• Uma entrevista sobre Verdades e Solos
  • Resenha de “Céu Subterrâneo” no Jornal da USP
  • A verdade lançada ao solo, de Paulo Rosenbaum. Rio de Janeiro: Editora Record, 2010. Por Regina Igel / University of Maryland, College Park
  • Resenha de “Céu Subterrâneo” por Reuven Faingold (Estadão)
  • Escritor de deserto – Céu Subterrâneo (Estadão)
  • A inconcebível Jerusalém (Estadão)
  • O midrash brasileiro “Céu subterrâneo”[1], o sefer de “A Verdade ao Solo” e o reino das diáforas de “A Pele que nos Divide”.(Blog Estadão)

Paulo Rosenbaum

~ Escritor e Médico-Writer and physician

Paulo Rosenbaum

Arquivos da Tag: liberdade de expressão

Somos todos judeus?

09 sexta-feira jan 2015

Posted by Paulo Rosenbaum in Artigos, Imprensa, Na Mídia

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conflito armado, liberdade de expressão, lobos solitários, passado colonial, somos todos judeus?

Somos todos judeus?

Paulo Rosenbaum

09 janeiro 2015 | 15:52

supermassacre

Escrevo sob forte emoção. Sim, agora está confirmado. Era mesmo o supermercado kosher, judaico, e agora me dizem, a inteligência confessou: não existem lobos solitários. Quatro ficaram sem vida. Deve ser porque alcateias separadas agem melhor. E me pergunto, partilhamos o mesmo mundo? E alguém, por favor responda, qual mundo considera recuperável pessoas que usam sua liberdade para eliminar a dos demais? Então é uma guerra, conflito armado. Neste caso como responsabilizar a omissão do Estado?  Já não era uma tragédia anunciada? Esta já passou, a próxima? Como se elegem alvos? Quanto tempo demora para se reconhecer que uma epidemia de terror não é só evento mimético?

Ocultos ou não em suas consciências, há quem entenda perfeitamente o que se passa. Agora que não é a liberdade de expressão, seria o que? Supressão dos outros. Era para ser assim? Como se identifica o terror? Desconfio que se considerem seres especiais. Ele perguntou na porta da mercearia judaica “você sabe quem eu sou, não?”. Não, não sabemos? Provocar a morte é tomada como passe livre para um mundo melhor. E quem vos ensinou isso? Nenhuma religião ensina ou não deveria ensinar. Os meus amigos acadêmicos acabam de me dizer que a culpa é da xenofobia, do passado colonial, das guerras inacabadas, da culpa judaica. Não discordo completamente, mas, no caso judaico, qual seria a culpa? A ancestral, a atual, a futura? Israel? Em disfarce, um justificacionismo intelectual vergonhoso. O alinhamento ideológico com a barbárie, ainda que atenuado por interpretações históricas criativas.

O discurso do ódio e o incitamento – ativo ou passivo — parece ter uma só direção e ele não conhece ascendência, descendência, idade ou classe social. Trata-se de um mundo forjado no triunfo, disso já sabíamos. Mas há algo novo aqui. E isso explica a perplexidade. Desconhecíamos um princípio narcísico de morte. Por quem serão lembrados? Pela auto extinção? O heroísmo tem enfim novo perfil. Valores como covardia e perversidade são valores neutros, interpretados como parte do martírio exigido. A mancha biográfica transforma-se em distinção. Entre milhões pacíficos eles e seus incontáveis cúmplices e coautores coroam-se como os novos ícones.

Você ainda quer explicar? Esqueça, e não me venha com mas, apesar de, ou considerando bem.

Falo, mas saibam que sou forçado à contenção. Em nossos dias, a sátira é perigosa, expor a injustiça pode virar crime e a espontaneidade pode custar caro. Pressinto que não deveria perguntar mas já que a verdade não pode conhecer prudência, – insisto.

E hoje, o mundo assumirá a próxima tarja?

 “somos todos judeus”.

Tags: lobos solitários, massacre no supermercado kosher, somos todos judeus?

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No futuro todo jornalista terá status de correspondente de guerra (blog Estadão)

07 quarta-feira jan 2015

Posted by Paulo Rosenbaum in Artigos, Imprensa, Na Mídia

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liberdade de expressão

necrologicodevalorXX

 

Ninguém quer falar, mas agora ela se foi. Um último suspiro. Foi hoje pela manhã. Não divulgaram, mas as tentativas de salva-la, não foram só inúteis: evidenciou toda doença e expôs a desproteção sob a qual vivia. O estado já era crítico, mas, sempre nos enganamos com a maquiagem e com as expressões suaves. A verdade é que esteve suprimida para não exaltar ainda mais seus sintomas. Mesmo assim, ninguém percebia bem a gravidade da sua situação. Andava doente, mas mantinha a cabeça erguida. Vinha reclamando da população. Num episódio célebre, notou pessoas se escondendo enquanto a mordaça estava sendo apertada contra sua boca. Com uma lesão na garganta não conseguia mais falar como antes. Enrouquecia todos os dias. Engasgava e precisava ter cuidado com as palavras. Mesmo assim, não faltou um só dia para voltar à carga. Se todos estão testemunhando por que não se manifestam? Nunca conseguiu compreender ou aceitar fingimento. A sociedade teria enfim aprendido a cegueira seletiva dos políticos? Chegou a considerar que vivíamos uma epidemia de estoicismo. Não ver ou se recusar a enxergar num mundo cada vez mais vigiado e controlado.

