• Uma entrevista sobre Verdades e Solos
  • Resenha de “Céu Subterrâneo” no Jornal da USP
  • A verdade lançada ao solo, de Paulo Rosenbaum. Rio de Janeiro: Editora Record, 2010. Por Regina Igel / University of Maryland, College Park
  • Resenha de “Céu Subterrâneo” por Reuven Faingold (Estadão)
  • Escritor de deserto – Céu Subterrâneo (Estadão)
  • A inconcebível Jerusalém (Estadão)
  • O midrash brasileiro “Céu subterrâneo”[1], o sefer de “A Verdade ao Solo” e o reino das diáforas de “A Pele que nos Divide”.(Blog Estadão)

Paulo Rosenbaum

~ Escritor e Médico-Writer and physician

Paulo Rosenbaum

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República do bem-estar geral

09 domingo dez 2012

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capitalismo virtual, ceticismo, felicidade ao alcançe?, felicidade e saúde, felicidade imotivada, felipe scolari, liberdade, mano menezes, política, retomada humanista, seleção brasileira, técnicos futebol, transcendência

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Jornal do Brasil
Sexta-feira, 7 de Dezembro de 2012

Coisas da Política

Hoje às 05h46 – Atualizada hoje às 05h49

República do bem-estar geral

Jornal do Brasil Paulo Rosenbaum – médico e escritor

Foi só uma demissão. Nem sei se alegaram justa causa ou foi uma daquelas desculpas do glossário esfarrapado, mas a demissão do técnico que vinha preparando a seleção de futebol diz muito da má pilotagem dos rumos do país. Não que se tenha grande admiração pelo trabalho do ex-técnico. E, sem duvida, numa enquete, nove entre dez prefeririam o pessoal que literalmente comia a bola nos idos dos anos 70.

Não me perguntem como deram um cartão de crédito ilimitado para Scolari depois de ele ter dado uma mãozinha para o Palmeiras experimentar a segunda divisão. Coerência existe. Suas frases, metáforas e destemperos se assemelham ao das novas castas imperiais que estamos criando.

Nota-se então que os homens da atual Republica estão atrelados aos resultados imediatíssimos. Há certa aversão generalizada ao planejamento, à consistência, ao trabalho de longo prazo. O novo perfil vem dos que prometem “vitória ou morte”. Isso em todas as áreas.

Ninguém sabe o montante de quanto se gastará na Copa e na Olimpíada, seguro que baterão records, e seria ótimo se sobrasse um saldo que ultrapassasse a efêmera noitada posterior à grande final. A sagração do país hóspede deve ir além da taça.

Os investimentos voltarão em forma de beneficio para todos nós? Ou, como manda a rotina, só a elite dos desportos, o big business e os felizardos que conseguirem pagar pelos ingressos sairão satisfeitos?

Você já deve ter acordado à noite com a sensação de que está tudo errado sem que nada de extraordinário tenha acontecido. Detecta-se um clima de insatisfação, um chamamento à impossibilidade, à frustração. Isso tem nome, é uma síndrome, e, na verdade, trata-se de uma epidemia que vai atravessar este século. Nem poderemos culpar as mazelas atuais por nosso arrastado e melancólico desconforto. É a sensação de que estamos criando uma civilização desprotegida, carente e sem perspectivas.

Circula, por ar e por terra, a sensação de que o Brasil desperdiça uma grande oportunidade de avançar para um país mais organizado e, essencialmente, um lugar onde as pessoas se sintam bem. Mas parece que não é isso que importa.

Em nossa cultura política, a promoção do bem-estar como verdadeiro — e único — patrimônio a ser oferecido, parece não contar muito. Se quem se dedica a legislar estivesse realmente interessado em como as pessoas se sentem, e em como gostariam de se sentir, teríamos outro cenário e, portanto, forçaríamos a existência de outra cultura política.

A ideia de que tudo depende deles, de que nada está ao nosso alcance, e que somos basicamente vítimas do sistema, mostra que fomos teledoutrinados. “Eles” é o sujeito oculto, os agentes da inércia, os apagadores da vontade e os promotores da abulia.

O método? Ah, sim, fazem isso sem aparecer. A arma é destilar medo. O pior dos pânicos é que aquele que não tem nome fixo, a fobia sem objetivação. Temos que pensar — isso é vital ao planejamento, que oscilamos entre o estado policial e a anarquia.

