilháveis de pacificação. A paz não vem imposta, prensada ou imposta, ainda que possa fluir unilateralmente.

Os mesmos valores que permitem localizar o perdão como uma desrazão que ultrapassa o escopo lógico da natureza humana são aqueles que, paradoxalmente, podem nos salvar da destruição. Dar chance à paz é impor o desejo de fazer prevalecer o diálogo contra o silêncio do mundo.

http://www.jb.com.br/coisas-da-politica/noticias/2013/09/11/desrazao-do-perdao/

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Ousadia para ouvir

20 quinta-feira jun 2013

Posted by Paulo Rosenbaum in Artigos

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açao penal 470, anomia, centralismo partidário, impunidade, justiça, mensalão, ousadia para ouvir, por um retorno a natureza sem partido verde, tribalismo, tribunais revolucionários, utopia, violencia

Enquanto a inflação volta e a crise econômica se instala, o mercado de opiniões opera em franca oscilação. O que se condena hoje exalta-se amanhã, e vice-versa. Os analistas se desencontram. A coerência e a verdade vão ao sacrifício. Uma coisa parece estável: a tentativa de encontrar culpados pela crise. Ela transitou entre governo federal, globo, políticos de Brasília, gastos da Copa, insegurança e omissão do Estado em assuntos vitais. Ninguém tem razão sozinho. Não se pode ter a tentação de achar que tudo é problema oriundo da inoperância petista. E quanto a essa oposição que engoliu tanto sapo e só agora soluça? Tímida, amedrontada e estudando os benefícios da desorganização. Não tão rápido nem tão simples. E os votos desta moçada? Onde foram despejados? Há poucos meses, sufragaram esses mesmos que agora são contestados.

O problema é que o poder e os poderosos chamaram para si e magnetizaram a ira quando tripudiaram com postes eleitos sem luz própria, com medidas duras de autoacobertamento, e, principalmente, pela arrogância escancarada à luz do dia. Só há uma saída: cultivar a ousadia de ouvir. As ironias e o sarcasmo como que foram se liberando, e não passaram despercebidos pelos homens e mulheres comuns que agora marcham.

Sabe quem pode ter decifrado fração importante destes nós? Sob o incômodo exercício da função de máxima autoridade judiciária da República,  Joaquim Barbosa afirmou que os partidos no Brasil eram “de mentirinha”. Talvez pudesse não ter dito isso sendo quem é, e representando o que representa. Mas julguem por vocês mesmos mediante observação das ruas. Aquela verdade inconveniente não continha mais que mero fundinho de razão? Muita gente — a maioria que assistiu ao desenrolar das discussões no STF — gritava “sem partido, sem partido”. É inegavelmente um novo fenômeno social, que vai gerar implicações políticas adiante.

E agora? Espera-se civilidade e respeito, sem dúvida. Mas por que temos a sensação de que o poder público está se omitindo? Medo das massas? Aflição pela sangria de votos já em curso? Para garantir a integridade dos manifestantes e das cidades estamos testemunhando um colapso paralelo. O estado de direito ainda deve ou não prevalecer numa democracia? Cidadãos podem aplaudir, mas não querem ser acuados pela liberdade dos outros. É para esperar os tribunais revolucionários? Para quando? Vai ter fórum privilegiado para quem apoiou?

Pode-se perguntar como fica o direito dos que não se manifestaram?   Vinte e dois hospitais nos arredores da Paulista não têm podido funcionar adequadamente e em outras capitais mais gente ficou sitiada. Alguém contabilizou? Alguém sabe o que isso significa para as famílias com parentes internados? Estão se lixando? Um detalhe? Ah, isso é coisa de burguês? Mas o risco de se aglutinar é esse mesmo. Perder a individualidade, abandonar-se à transcendência horizontal, e, com isso, esquecer do motivo que, em última análise, nos impeliu às ruas: opor-se ao massacre do sujeito.

Deveríamos sempre lembrar que, em qualquer causa justa, renunciar à delicadeza é o princípio do fim.

http://www.jb.com.br/coisas-da-politica/noticias/2013/06/20/ousadia-para-ouvir/

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Deteste o senso comum

13 quinta-feira jun 2013

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“Destarte se esclarece o entendimento, Que experiências fazem, repousando, E fica vendo, como de alto assento, O baixo trato humano embaraçado.

Este, onde tiver força o regimento, Direito, e não de afeitos ocupado,

Subirá (como deve) a ilustre mando, Contra vontade sua, e não rogando” (Camões, Os Lusíadas, Canto VI)

Os slogans de luta estão de volta. A geração pós-ditadura militar, pós-Collor e pós-Lula agora se escandaliza com a volta da inflação e os preços praticados no Brasil. De repente, consensos feitos à nossa revelia ganham as ruas como grito coletivo. Você pode até se ver no meio de uma marcha, sem saber se aquilo de fato representa o que você quer. A passagem está cara? Alguém há de pagar. Atraso na estação de metrô? Vamos botar para quebrar. A maconha está proibida? O trânsito vai parar. Meu time perdeu? Toca a incendiar carros. O que isso quer dizer? Que vivemos a sociedade de tolerância zero. Zero de frustração. Zero de civilidade. Quem grita mais alto leva. Pois não é que os militantes do precinho, regidos pelo imediatismo, também se apoiam no senso comum?

Vivemos a sociedade de tolerância zero, zero de frustração, zero de civilidade

Destarte, o notável agora, fora a promoção da violência, tem sido testemunhar a pobreza de espírito das últimas reinvindicações. Melancólico constatar que não lutam por mais liberdade, contra a censura, nem por ética na política. O problema não são gerações de administradores com descaso pelo transporte público ou com a calamidade das cidades. Agora a boa briga é berrar contra aumento das tarifas e miudezas de ocasião. Tantos exemplos municipais, estaduais e federais em que tivemos o “pragmatismo acima de tudo”, que eles, enfim, aprenderam. Querem mais é desconto.

Esta consciência instantânea — linchamentos, justiça relâmpago e turbas inflamadas fazem parte do pacote — é a outra faceta do senso comum que escraviza a maioria. Ela também é a responsável pelas catarses sociais sem causa, pelo cabresto eleitoral e pelo culto às celebridades. É preciso coragem para ir contra o senso comum e confirmar que precisamos de uma refundação. Das noções de ética, valores e princípios.

Mais um motivo para que você deteste o senso comum. As propostas oriundas dele pressupõem uma redução intelectual drástica, e ainda ameaçam virar soluções imediatas para os grandes problemas sociais como violência, corrupção e desmandos. E tanto faz a ideologia. Faz parte do acervo: “Por que eu não faria se todo mundo faz?”, “Bolsa Família resolveu os problemas de renda no Brasil”, “reduzir maioridade penal e dar mais poder de fogo à polícia”, “políticos não prestam”, “direitos humanos servem para proteger criminosos”, “ficaram ricos porque roubaram”, “a ditadura é que era boa”, “está desempregado porque é vagabundo”, “se ele indicou para votar, deve ser bom”, “os responsáveis pelos nossos problemas são os outros”.

Essas e tantas outras preciosidades que se ouvem pelas ruas são exemplos de como noções silenciosas se formam, crescem e migram, sem que se possa refletir sobre elas. Os populistas e a casta de dirigentes que nos assistem fazem amplo uso, não só subliminar, dessas vozes sociais. E ninguém negará seu êxito: reproduzem direitinho o que se quer ouvir para contabilizar votos. É a política do eco.

Noções silenciosas se formam, crescem e migram, sem que se possa refletir sobre elas

Um político reformador, original, crítico e criativo não teria a menor chance frente à massa de chavões e lugares comuns que são campanhas eleitorais. Decerto, um candidato que não ficasse na reprodução dos refrões e obviedades seria tomado como elitista,  eleitoralmente inviável ou louco.

Albert Camus queria assassinar toda esperança. Max Weber pedia desprezo pelo senso comum. Mas realismo sem esperança é autoflagelo, e não se pode simplesmente ignorar a multidão. Mesmo assim, diminuir as expectativas e educar-se para não ser pressionado pelas opiniões coletivas é uma alternativa política para que cada um aspire a ser sujeito da própria história.

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