Os alertas iniciais foram dados, ela mesmo se encarregou de acenar. Valores democráticos são frágeis, e tem sempre gente tentada a regular, monitorar e todos sinônimos marotos para driblar a palavra “censura”, costumava dizer. Sem precisar forçar pendia ao bom humor. Tudo era natural nela: a risada, a ironia e a sátira sempre usadas para romper o clima pesado. Tudo se intensificava quando insistiam nas carrancas, lamentos e assuntos sérios. As vezes se questionava. Tinha o direito de ser provocadora? Talvez não, mas isso nunca a intimidava. Era obrigação ser careta? Conter-se na missão de opinar? Defendia-se afirmando o direito de interpretar as notícias e que ela mesma era o último valor pelo qual fazia sentido lutar. Mesmo sem aptidão para profeta, acabou gerando profecias.

Seu leitmotiv? Brincar com a seriedade. Colou na entrada da redação: quanto mais nos levarmos a sério, mais insanos nos tornamos”. Acusada de irreverente quando deparava com culturas menos liberais, escrevia em seu diário que “Minha exigência? A razão da minha existência? Instigar o raciocínio, a crítica, desafiar e informar sem deixar que nos intimidem”. Contam os mais velhos que, certa vez, cercada por intolerantes de todos os lados, e à beira de um linchamento, saiu-se com essa: “Vocês podem acabar me eliminando, mas se é verdade que os valores subjetivos não morrem, sou como o fantasma que assombra. Piadas em dobro reservadas para aqueles que me perseguem”.

Em meio aos milhares de escritos inacabados, acaba de ser encontrado ao lado do corpo, um estudo que ela, A Liberdade de Expressão, esboçou para o próprio epitáfio: “A realidade é absurda: divirtam-se”

Tags: fanatismo jihadico, liberdade de expressão, luto pelo massacre em Paris, necrologico para um valor subjetivo

Todo jornalista será correspondente de guerra.

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Blog Estadão – Contra quem lutamos?

04 segunda-feira nov 2013

Posted by Paulo Rosenbaum in Artigos

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decadência da liberdade, http://blogs.estadao.com.br/conto-de-noticia/contra-quem-lutamos/, liberdade de expressão, maestros e liderança horizontal, violencia

Contra quem lutamos?

 

 

 

 

Violência em atos ofusca movimentos pacíficos em São Paulo

 

 

 

País teve 50 mil mortes em 2012, maior nº em 5 anos

 

Enquanto Maduro enxerga Chávez nos terminais, Cristina vê Nestor na Casa Rosada e a presidente projeta o rosto do mentor nos postes do distrito federal. Isso significa que lutamos contra fantasmas, irracionalismos estudados na véspera. Lutamos contra entidades abstratas e ideologias personalistas não democráticas. Bolsas geram inclusão, mas não integração para o desenvolvimento. Precisamos de vínculos sociais estáveis que só renda e trabalho oferecem. Os países da América Latina se fecham num protecionismo beócio, travam lutas contra a liberdade de expressão e resistem à única saída possível ao terceiromundismo: a abertura que oxigena a política e a economia. A demonização da liberdade, confundida com liberalismo, ainda não tem um nome político, mas isso é questão de tempo.

 

Quando um modelo está presta a ruir dizem que há ascenção formal e informal dos prestidigitadores. que, em nossa era, atendem pelo nome de marquetólogos. Vendem ilusões e plantam as sementes do embaralhamento para levar seus clientes ao pódio eleitoral. Essa gente, que apenas por abstração escapa da acusação de estelionato, usa a distração e o consumo para fomentar paraísos nas terras devastadas. Ou não estamos ainda lá com a epidêmica cifra de 50.000 mortos no último ano, vítimas da violência?

 

Mas é claro que a liderança horizontal tem maestros. Numa roda destas que se formam, depois que a cota de carros queimados foi atingida, ouviu-se de alguém ao celular que “estava tudo conforme o planejado” e que o “pessoal estava satisfeito”.

Alô pessoal, não é porque estamos perplexos que não captamos o plano.   

Por favor, comentar usando o link do jornal

http://blogs.estadao.com.br/conto-de-noticia/contra-quem-lutamos/

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Naturalizando o insuportável

10 quinta-feira out 2013

Posted by Paulo Rosenbaum in Artigos

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Claudia Trevisan, liberdade de expressão, Obamacare, terrorismo

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Jornal do Brasil

Quinta-feira, 10 de Outubro de 2013

 

    Coisas da Política

    Hoje às 06h13

    Naturalizando o insuportável

    Paulo Rosenbaum – médico e escritor

    Quem pode acompanhar esta página sabe o desprezo que me causa o antinorte-americanismo sectário, dominante no circuito do jet set diplomático e politico mundial. Cometem seus erros, mas só quem não tem computador não sabe que a espionagem é a alma dos negócios. Pode-se espernear, mas o que os Estados Unidos avançaram em termos sociais, tecnológicos e na implantação de uma democracia e instituições sólidas nenhum outro país do mundo ocidental conquistou. Certo, são egoístas para favorecer o próprio povo. Mas não é isso que um Estado decente deve ser? Poderiam ser menos egocêntricos, de acordo. Mas o crescimento do protecionismo mundial escancara: ninguém é vilão sozinho. E até aqui sedimentavam seus índices sociais mantendo a liberdade e a democracia, o que não é fácil. Muitos socialistas órfãos sabem disso, mas não podem admitir em público. Aliás, talvez um dos primeiros países a cumprir as demandas do Manifesto Comunista no que diz respeito aos direitos trabalhistas. Claro que eles não têm nosso tino paternalista, nem nossa capacidade de rir dos próprios infortúnios. Enquanto isso, o irresoluto Obama oscila entre notáveis propostas de avanço social — a inclusão de 50  milhões de pessoas nos serviços de saúde é o que está em jogo — e humilhantes concessões na política externa que estão corroendo símbolos. Pois, o que significa tomar lições de moral  e cívica de Putin? É autoevidente. 

    O fato é que a melhora dos índices de pobreza eram provas de que havia recuperação e eficiência. A retomada depois do tombo de 2008 — nas previsões otimistas para 20 anos — estava se fazendo em menos de cinco — tudo fruto de gerações de fibra dos norte-americanos.  Eles não só superaram a ideia do lucro e da livre iniciativa como pecados burgueses, como formataram um sistema de previdência social que mesmo ruim ou deficitária é muito melhor que o da concorrência. Isso, mesmo naqueles países onde o bem estar-social é chamado de outros nomes.

    A melhora dos índices de pobreza eram provas de que havia recuperação e eficiência nos EUA

    Mesmo na recuperação econômica nota-se um clima de regressão. De abandono de algum eixo sobre o qual os pioneiros ergueram a Constituição mais duradoura e enxuta da história. A liberdade parece estar afundando na armadilha da guerra fragmentária e sem perspectivas. Não porque haja qualquer dúvida da superioridade estratégica e militar, mas porque é impossível abrir intermináveis e extensas frentes de batalha e não sucumbir. Roma soube disso tarde demais, e só quando se esgotou o estoque de escravos.  

    A prisão de um jornalista do estado de São Paulo, Claudia Trevisan, no campus de uma universidade é um sintoma. Mas há outros. Mais graves ainda. Apenas seis meses separam o atentando terrorista dos dois irmãos chechenos em Boston, do fuzilamento de uma senhora que, após uma depressão puerperal, teve a infelicidade de ter seus delírios e fantasias com o presidente. Procuremos não os elos óbvios entre a paranoia antiterror generalizada e a politica que tem levado a erros de julgamento cada vez mais graves. Os irmãos que explodiram e mutilaram pessoas em Boston tiveram inúmeros defensores. Até a velha e ridícula legião, que conseguiu plantar todos os eventos nas costas da CIA. Chegou a haver comoção pelos dois jovens terroristas que resistiram, um morto e o outro gravemente ferido num barco da pequena cidade em Massachusetts.

    Por mais insanas que sejam as justificativas, isso significa que há sempre gente disposta a  defender direitos das minorias, desde que estas tenham causas ideológicas em comum. No caso da senhora que, desarmada, estava no dia e hora erradas e seu carro recebeu pelo menos 29 balaços da policia local até ter a trajetória interrompida para sempre. Não houve comoção. O caso não parece ter recebido a atenção devida.  O silêncio relativo é aquele que faz soar o “mereceu o que recebeu”. Seu destino ficou por isso mesmo. Depois de morta, ninguém hasteou bandeira a meio pau. Não houve passeatas, nem mesmo contestações veementes da mídia mais progressista. Isso é mais do que um sintoma. É um sinal, e não vem dos céus. Estamos naturalizando o insuportável, e o retrocesso é mental.

    Mas é claro que há uma guerra, a terceira, mundial, ainda fria, fracionada demais para que se note. O mundo inteiro está em polvorosa. Mas, será que a resposta é dobrar a reação? O mundo pede menos censura e mais cuidado. O mundo exige atenção ao outro. Torço para que os irmãos de cima resistam à tentação totalitária para se igualarem a tantos outros. Pode ser que não passe de um pesadelo dos direitos civis e um coma transitório dos valores democráticos. 

    http://www.jb.com.br/coisas-da-politica/noticias/2013/10/10/naturalizando-o-insuportavel/

     

     

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