O que nos impede de ter a sociedade que desejamos? Decerto, contamos com alguns bilhões de concepções conflitantes, mas teremos algumas em comum? De que adianta a indignação que tem circulado dentro da fiação digital?

O esforço pede outra direção.

Enquanto o capitalismo virtual (inventado bem antes da internet) nos oprime, o que fazemos? Inertes, ficamos à espera da carta de execução. Num mundo regido pela grana, a mais dolorosa verdade: só há liberdade com dinheiro. Talvez. Mas não será possível outra? Outra forma de ser livre? Sem ter que se esconder para sobreviver ao abandono da segurança pública e de um processo educacional vergonhoso, dobradinha que inviabiliza a cidadania? É possível aspirar à liberdade sem termos que viver como eremitas nos confins da Floresta Amazônica ou trancados nos apartamentos, isolados e dopados para esquecer onde estamos? A solução para este desencontro entre desejo e realidade estaria na retomada humanista? Mas qual delas? Espiritualista, filosófica ou cética? Nenhuma das anteriores?

Urge recuperar o poder de decidir, sem ter que engolir novos entulhos autoritários — todos bem aqui, diante de nós.

Chega de “porquês”, de desperdícios criativos, de tanto papel e espaço cibernético. Queremos sentido! A fome do mundo é por sentido. A próxima passeata deveria ocupar as cidades cobrando isso. De quem? Cada sujeito que apresente a fatura para si mesmo. Eis uma era onde só a busca por sentido parece fazer sentido. Mas pode ser mais menos, bem menos. Que tal a adesão à novíssima doutrina: “bom humor inconsequente?”

De vez em quando, felicidade imotivada, gozar de si mesmo ou um golzinho alienante pegam leve!

Paulo Rosenbaum é médico e escritor. É autor de “A Verdade Lançada ao Solo”(Ed. Record)

http://www.jb.com.br/coisas-da-politica/noticias/2012/12/07/republica-do-bem-estar-geral/

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A responsabilidade nasce dos sonhos.

22 quinta-feira nov 2012

Posted by Paulo Rosenbaum in Artigos

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açao penal 470, anomia, antiamericanismo, antijudaismo, antisemitismo, arianos, autocracia, centralismo partidário, centros de pesquisas e pesquisadores independentes, ceticismo, consensos, corrupção genética, fascismo, governo de coalizão, hegemonia e monopólio do poder, Kadhafi, Leis de Nuremberg, livro marrom, livro verde, livro vermelho, manipulação da razão, Mao, mensalão, nazismo e marketing político, nazistas, prosa poética, significado de justiça, terceiro Reich, tribunais de exceção, utopia, virada humanista, Willian Butler Yeats

A responsabilidade nasce dos sonhos.

 

 Por que um dos julgamentos mais importantes da história contemporânea aconteceu em Nuremberg? E por que ao processo que envolveu os genocidas nazis foi selado sob o nome de “tribunal de exceção”? A cidade era uma escolha simbólica, e os fatos, sem paralelo na história contemporânea. Em 1935, naquele histórico sítio alemão, foram editadas as leis raciais e de “proteção do sangue” que inauguraram um dos períodos de sombra da humanidade. Sancionadas pelo chanceler eleito e pelos ministros do interior e da justiça a promulgação daquela legislação tornou-se prova de que a manipulação da razão pode tomar destinos equivocadíssimos, mesmo na democracia. Se esta razão vier escoltada por alguma ideologia então, é mesmo para tremer e esperar pelo pior, sempre! Dito e feito!

 

Se índios, negros e outras etnias não tem alma porque os respeitaríamos rezava o consenso dos juízes da Inquisição. Por que povos inferiores devem ter os mesmos direitos que brancos europeus civilizados, reafirmavam os higienistas. Medições de crânios, a chamada “craniometria” dos cientistas que trabalharam pela e para a ideologia nazista apresentaram suas “evidencias empíricas”: o encéfalo dos não arianos “era menos evoluído e tendia à degeneração”. Os arianos, “intrinsecamente superiores”, representavam a “raça pura, de ascendência sem vícios ou corrupção genética”. Era o apogeu político da eugenia, uma doutrina que embora encontrasse raízes pré-existentes nas ciências naturais, tomou corpo e se fortaleceu graças à causa organizada pelo terceiro Reich. Foi assim que profissionais liberais especialmente médicos, pequenos comerciantes, o grande capital e professores universitários da Alemanha começaram a achar que poderiam acertar as contas com a humilhação decorrente do tratado de Versalhes e se safar da crise econômica com hiperinflação do final nos anos 20.

 

Finalmente, os juízes se prestaram ao papel e começaram a definir novas regras para a sociedade alemã: judeus, ciganos, homossexuais, negros, doentes mentais, mestiços – e alguém se lembrou de incluir gente politicamente desviada – mereciam tratamento especial. O cólume desta arquitetura, todos sabem, resultou no maior drama da história ocidental e, provavelmente, o mais sistemático e sem paralelo massacre da história recente. 

 

A ideologia ariana forçou os cofres do Estado alemão a desembolsar milhões para divulgar e patrocinar a doutrina do Führer, e ali, muitos dizem, o berço da mentira como indústria e, portanto, do marketing político moderno. Centenas de milhões do opúsculo raivoso de Hitler circularam e não possuir um exemplar de “Mein Kampft” tomado como séria ofensa ao Estado. A palavra nazista originária de nazional sozialism – literalmente nacional socialista, diferentemente de matizes à direita e à esquerda do fascismo, comporta uma designação precisa. Trata-se de um termo em franca vulgarização, que tem evocado banalmente o mal genérico e universal. A linguagem não costuma trair. Hoje em dia, se bobear, qualquer porteiro mal educado, jornalista independente ou sujeito crítico corre o risco.

 

Quando o Estado, centralizado em poucas cabeças, obriga todos os outros a segui-las, e há obediência civil, está aberta uma trilha ao abismo. Na lista de aberrações, temos o livro vermelho de Mao, o livro verde de Khadafi, a obra marrom de Pol Pot, fora as outras tonalidades de muitos outros. O mínimo múltiplo comum é que todos eles se auto-intitulam salvadores; sim, claro, de si mesmos. Pois nascem, crescem e morrem com um só objetivo, narcísico, o culto à própria personalidade.

 

Pulo para o nada sóbrio relatório do diretório do partido governista acusando o STF de “tribunal de exceção” e comparando ambos, processo e julgamento, aos procedimentos nazistas. Dado o respaldo popular e apoio maciço aos juízes deixaram para emitir a nota depois das eleições. Professores universitários e jornalistas decanos emprestaram suas habilidades e estilos à causa, dando os retoques finais ao documento. É aqui que nos perguntamos se a isso chamam honestidade intelectual?

 

Bastou para a enxurrada de pseudo-artigos na web, e na grande, média e minúscula imprensa, classificando o julgamento da ação penal 470, “erro jurídico rotundo”. Depois espalharam rumores e insinuações gravíssimas contra a corte jurídica e o procurador geral da República. Além das calúnias, exageros retóricos e grotesca falta de acurácia terminológica esses dirigentes partidários ficaram devendo às novas gerações uma versão verossímil dos fatos.

 

Poderiam ter afirmado, por exemplo, que as penas foram desproporcionais, que as provas deveriam ser mais consistentes, e até esbravejar para discordar da decisão do tribunal. Aliás, ninguém duvidaria que fosse esse o papel do partido. Infelizmente, veio a imprecisão panfletária, a palavra de ordem, a conclamação das massas, o intransigente desrespeito à constituição. Já que uma virada humanista e um governo de coalização parecem alternativas impensáveis, o único e involuntário aspecto favorável da ação dos dirigentes do partido hegemônico talvez tenha sido acelerar sua decadência.

 

Os magnatas do poder podem estar se aposentando coletivamente. Que durmam bem e nem precisam mais mandar notícias. Não custa sonhar que nos novos postos de trabalho, gente mais crítica e mais disposta a ir além do sectarismo ranzinza, assuma responsabilidades e conceda nada além do que deveriam ser nossos direitos naturais: plena cidadania e direito à vida.

 

Viajei, sei que viajei! Mas, como escreveu o poeta irlandês Willian Butler Yeats, é nos sonhos que começa a responsabilidade.  

 

Paulo Rosenbaum é médico e escritor. É autor de “A Verdade Lançada ao Solo” (Ed. Record)

 

paulorosenbaum.wordpress.com.br 

 

para o link do JB

http://www.jb.com.br/coisas-da-politica/noticias/2012/11/22/a-responsabilidade-nasce-dos-sonhos/

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Poesia para a política

20 quinta-feira set 2012

Posted by Paulo Rosenbaum in Artigos

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centralismo partidário, ceticismo, democracia, didática constitucional, disputa prefeitura de são Paulo, eleição e criatividade, Estado e Religião, Estado e religião separação, hegemonia e monopólio do poder, homens públicos, IDH, impunidade, Indice de Desenvolvimento Humano, instrumentalização da religião, Jorge Amador, juros campeões do mundo, justiça, liberalismo, liberdade, literatura e política, literatura para politicos, materialismo, mentiras prudentes, minorias, novelas de TV, poesia, pragmatismo, senso comum, STF, trópicos trsites, tristes trópicos, violencia, voto distrital

Poesia para a política

Em joules, quanta energia torramos nos últimos tempos com desvios de verbas, corrupção, favorecimentos, informações privilegiadas, fraudes, impostos escorchantes, uso político da máquina, mentiras prudentes, juros campeões do mundo?

Não creio que seja possível mensurar em joules ou em qualquer outra escala física o tamanho da hemorragia que todas estas forças, juntas, representam. Elas esgotam e impedem o País de encontrar um jeito mais civilizado de avançar. Essas forças atuam como fantasmas, parasitas que assombram os rumos de quem quer viver em paz.

É verdade que o STF está dando uma demonstração de que as previsões do PT de que só os outros são desorganizados despencou ladeira abaixo. Não contavam com uma justiça que tardou, mas agiu, um promotor obstinado, uma sequencia de investigações que tinham cabeças, troncos e membros. Com as previsões de impunidade se dissipando alguma justiça recairá sobre quem tutelou os paus-mandados.

O espetáculo é página virada, o problema é o que faremos depois? No dia seguinte? Isso é o que importa. Até quando seremos platéia? Como não há uma discussão que ultrapasse o nível das torcidas organizadas e a crítica fica restrita aos circuitos acadêmicos cativos das ideologias, o perigo será a opinião pública, saciada pelas punições, voltar a colocar as barbas de molho. Essa é fórmula certa para repetir erros e vivermos de mensalão em mensalão.

Pois o que deveríamos tentar descobrir não será outra coisa? Não seria restituir a poesia da política? Quem ainda se digna à composição em que a atitude dos homens públicos é comandada pelo bem comum? Nós, o povo, queremos mais, de preferência gente decente. Mas quem pode falar de ética sem derrapar na demagogia ou afundar no senso comum?

Realismo, pragmatismo, socialismo, materialismo, liberalismo já tiveram sua vez e falharam. Já a poesia do mundo mora na construção de esperanças, não mais num discurso de coletividades anônimas. Ninguém mais se reconhece nessa generalização reducionista das novelas de TV e do discurso político. Para devolver um pouco de criatividade, estes cérebros sobrecarregados de interesses pessoais precisam de doses progressivas de resubjetivação. Políticos e agentes do poder deveriam ser obrigados à leitura de ficção como fez Jorge Amador com os policiais na cidade de Neza no México. Segundo ele, a leitura além dos benefícios éticos, “enriquece indiretamente as experiências das pessoas”.

Para nosso desespero sentimos que sai eleição entra eleição faltam políticos com projetos políticos de longo termo, que não se extinguem com mandatos. Afirma-se que isso é porque o Brasil só tem partidos fracos. Não me convence. Aliás, entre o centralismo partidário do planalto e a tese da geléia geral das agremiações fico com a segunda opção. Só ações transgovernamentais e suprapartidárias deveriam sustentar a vida pública. Quem sabe assim não tenhamos que amargar mais uma década sendo a sexta economia do mundo com saúde, educação e segurança dissonantes e com um IDH perto da ducentésima posição.

A prova que estamos retrocedendo é a recente instrumentalização da religião nas eleições para o cargo de prefeito em São Paulo, que ameaça se repetir País afora. Ela é grave porque evidencia que a separação entre Estado e religião tem ficado engavetada na didática constitucional.

Os trópicos são realmente tristes e não é um problema de latitude!

Isso até que o bem comum não seja mais uma quimera sonhada pelos habitantes e desprezada por quem faz política.

