• Uma entrevista sobre Verdades e Solos
  • Resenha de “Céu Subterrâneo” no Jornal da USP
  • A verdade lançada ao solo, de Paulo Rosenbaum. Rio de Janeiro: Editora Record, 2010. Por Regina Igel / University of Maryland, College Park
  • Resenha de “Céu Subterrâneo” por Reuven Faingold (Estadão)
  • Escritor de deserto – Céu Subterrâneo (Estadão)
  • A inconcebível Jerusalém (Estadão)
  • O midrash brasileiro “Céu subterrâneo”[1], o sefer de “A Verdade ao Solo” e o reino das diáforas de “A Pele que nos Divide”.(Blog Estadão)

Paulo Rosenbaum

~ Escritor e Médico-Writer and physician

Paulo Rosenbaum

Arquivos da Tag: Obama

O que não enxergamos?

15 quinta-feira nov 2012

Posted by Paulo Rosenbaum in Artigos

≈ 1 comentário

Tags

anomia, centralismo partidário, centros de pesquisas e pesquisadores independentes, Eleições 2012, indicadores, justiça, liberdade, mensalão, Obama, poesia, riscos, significado de justiça

O que não enxergamos?

As doses fortes do STF e as sentenças no prelo deixam a sensação de que a justiça foi bem feita. As penas altas fizeram alguns festejar o início de uma nova era. Como figura pública, o ministro Barbosa emerge como novo e intempestivo fator.

Passei incólume pela euforia. Talvez porque as narrativas não alcançaram ou discutiram o que realmente importa: a agressão à democracia. Claro, eles não eram malfeitores comuns, as intenções eram as melhores possíveis, fazer prevalecer o que acreditavam ser o melhor para todos. Não compravam deputados, tentaram é calar qualquer voz dissonante. Mas, se eles derem licença, preciso dizer que eu, como muitos, não tem claro que o isso deles é o melhor. Se bem esclarecida, a maioria também recusaria o “melhor para todos” goela abaixo, e o trocaria por um punhado de liberdade para discordar.

Então descubro que a incapacidade de vibrar com sentenças judiciárias não decorre só da natureza melancólica e deprimente dos fatos, mas de perceber, em todo canto, que a ideologia triunfa sobre ideias e assim vai inutilizando e desconstruindo o diálogo, a nossa grande chance de sair dessa furada.

Pergunto-me se eles realmente perderam? Talvez aqui paire a grande ilusão, pois no final das contas, a lógica do mensalão deu certo! Isso porque parte significativa da esquerda prefere se esconder atrás dos justificacionismos que exercer a autocrítica. Se com a direita a tese geral era o pornográfico “benefícios privados, riscos públicos”, a moda agora é “por melhores indicadores sociais, vale a pena até matar.”

É a sórdida mistura dessas duas lógicas que triunfa no Brasil contemporâneo, e não só na política.

Por isso, nada espantoso que tenhamos pena de morte de policiais decretada a partir de celulares de presídios de segurança máxima, ações desastradas que tentam estancar a sangria das chacinas diárias entre traficantes, milicianos e organizações criminosas e o espetacular resultado final: os habitantes das cidades sem saber a quem recorrer e como se defender da ausência de regras. Em caso de dúvida, perguntem ao Ministro da Justiça! Lembremo-nos que muitos réus foram avalizados por votação, e permanecem cultuados nas seitas às quais pertencem. Eles não são vilões solitários, tampouco os autonomeados mártires, como costumam se apresentar.

Será que estamos sendo conservadores? Injustos? Há alguma chance de encarar como justo o que os réus fizeram diante das circunstâncias históricas? Vale breve recapitulação.

Engatinhávamos na democracia e, de joelhos, assistimos Tancredo Neves desabar um dia antes da posse. O que nos aconteceu ali? O medo de que toda conquista das diretas, e o direito de escolher nossos representantes fosse, mais uma vez, adiado. Isso até que a junta militar decidisse se estávamos ou não maduros para votar. No palitinho, ganhamos um voto de confiança dos generais. E o que fizemos com nossa liberdade? Com ajuda da mídia elegemos Collor, e, com a ajuda da grande mídia corrigimos o equívoco. Em seguida, o intelectual FHC, um benévolo luxo inédito que nos permitimos, depois de longo período de obscuridade. O País avançou, as instituições se fortaleceram, apesar da má vontade da oposição petista da época. E foi esse avanço mais a essencial estabilidade da moeda que permitiu que Lula levasse a eleição seguinte. Triunfo importante para os trabalhadores, novos avanços e surpresa: alguma esperança republicana com a civilizada manutenção das conquistas dos governos anteriores. Mas eis que o candente núcleo político decidiu que precisava da hegemonia, e, inspirado em esquema pré-existente, do qual quase todos os outros partidos já haviam se beneficiado, montou o mais ousado e maciço assalto à República de todos os tempos. Aí veio a briga pelo espólio e as denúncias de Jefferson. O governo balançou e não caiu graças às ameaças de dossiês que, de parte à parte, geraram pânico entre os políticos e seus financiadores. A República, amedrontada, desmontaria. Será?

Aqui é possível afirmar: precisamos enxergar que ainda NÃO vivemos em pleno estado democrático de direito e nem gozamos de liberdade ampla geral e irrestrita, já que democracia sem diálogo não passa de ditadura com voto.

Ninguém é 100% em nada, muito menos honesto ou desonesto. Mas há uma linha- tabu, que não deve ser ultrapassada: decência e transparência com a coisa pública. E esqueçam arrependimentos: por paixão, ganância e poder, eles fariam tudo de novo embrulhados na bandeira de uma doutrina anacrônica e rançosa, que já não atende mais às sociedades do mundo.

Direita e esquerda falharam, falham e falharão, levando, junto com suas experiências caóticas, centenas de milhões ao buraco e aos divãs.

Alguém precisa inventar nova direção. Talvez nenhuma!

Paulo Rosenbaum é médico e escritor. É autor de “A Verdade Lançada ao Solo” (Ed. Record)

Paulorosenbaum.wordpress.com

Para assessar o link do JB

http://www.jb.com.br/coisas-da-politica/noticias/2012/11/15/o-que-nao-enxergamos/

Compartilhe:

  • Imprimir
  • Mais
  • Tweet
  • WhatsApp
  • Telegram
  • Pocket
  • Compartilhar no Tumblr
  • E-mail

Curtir isso:

Curtir Carregando...

O problema com o Irã é do mundo

17 quinta-feira nov 2011

Posted by Paulo Rosenbaum in Artigos

≈ Deixe um comentário

Tags

Conselho de Segurança ONU, Irã Atomico, Israel e a mídia, o que é paz?, Obama, política externa

O problema com o Irã é do mundo.

Passando uns dias em Boston (Massachussets-EUA) foi possível avaliar in loco a reação dos norte-americanos em relação ao desempenho recente de Obama. O intuitivo seria estimar que seu descompasso com a opinião pública poderia ter aumentado conforme a atual administração americana explicitasse as prováveis medidas em relação à corrida iraniana para obter o artefato bélico nuclear. A opinião pública americana mesmo farta de guerras, e ainda muito dividida quanto a um possível novo front pareceu ter assimilado bem o didatismo do presidente. Na entrevista coletiva no Havaí colocou as cartas na mesa ele foi além do jogo para a platéia e explicou –– o novo problema que um acesso à bomba iraniana traria, desestruturando de vez o já decrépito tablado, e para bem além do Oriente Médio.
Foi Herbert Marcuse quem escreveu que o equilíbrio estratégico entre as potencias se dava exatamente na tênue gangorra: posse e ao mesmo tempo inexequibilidade de uso do arsenal nuclear pelas superpotências. O emprego de armas de destruição em massa — como um bom jogo da velha – determinaria sempre empate ininterrupto e derrota bilateral. Nesse frágil balanço é que se evitaria que o mundo terminasse como no pesadelo de Einstein: não se pode prognosticar o curso da terceira guerra mundial, a quarta, entretanto, seria travada a paus e pedras.
É preciso compreender que o problema com o Irã não é de só Israel, concerne ao mundo. Enquanto Israel parecer ser o único e maior interessado em que o Irã não coloque as mãos na bomba — significa que a política externa dos persas e sua bem remunerada mídia estão funcionando muito bem. Foi brilhante construir como único arqui-inimigo um adversário relativamente demonizado e em geral mal quisto na imprensa internacional!

Para ler na íntegra acesse

http://www.jb.com.br/coisas-da-politica/noticias/2011/11/17/o-problema-com-o-ira-e-do-mundo/

Compartilhe:

  • Imprimir
  • Mais
  • Tweet
  • WhatsApp
  • Telegram
  • Pocket
  • Compartilhar no Tumblr
  • E-mail

Curtir isso:

Curtir Carregando...

O gosto pelo superficialidade

21 segunda-feira mar 2011

Posted by Paulo Rosenbaum in Artigos

≈ Deixe um comentário

Tags

conduzido, discurso político, gosto pela superficialidade, Obama, Simples e superficial

As vezes nos contentamos com o superficial. Isso significa mais ou menos nos contentar com as coisas simples, certo?

Não é bem assim.

As coisas simples nem sempre são superficiais e vice versa.

A profundidade tampouco é garantia de qualidade.

Para examinar melhor tomemos os discursos políticos como exemplo. Eles representam  bem a auto-exaltação das gestões, promessas evazivas, ou as grandes transformações que nunca chegam. 

O recentíssimo exercício de relações públicas do presidente americano no Rio mostrou isso. Nada de novo sob o luar. E assim vamos. Entretanto isso tem que ser feito.

Por que?

As pessoas precisam deste módulo confortador. Vale dizer, é como se todos nós desejassemos que alguém nos conduza, a velha e recorrente falha de autodeterminação que nos leva a falha de instinto: a necessidade de líderes e heróis, a ilusão de que podemos nos dar ao luxo de não sermos reflexivos. 

Parece, simula, de qualquer forma, dá a impressão que confiar nos outros como condutores nos alivia a carga assim como aderir ao conformismo da superficialidade nos faz contornar aquela condição que não será transformada.

Pois a carga, vale dizer, está tão aderida como uma mochila costurada ao corpo. Ela já faz parte do metabolismo e a sua composição, pode-se dizer, já entrou nos nossos metabolismos.

Pois a carga é ter que responder — todos os dias — quem somos e porque nos contentamos ou não com o que temos.

O gosto pelo superficial — e pelos seus pequenos afagos — decorre dessa exaustão. Da impossibilidade de viver com nossos recursos. (pois é no mínimo curioso que quanto mais se espandem mais insatisfeitos ficamos). Da incapacidade — temporaria ou permanente — de saber onde está a justiça. A justiça interior. Aquela tomada como uma condição prévia à liberdade, a justiça como percepção do mundo, a justiça como elo de passagem para que todo e qualquer ofício humano faça sentido.

O gosto pelo superficial é então, talvez, fruto da impotência. Dos programas  televisivos dominicais aos veículos de fofocas nós buscamos alívio no entreterimento rasante. E antes de desligarem notem que não há um pingo de moralismo nisso que escrevo, ainda que o tom seja de um alerta preventivo contra as forças e os sentidos interiores que nos arrastam às diversões sem significado,  à desnecessária depressão. (sobre a depressão necessária falo depois)

Mas o significado não têm que ser dado, construído, atribuído, necessariamente, por cada um de nós?

Claro senhor, por isso mesmo valeu a pena ter escrito isso.

Compartilhe:

  • Imprimir
  • Mais
  • Tweet
  • WhatsApp
  • Telegram
  • Pocket
  • Compartilhar no Tumblr
  • E-mail

Curtir isso:

Curtir Carregando...

Artigos Estadão

Artigos Jornal do Brasil

https://editoraperspectivablog.wordpress.com/2016/04/29/as-respostas-estao-no-subsolo/

Entrevista sobre o Livro

aculturamento Angelina Jolie anomia antiamericanismo antijudaismo antisemitismo artigo aspirações impossíveis assessoria assessoria de imprensa assessoria editorial atriz autocracia autor autores A Verdade Lançada ao Solo açao penal 470 blog conto de noticia Blog Estadão Rosenbaum Censura centralismo partidário centros de pesquisas e pesquisadores independentes ceticismo consensos conto de notícia céu subterrâneo democracia Democracia grega devekut dia do perdão drogas editora editoras Eleições 2012 eleições 2014 Entretexto entrevista escritor felicidade ao alcançe? Folha da Região hegemonia e monopólio do poder holocausto idiossincrasias impunidade Irã Israel judaísmo justiça liberdade liberdade de expressão Literatura livros manipulação Mark Twain masectomia medico mensalão minorias Montaigne Obama obras paulo rosenbaum poesia política prosa poética revisionistas do holocausto significado de justiça Socrates totalitarismo transcendência tribalismo tzadik utopia violencia voto distrital
Follow Paulo Rosenbaum on WordPress.com

  • Seguir Seguindo
    • Paulo Rosenbaum
    • Junte-se a 2.948 outros seguidores
    • Já tem uma conta do WordPress.com? Faça login agora.
    • Paulo Rosenbaum
    • Personalizar
    • Seguir Seguindo
    • Registre-se
    • Fazer login
    • Denunciar este conteúdo
    • Visualizar site no Leitor
    • Gerenciar assinaturas
    • Esconder esta barra
%d blogueiros gostam disto: