• Uma entrevista sobre Verdades e Solos
  • Resenha de “Céu Subterrâneo” no Jornal da USP
  • A verdade lançada ao solo, de Paulo Rosenbaum. Rio de Janeiro: Editora Record, 2010. Por Regina Igel / University of Maryland, College Park
  • Resenha de “Céu Subterrâneo” por Reuven Faingold (Estadão)
  • Escritor de deserto – Céu Subterrâneo (Estadão)
  • A inconcebível Jerusalém (Estadão)
  • O midrash brasileiro “Céu subterrâneo”[1], o sefer de “A Verdade ao Solo” e o reino das diáforas de “A Pele que nos Divide”.(Blog Estadão)

Paulo Rosenbaum

~ Escritor e Médico

Paulo Rosenbaum

Arquivos da Tag: totalitarismo

Por uma vírgula (blog Estadão)

24 quarta-feira jun 2015

Posted by Paulo Rosenbaum in Artigos

≈ Deixe um comentário

Tags

a pele é nossa, conto de notícia, controle da mídia, frases inesquecíveis, por uma vírgula, totalitarismo

virgula

Aby Warburg escreveu que Deus está nos detalhes. De fato, exemplos históricos demonstram como uma simples vírgula pode mudar o mundo.

A presidente acabou de dizer, em referencia às críticas tecidas na sede do Instituto :

“Todo mundo pode criticar, ainda mais Lula” .

Na teoria conspiratória da decomposição de textos podemos ficar com uma interessante coleção de interpretações em meio à implosão sintática:

Todo mundo pode criticar ainda mais Lula.

Neste caso, extirpada a vírgula, a presidente estaria devolvendo a deselegância sofrida e liberando partidários e a militância arrependida para criticar seu mentor.

Ainda mais Lula!

Aqui, para além da vírgula. Estaríamos diante da invocação subliminar de que se tudo der certo e a esquiva continuar boa, podemos aguardar, para 2018, por mais um ciclo fresco de promessas longas, procrastinação, falta de rumo e muita, mas muita conversa fiada.

Todo mundo pode criticar.

Neste caso, seria uma espécie de refluxo da tentação autoritária do velho projeto de “controle da mídia” e, de quebra uma cutucada em seu mentor, lembrando, com ternura, o episódio de quase expulsão daquele jornalista, um norte americano, (só podia ser)  que ousou falar poucas e boas do ex presidente.

Mas no hall do museu das frases épicas da sala batizada como “Nunca antes” não se pode deixar de analisar a frase do ex presidente que ecoou naquele mesmo dia. A frase é, como de praxe, notoriamente banal. Mereceu entretanto uma placa que agora figura no panteão de entrada da impressionante sede. O motivo de tal reverencia é o mesmo que mitificou tantas personalidades: disfarçada de simplória, simulacro de desabafo, a máxima foi tomada como surto de clarividência política:

 “Nós temos de definir se queremos salvar nossa pele e nossos cargos ou se queremos salvar nosso projeto”

     Pela manhã, a placa deste sincero monumento de reavaliação de princípios amanheceu pichada:

 Cargos e projetos, amigo, já deu, a pele é nossa. 

Nota do Editor- Por razões gráficas, a posição das vírgulas desta pichação pode ser livremente modificada.

http://brasil.estadao.com.br/blogs/conto-de-noticia/por-uma-virgula/

Compartilhe:

  • Imprimir
  • Mais
  • Tweet
  • WhatsApp
  • Telegram
  • Pocket
  • Compartilhar no Tumblr
  • E-mail

Curtir isso:

Curtir Carregando...