Paulo Rosenbaum é médico e escritor. É autor de “A Verdade lançada ao Solo” (Ed. Record)

Paulorosenbaum.wordpress.com

Para comentar, acessar o linkdo JB

http://www.jb.com.br/coisas-da-politica/noticias/2012/09/20/poesia-para-a-politica/

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Para bem além da química: eletromagnetismo, lobismo e ceticismo seletivo

09 quinta-feira jun 2011

Posted by Paulo Rosenbaum in Artigos

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a seletividade das fontes, centros de pesquisas e pesquisadores independentes, ceticismo, eletromagnetismo terapeutica e efeitos, exposição aos campos eletromagnéticos, Luc Montaigner, nanoestruturas aquosas, potencial carcinogênico no uso de telefones celulares

Para bem além da química: eletromagnetismo, lobismo e ceticismo seletivo

Jornal do Brasil-Paulo Rosenbaum*

http://www.jb.com.br/sociedade-aberta/noticias/2011/06/07/para-bem-alem-da-quimica-eletromagnetismo-lobismo-e-ceticismo-seletivo/

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Contra os consensos, pela ditadura da experiência.

17 quinta-feira fev 2011

Posted by Paulo Rosenbaum in Artigos

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ceticismo, consensos, crença, ditadura da experiência, esperança, fé, utopia

Um tema atravessa obcessivamente “A Verdade Lançada ao solo”. 

Atravessa, tanto na boca dos personagens como nos fatos históricos ali alocados. E o tema recorrente é a luta, sempre inconclusa, instável, obsedante, entre ceticismo e crença.

Não, isso não é um tratado teológico, muito menos libelo agnóstico. O que se discute no livro é o conflito entre imanência e transcendência. Pouco importa se o assunto está em desuso, se os críticos literários não sabem o que é uma coisa ou outra,  e menos ainda se não há interessados, pois eis assunto do qual não se escapa. Ninguém.

Cá ou lá estamos todos metidos nesse dilema. Mais que a dúvida existencial estamos todos imerssos num mundo anômico, com regras díspares, paralógicas, e apesar de intuirmos que deve estar quase tudo errado, fingimos que tudo vai indo.

Não, não vai.

Ah? Não esperava por isso? Está chateado? Não sabia que esse era um blog pessimista? Queria algo para ficar de bem com a vida?

Desculpe, mas não escrevo para ovelhas e os lobos estão mais interessados no site ao lado.  

Então vamos parar com o estoicismo e ir direto ao ponto?     

Yan era um crente que migrou ao ceticismo até ser trazido de volta em busca de um sentido transcendente. Buscar não significa sequer pisar na estrada, mas abertura para experimentar. E o faz não porque desejou, não escolheu isso (assim como nenhum de nós escolhe) mas foi tragado a isso, e, só para usar uma palavra destestável, foi engulido pelas evidências.

No mundo contemporâneo a experiência é a única ferramenta da alma. E a alma que quer, precisa abolir o senso comum, ir além das evidencias.

Yan, à guisa de um cientista honesto, sabe que mesmo que duvide não pode explicar quase nada. Deve se render às experiências que seu espirito pode ter.

Sibelius um cético que gostaria de acreditar em alguma coisa  depois da falência — avassaladora — de todas as ideologias e de qualquer fé no mundo institucional.  

Acreditar que a redenção virá de fora têm sido um grande problema para os homens. Não há salvador que dê conta da complexidade e da simultaneidade de problemas individuais. Não há igualmente teoria que dê respostas coletivas.  

Claro que, no livro, assim como na realidade, há não uma, mas várias tentativas de mútuo convencimento. Mas não estamos a fazer isso o tempo todo? Com idéias,  programas partidários, teorias e nos embates da vida quotidiana?

O que a dupla Yan e Sibelius percebe  é o ceticismo como premissa para a construção de alguma esperança. De qualquer esperança. Ela pode ser a crença, a fé, a religião. Mas ela pode ser também simplesmente o respeito aos que chegaram em algum lugar através das experiencias.

Pois, nesse mesmo dia, os consensos cairão por terra, porque só o sentido de cada sujeito terá valor e máximo valor.  

Esse será o dia da liberdade.

Mais uma vez utopia?

Pode ser. E por que não?

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Entrevista sobre o Livro

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