• Uma entrevista sobre Verdades e Solos
  • Resenha de “Céu Subterrâneo” no Jornal da USP
  • A verdade lançada ao solo, de Paulo Rosenbaum. Rio de Janeiro: Editora Record, 2010. Por Regina Igel / University of Maryland, College Park
  • Resenha de “Céu Subterrâneo” por Reuven Faingold (Estadão)
  • Escritor de deserto – Céu Subterrâneo (Estadão)
  • A inconcebível Jerusalém (Estadão)
  • O midrash brasileiro “Céu subterrâneo”[1], o sefer de “A Verdade ao Solo” e o reino das diáforas de “A Pele que nos Divide”.(Blog Estadão)

Paulo Rosenbaum

~ Escritor e Médico-Writer and physician

Paulo Rosenbaum

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Pessach e Páscoa : libertem as idiossincrasias (blog Estadão)

03 sexta-feira abr 2015

Posted by Paulo Rosenbaum in Artigos, Imprensa, Na Mídia

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idiossincrasias, Páscoa, pessach

Paulo Rosenbaum

03 abril 2015 | 17:19

Pessach e Páscoa: libertem as idiossincrasias

idiossincrasiaII

Alguns dias são mais díspares que outros. Hoje é um deles. Reparem nos poetas alienados, nas alegrias infundadas, nos sonhos para um final.

Nossa única constância vive de travessias infindas, na carne esquecida, nas mortes mitigadas, na resistência das cascas de ovos sem fim, num mundo sem rugidos nem gemidos.

Abram alas: precisamos de espaço, ideologias e seus mentores que esperem, enfim nossa vez de passar. Nós merecemos dizer o que queremos, exigir o que desejamos, mostrar ao que viemos. A passagem pode não ter beira nem margem, pode não acrescentar beleza nem coragem. Tudo passa, limbo e muro, enquanto a vida insiste, futuro.

Se sobrou qualquer significado para as tradições? Recobrar sentidos que pedem expressão, presença de símbolos que isolam certezas. Hoje é dia ideal para cabeças feitas, desfeitas. Mesas postas na nova ordem. Sequencias sem ritual, formas sem apego, ritmos sem hiatos. Religiões e não religiões. As idiossincrasias são sagradas,  são elas que podem nos restituir a união.

Na paz permanentemente adiada, acordos podem ser pesadelos.  E desacordos são lá uma alternativa? Hoje é o dia no qual as regras foram abolidas, réguas desprezadas, tréguas assimiladas. Nenhuma paz será derradeira mesmo que todos os sonhos sejam roubados por guerras rejeitadas.

O dia cuja passagem tornou-se permanente. No qual presidentes falam baixo, juízes benévolos, juízos perfeitos. Na travessia, a infância dos homens transformou nossas retinas para sempre. Apagou-se o fosco do céu. Impeliu brilho aos confins. Para que o Cosmos ajeitasse as coisas eis o dia da leniência abstrata. Da pax correlata. Da vigência temporária. Da flexibilidade originária. Coacervados mudos e algas falantes, evolução errante. Campos que alimentam as raças.  Animais mutantes e homens persistentes.

Hoje, dia das faunas mistas. Das concretudes explicitas. Das mulheres sem dono. Dos radicais enjaulados. Da democracia para espíritos. Da incontinência dos libertários. Das conchas radiofônicas. Da velhice jovial. De palcos cordiais. Da derrota do inevitável.

Hoje, a tragédia foi abolida. Desvelada a calçada até a utopia, suspendam toda política. A razão da liberdade invadiu toda análise. Eis o dia em que a casa arderá com convívios. A noite da refeição direta. Diante da uva transformadora. O dia da interlocução como único valor. O momento da síntese Eterna.

Não importa como acordaremos: este é o dia.

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O direito ao sagrado

13 quinta-feira dez 2012

Posted by Paulo Rosenbaum in Artigos

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competição selvagem, consumismo, Cosmópolis, democracia, direito ao sagrado, idiossincrasias, manifesto comunista, republica corporativista, sagrado, tédio, yuppie

O direito ao sagrado

 

Há um problema sério com a abordagem dos assuntos políticos no Brasil: são sempre os mesmos. Isso tolhe a criatividade dos articulistas e analistas. Na era geral da inconsequência, tudo vai virando uma coisa só. Observem que na guerra das versões, o peso das palavras se emancipou do conteúdo e tudo depende do poder de quem opina. Os argumentos não valem mais, o que conta é o cacife do partido, a força do time, as armas da facção. A verdade é que estamos perdendo a capacidade de análise e entramos de cabeça na guerra de versões. Ficamos reduzidos a um medíocre “contra e a favor”. O julgamento que exaustivamente comentamos já teve tanto o veredito de “político e fruto da mídia golpista” como  “o País está sendo passado a limpo”. Como a verdade é um valor oscilante, o mais provável é que nem um nem outro.

 

Quem ainda pode aturar mensalão com seus círculos infernais? Sucedido por desmandos e conjuntura excepcional desperdiçada? Estamos carecas de saber que, unha e carne, poder e o mal feito chegaram às vias de fato. As mentiras e a negação sistemática são apenas desdobramentos do caos disparado quando se tenta normatizar o vale-tudo. Por isso mesmo temos que reconhecer, já deu. Se ainda prezamos o presente, nossa reinvindicação deveria ser mudanças profundas no bioma político-cultural.

 

Precisamos de gente que lidere sem se identificar com liderança, humanistas não catedráticos que capturem o que as pessoas sentem, planejadores que entendam o que fazem e legisladores que coloquem as gerações futuras em perspectiva. Não faria nada mal que os intelectuais falassem o não óbvio. Partidos que reconheçam seus erros pelo bem coletivo. Pois enquanto o poder republicano estiver nas mãos de gente que bate no peito e se comporta corporativamente, estamos condenados. Condenados a postergar um comportamento republicano.

 

Não se trata de achar que o passado é melhor que o futuro. Mas também não se trata de viver só pelo futuro. O presente não merece ser mero resíduo, aquilo que sobra do embate entre o que foi e o que será. Se fossemos resumir nossa era: ganhamos agilidade, perdemos espontaneidade, adquirimos instrumentos científicos, perdemos a sabedoria, temos abundancia do comum, nossa carência é do raro, individual e característico de cada um.

 

Estamos sendo esmagados, e entre as façanhas da produção incessante, o abusivo acumulo de matéria e supérfluos. Criamos mais do que podemos consumir, enquanto nosso apetite vira insaciável. Mas não será desta vez que o mundo acabará, ainda que haja muito para moer e muitos moinhos por enfrentar.

 

O que hoje nos aflige coletivamente é a impossibilidade imediata de acesso ao bem estar. Em qualquer de suas versões. Ele teria que ser palpável, mas não conduzido só pela realidade objetiva.

 

Em qual mundo podemos exprimir melhor nossas fragilidades, idiossincrasias, e talentos? No do manifesto comunista? No planeta das lojas de grife? Quem sabe, entrando na competição selvagem, vestindo a camisa da empresa e dando rasteiras por cargos? Nos estádios de futebol, nas livrarias, nos templos? No filme “Cosmópolis”, um magnata yuppie qualquer, gênio das finanças, diante do tédio infinito, passa o dia criando demandas para preencher seu insuportável ócio. O filme pode ser controvertido, mas arranha uma metáfora oportuna. Há um oco extraordinário em nossa civilização, e ao que se saiba, originalmente não nascemos empalhados.

 

No século marcado pelo ressurgimento das religiões e pelo renascimento de uma busca que transcende ideologias políticas, reina um sentimento paradoxal, difícil de assumir: pelo que lutar? Se nem mesmo as tradições podem oferecer respostas, tampouco sabemos se ainda as queremos. Decerto não as mesmas de sempre. Estamos fartos das explicações standard da política, da auto ajuda, do ceticismo e do fanatismo, do conservadorismo e da vanguarda.  Nem a academia nem as artes, acompanham a velocidade da sociedade. A alienação é um consolo, mas está longe de ser uma saída.

 

Que tal reconquistar um direito, que por prurido intelectual ou endurecimento da alma, nunca foi reivindicado? O direito ao sagrado.  

 

Paulo Rosenbaum é médico e escritor.

É autor de “A Verdade Lançada ao Solo” (Ed. Record)

 

paulorosenbaum.wordpress.com

 

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Minorias

16 quarta-feira mar 2011

Posted by Paulo Rosenbaum in Artigos

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aculturamento, autocracia, consensos, despersonalização da sociedade, idiossincrasias, maioria e minoria, minorias

O que significa pertencer a uma minoria?

Um dos aspectos mais evidentes deste pertencimento é aceitar que voce faz parte dela. Todos sofrem, mas as minorias em dose extra.

Sofrem porque não é fácil aceitar uma condição contra-hegemônica que nem é mesmo uma escolha. Pois não se trata de ideologia. Voce nasce ou não dentro em uma minoria.

No “A verdade lançada ao solo” esta condição aparece em vários momentos. Yan pertence a uma delas. Ganfres  e Sibelius estudam as minorias. A condição judaica da maioria dos personagens é uma realidade mas pode funcionar como uma metáfora para qualquer um que se identifique com pertencer a uma fração.

Os “sem tribo” ou os que vêm de pequenas tribos não tem exatamente uma vida fácil numa sociedade que deseja nivelar as pessoas pela média. Parece obvio mas não é. Assim como o proselitismo  viola uma regra fundamental dos direitos das pessoas: ninguém pode ou deve convencer as pessoas de coisa alguma, especialmente no campo das escolhas religiosas e espirituais.

Quem dirá no campo político!

Nesse sentido os partidos não devem existir. Mas essa parece ser a vida dos prosélitos e dos políticos.

Ao desrespeitar sistematicamente a divergência, preterindo um lugar onde a diversidade poderia ser respeitada — em geral usando o pretexto dos consensos — o que se busca é desmantelar as originalidades.  

Uma minoria, neste contexto, pode ser de um homem só. Desde que ele resista à compulsão, essa que impele todos numa única direção. Pois para resistir ao totalitário há que ser ligeiramente egoista.

O discurso social é justo mas não onisciente.  Sem as minorias todos os sistemas sociais tendem a autocracia. Porque a minoria (que seja de um homem só) denota a resistência psiquíca à se deixar arrastar pelas massas. A despersonalização da sociedade é evidente e não se pode saber de antemão até onde irá.

As minorias são enfim a garantia de que nossas idiossincrasias não devem sumir porque sem elas o que somos?  

Por isso mesmo, nada está garantido.

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