#naovaiterdialogo (blog Estadão)

29 quarta-feira out 2014

Posted by Paulo Rosenbaum in Artigos, Imprensa, Na Mídia

≈ Deixe um comentário

Tags

#naovaiterdialogo, autoritarismo, eleições 2014, manobras do partido, totalitarismo

#nãovaiterdialogo

Paulo Rosenbaum

29 outubro 2014 | 14:00

 

Além dos slogans, tivemos que escutar que o Estado, os interesses da nação estão acima dos indivíduos. É preciso declarar o oposto. O interesse dos cidadãos é que deve monitorar os interesses do governo. Pois não é o que acontece na realidade. Esta pequena, porém monstruosa inversão, serve muito bem: às arbitrariedades. O poder executivo cultua a supremacia. Uma vez sufragados, passaram a imagina-lo como uma qualidade quase irrestrita, com autonomia absoluta sobre os comandados. Ou alguém ouviu  projetos serem exaustivamente discutidos? Por que então perduram? É preciso recusar a melancolia reducionista de que “o marqueteiro deles venceu o nosso”.

Quem ouviu notou: a oferta de comunicação com o “outro lado” foi feita com altivez e a convicção da hegemonia. Imaginária. No manual de fisiologia do poder está escrito que o ganhador passa a fantasiar que 50% mais um dos votos válidos, configuram álibi universal. A ofensiva, os protegeria de todas as vicissitudes. Uma imunidade que exalta quem governa acima de todos os outros cidadãos. Uma aberração pré-iluminista repetida pelos refrões do populismo de crediário.

E qual seria então o diálogo que a mandatária geral diz desejar? Não se ouviu menção ao nome do candidato derrotado. Pode ser por superstição, conselho do João, ou negação. Mesmo assim, era o mínimo que a etiqueta  exigiria. Será que ela não teria se enganado? Que o diálogo a qual ela se referia tinha outro nome? Será que não seria falar consigo mesma, deliberar entre si, com seus botões, dizer à parte, pensar alto?  Já a conversação, que tanto o senso comum como 50 milhões de pessoas esperariam, talvez estivesse mais próxima de outro conjunto de analogias: cavaquear, dar trela, quatro dedos de prosa, conciliábulo, ecloga, colação, arrazoado e trato.

Difícil decifrar a qual das duas modalidades ela se refere. A primeira, parece ser a forma mais familiar à legenda que a acolhe. A segunda, pressupõe aceitar que existe um interlocutor com vontade própria. Um desigual. O heterogêneo. Um ser crítico. De qualquer forma alguém que, necessariamente, não partilha das mesmas premissas.

Dialogar não é fácil.  É  campo onde não se pode dar falsas esperanças, já que esta arte não pode ser adquirida nos cursos do pronatec.

Mas, se houvesse a mínima esperança, a aula inaugural deveria apresentar uma ementa mais ou menos assim:

”Não se dialoga quando se jogam classes sociais umas contra as outras, não se dialoga quando, para difamar os oponentes, abusa-se das parafernálias do Estado.  Não se dialoga sob o bombardeamento de propostas autoritárias. Não se dialoga quando não se sente sinceridade. Não se dialoga sob manobras regimentais.  Não se dialoga com quem estufa o peito e diz que “faz o diabo”. Não se dialoga com quem solapa a constituição. Não se dialoga com quem organiza a supressão da imprensa. Não se dialoga com a faca tributária no pescoço. Não se dialoga com contratos já editados. Não se dialoga com pautas goela abaixo. Não se dialoga sob censura. Não se dialoga com quem não te enxerga. Não se dialoga pisoteando a justiça. Não se dialoga sob a tutela de gurus. Não se dialoga quando o objetivo é ganhar tempo. Enfim, não se dialoga sem o mínimo de elegância.”

Tags: #naovaiterdialogo, diálogo, eleições 2014, farsa e diálogo, terceiro turno e prorrogação

Compartilhe:

  • Imprimir
  • Mais
  • Tweet
  • WhatsApp
  • Telegram
  • Pocket
  • Compartilhar no Tumblr
  • E-mail

Curtir isso:

Curtir Carregando...

Direito de Resposta

01 quarta-feira out 2014

Posted by Paulo Rosenbaum in Artigos, Imprensa, Livros publicados, Na Mídia

≈ Deixe um comentário

Tags

Bolivar, direito do consumidor, eleições 2014, fraude eleitoral, golpe de Estado, manifesto comunista, Marx, Modelo bolivariano, queda do muro de Berlim, risco de ditadura, totalitarismo

Direito de Resposta

Paulo Rosenbaum

01 outubro 2014

Solicitei faz tempo, mas só chegou hoje. Como consegui? Usei a lei de proteção ao consumidor. Já que o candidato é hoje apresentado como produto, não deveria vir com garantia de devolução? Um juiz aceitou meu argumento. Como nunca tive direito de resposta nem sei por onde começar. A senhora é dona do País? Determina liberdade ou cárcere? Perdão, é que no debate deu essa impressão. E se lhe disséssemos: dispensamos aquele passeio pelo Jardim Venezuela? E se explicássemos que a essência de um estadista é estimular a inclusão? Ou a Sra. acha que o eleitor com candidato derrotado merece ser subjugado? Desaconselhável instigar a luta entre classes. Como meu pai lembra, o próprio Marx teria revisado este e aquele outro tópico do manifesto. Aquele “cada um terá de acordo com suas necessidades”, sempre foi, de longe, o mais problemático. Claro, claro, a senhora diz ser flexível, só não admite remendos na cartilha. Mas não é meio abusivo insinuar uma constituição redigida pelo seu partido? Ainda temos o direito de saber o que a Sra fará assim que assumir, se assumir? Até hoje não tivemos direito de contestar a promessa desviada, a creche na maquete, tijolos sem olarias, escândalos em refinarias. A excelentíssima afirma que a volta da inflação é culpa da crise externa, a queda dos mercados especulação e o fracasso econômico complô internacional e não há malversação. Só para saber, sobrou algo para ser debitado da incompetência? É que ficamos com a impressão de uma grande conspiração. A Sra corre o risco de estar tratando a verdade com a mesma deferência com a qual seus funcionários tratam os números. Deixe-me também explicar Dra. que, caso a senhora prefira o modelo Bolivar essa é a hora de explicita-lo! Estamos a nos indagar o que será que ele tem a ver conosco. Já ia esquecendo: dia 9 de novembro é o aniversário de 25 anos da queda do muro de Berlim. Eu sei, eu sei, não precisa chorar, aquilo doeu na senhora, mas são os nossos tempos. Já que tocamos no assunto, liberdade nunca foi valor pequeno burguês, a democracia não se dobra ao gosto do freguês e não queremos modelo chinês. Quem é pessimista não é direita. É que já existiu uma esquerda arrojada e anti stalinista. Por falar nisso, que papelão! Aquele da ONU foi impagável mas me refiro aquele da imprensa. Se ela não investigar a quem caberá a prerrogativa? Estou sabendo que boa parte da Universidade te apoia, mas quem abandona seu papel crítico, renuncia à análise e vegeta na militância. Não faz diferença? Discordo. Caso queira reformar a República, virar de ponta cabeça as instituições e refazer a nação, anuncie hoje, antes da eleição. Fale dos seus ídolos políticos, do poder dos Conselhos Populares, do futuro da propriedade privada e quais os planos para a instabilidade social. Pode omitir aquela palavra que dá medo no pessoal. No lugar de comuni… use regime que se apropria dos meios de produção e decide para sempre todo o resto. Compreendo, é tentador mudar as regras do jogo no meio da partida, só que tem muita gente com a mesmíssima vontade.

PS- Não esqueça de mandar felicitações para Angela.

Respeitosamente,

Eleitor e consumidor

Compartilhe:

  • Imprimir
  • Mais
  • Tweet
  • WhatsApp
  • Telegram
  • Pocket
  • Compartilhar no Tumblr
  • E-mail

Curtir isso:

Curtir Carregando...

Desfaçam-se, cabeças! – Blog Estadão

21 sexta-feira fev 2014

Posted by Paulo Rosenbaum in Artigos

≈ Deixe um comentário

Tags

centralismo partidário, democracia, hegemonia e monopólio do poder, significado de justiça, totalitarismo, violencia

Conto de noticia
Conto de Notícia, Conto de Notícia, Paulo Rosenbaum
21.fevereiro.2014 11:30:05

Desfaçam-se, cabeças.

Na véspera de ato contra Copa, polícia e manifestantes reforçam tensão

Governo teme violência em protestos no Mundial e investe R$ 1,9 bilhão

O que mais se vê são opiniões consolidadas, cabeças feitas e gente convicta. A avalanche de palpites e a legião de juízes instantâneos se espalha pelo País empurrando o debate para a duvidosa sombra das certezas. Para que esperar até outubro se todos já sabem em quem vão despejar os votos? O hábito de acreditar em propaganda e na ridícula maquiagem, amplia a abolição do discernimento. No lugar de lançar dúvidas sobre os exemplos dos líderes, de indagar sobre a obsessão pelo consumo, de se inquietar por uma cultura guiada pela competição e orientada para insuflar conflitos, preferimos vereditos ditados pelo twitter.

Sob um discurso salvacionista a violência – na linguagem auto referente, na gesticulação ameaçadora, na assertividade agressiva, nos golpes sujos  — a violência continua sendo semeada desde o planalto e já germina selvagem na planície. Não é bom agouro quando o exército enfrenta a população.  No País e no continente latino americano os comandantes fingem defender a liberdade, enquanto cassam os direitos de expressão. Vozes discordantes passaram a representar traidores golpistas. Toda crítica perseguida para assegurar perpetuidade no poder. O jornalismo independente é apenas a última linha a ser suprimida da pauta.

Num movimento de inspiração absolutista, o establishment político que governa parece torcer contra as instituições. Faz força para emperrar o que já é sôfrego e ineficiente. Podemos nunca ter sido sérios, mas sabotagens dessa magnitude beirariam o incompreensível se não significassem a mais pura malandragem. Reparem, num estalo podemos virar fósseis. Basta uma imagem acusatória, uma calúnia, um dossiê subsidiado para que a tinta seque na cara do adversário.

Camus tinha o faro empírico e podia ser irritantemente preciso: quando não se tem caráter é necessário um método. Ainda que nossas tormentas não sejam as mesmas experimentadas por Hamlet nas tramoias do Reino, sempre soubemos os caminhos que levavam ao desfiladeiro. Chame-se do que quiser, pressentimento, intuição, presságio. A sensação pode ser impalpável, subjetiva e difusa e embora compartilhada nos corações, o consenso continua entalado nas nossas entranhas: há algo de muito podre na República.

http://blogs.estadao.com.br/conto-de-noticia/desfacam-se-cabecas-a-duvidosa-sombra-das-certezas/


Compartilhe:

  • Imprimir
  • Mais
  • Tweet
  • WhatsApp
  • Telegram
  • Pocket
  • Compartilhar no Tumblr
  • E-mail

Curtir isso:

Curtir Carregando...
Artigos Estadão
Artigos Jornal do Brasil

https://editoraperspectivablog.wordpress.com/2016/04/29/as-respostas-estao-no-subsolo/

Entrevista sobre o Livro

aculturamento Angelina Jolie anomia antiamericanismo antijudaismo antisemitismo artigo aspirações impossíveis assessoria assessoria de imprensa assessoria editorial atriz autocracia autor autores A Verdade Lançada ao Solo açao penal 470 blog conto de noticia Blog Estadão Rosenbaum Censura centralismo partidário centros de pesquisas e pesquisadores independentes ceticismo consensos conto de notícia céu subterrâneo democracia Democracia grega devekut dia do perdão drogas editora editoras Eleições 2012 eleições 2014 Entretexto entrevista escritor felicidade ao alcançe? Folha da Região hegemonia e monopólio do poder holocausto idiossincrasias impunidade Irã Israel judaísmo justiça liberdade liberdade de expressão Literatura livros manipulação Mark Twain masectomia medico mensalão minorias Montaigne Obama obras paulo rosenbaum poesia política prosa poética revisionistas do holocausto significado de justiça Socrates totalitarismo transcendência tribalismo tzadik utopia violencia voto distrital
Follow Paulo Rosenbaum on WordPress.com

Cancelar
loading Cancelar
Post não foi enviado - verifique os seus endereços de e-mail!
Verificação de e-mail falhou, tente novamente
Desculpe, seu blog não pode compartilhar posts por e-mail.
%d blogueiros gostam disto: