• Uma entrevista sobre Verdades e Solos
  • Resenha de “Céu Subterrâneo” no Jornal da USP
  • A verdade lançada ao solo, de Paulo Rosenbaum. Rio de Janeiro: Editora Record, 2010. Por Regina Igel / University of Maryland, College Park
  • Resenha de “Céu Subterrâneo” por Reuven Faingold (Estadão)
  • Escritor de deserto – Céu Subterrâneo (Estadão)
  • A inconcebível Jerusalém (Estadão)
  • O midrash brasileiro “Céu subterrâneo”[1], o sefer de “A Verdade ao Solo” e o reino das diáforas de “A Pele que nos Divide”.(Blog Estadão)

Paulo Rosenbaum

~ Escritor e Médico-Writer and physician

Paulo Rosenbaum

Arquivos da Tag: tribalismo

Insanidade Coletiva

28 quinta-feira nov 2013

Posted by Paulo Rosenbaum in Artigos

≈ Deixe um comentário

Tags

antisemitismo, Armas nucleares iranianas, Dissuasão, Ditador do Irã, Irã, Israel, tribalismo, violencia

Coisas da Política

Hoje às 06h00

Insanidade coletiva

Paulo Rosenbaum – médico e escritor 

É evidente que o recente triunfo diplomático do comandante em chefe dos EUA nasceu fracassado. Num conflito crônico e ancestral não se fortalece um lado, sem oferecer contrapartida aos que saem enfraquecidos. A glória é sempre efêmera, mas é possível que esta dure menos ainda. A paz alcançada com Teerã é apenas um exemplo da nova pax americana, débil e fracamente dissuasiva.

Desembaraçados e gastos os recursos — os 8 bilhões que Teerã conseguiu descongelar —aquele país ficará tentado a demonstrar que não está interessado em ser permanentemente controlado pelo Ocidente perverso, nem mesmo por sua própria população. O padrão de envolvimento do Irã mudou desde a revolução de Khomeini. Diretamente enfronhados na guerra civil da Síria e com braços armados em toda a região, especialmente no Iraque, os persas estão assumindo importante papel estratégico e expansionista no Oriente Médio.

Que sejamos poupados dos críticos ideológicos que querem equiparar a colonização multinacional xiita com os problemas  israelo-palestinos. Por mais dificuldades e radicalismos que se enfrente, estamos mais próximos de um Estado binacional para israelenses e palestinos do que qualquer arrefecimento no imperialismo de Teerã. Os primeiros terão muitos percalços, guerras regionais e conflitos de fronteiras agora e mais à frente, mas são guiados por um pragmatismo secular que, mesmo respeitando as tradições, sabem que só as soluções de Estado podem trazer paz e prosperidade.

Por sua vez, o regime dos aiatolás se autointitula teocrático e só obedece à ideologia do fanatismo teleológico: impor padrões uniformes de comportamento para os demais. Isso se chama “califado da retidão”.

A diferença, portanto, é enorme.

A velha demonização mútua entre Ocidente versus teocracia xiita ou sua modalidade laica, a Coreia do Norte — se acusando de ser “eixos do mal”— tem um efeito degenerativo nas relações internacionais.

Se ambos estiverem certos em suas premissas, só teremos o mal para nos atender. Mas mesmo no mais grosseiro maniqueísmo há diferenças. Há males que podem ser rastreados, impressos e divulgados. Assim como há aqueles que estão restritos às planilhas insanas de gente convencida de que está sob a influencia de um Poder Superior e, portanto, plena razão em sua lógica de destruição. A bomba nuclear sob comando e guarita da Guarda Revolucionária é um desastre em si, já que eles consideram seriamente seu uso.

Exemplos de pactos que adiaram os problemas, temos vários na avaliação retrospectiva de busca de supremacia de povos sobre  povos. Talvez este acordo não seja exatamente um “erro histórico”, como o classificou o premier israelense.

Destarte, evitar matanças e selvageria talvez ainda seja o único bem universal. Pena que nem isso seja mais consenso.

http://www.jb.com.br/coisas-da-politica/noticias/2013/11/28/insanidade-coletiva

Compartilhe:

  • Imprimir
  • Mais
  • Tweet
  • WhatsApp
  • Telegram
  • Pocket
  • Compartilhar no Tumblr
  • E-mail

Curtir isso:

Curtir Carregando...

Ousadia para ouvir

20 quinta-feira jun 2013

Posted by Paulo Rosenbaum in Artigos

≈ Deixe um comentário

Tags

açao penal 470, anomia, centralismo partidário, impunidade, justiça, mensalão, ousadia para ouvir, por um retorno a natureza sem partido verde, tribalismo, tribunais revolucionários, utopia, violencia

Enquanto a inflação volta e a crise econômica se instala, o mercado de opiniões opera em franca oscilação. O que se condena hoje exalta-se amanhã, e vice-versa. Os analistas se desencontram. A coerência e a verdade vão ao sacrifício. Uma coisa parece estável: a tentativa de encontrar culpados pela crise. Ela transitou entre governo federal, globo, políticos de Brasília, gastos da Copa, insegurança e omissão do Estado em assuntos vitais. Ninguém tem razão sozinho. Não se pode ter a tentação de achar que tudo é problema oriundo da inoperância petista. E quanto a essa oposição que engoliu tanto sapo e só agora soluça? Tímida, amedrontada e estudando os benefícios da desorganização. Não tão rápido nem tão simples. E os votos desta moçada? Onde foram despejados? Há poucos meses, sufragaram esses mesmos que agora são contestados.

O problema é que o poder e os poderosos chamaram para si e magnetizaram a ira quando tripudiaram com postes eleitos sem luz própria, com medidas duras de autoacobertamento, e, principalmente, pela arrogância escancarada à luz do dia. Só há uma saída: cultivar a ousadia de ouvir. As ironias e o sarcasmo como que foram se liberando, e não passaram despercebidos pelos homens e mulheres comuns que agora marcham.

Sabe quem pode ter decifrado fração importante destes nós? Sob o incômodo exercício da função de máxima autoridade judiciária da República,  Joaquim Barbosa afirmou que os partidos no Brasil eram “de mentirinha”. Talvez pudesse não ter dito isso sendo quem é, e representando o que representa. Mas julguem por vocês mesmos mediante observação das ruas. Aquela verdade inconveniente não continha mais que mero fundinho de razão? Muita gente — a maioria que assistiu ao desenrolar das discussões no STF — gritava “sem partido, sem partido”. É inegavelmente um novo fenômeno social, que vai gerar implicações políticas adiante.

E agora? Espera-se civilidade e respeito, sem dúvida. Mas por que temos a sensação de que o poder público está se omitindo? Medo das massas? Aflição pela sangria de votos já em curso? Para garantir a integridade dos manifestantes e das cidades estamos testemunhando um colapso paralelo. O estado de direito ainda deve ou não prevalecer numa democracia? Cidadãos podem aplaudir, mas não querem ser acuados pela liberdade dos outros. É para esperar os tribunais revolucionários? Para quando? Vai ter fórum privilegiado para quem apoiou?

Pode-se perguntar como fica o direito dos que não se manifestaram?   Vinte e dois hospitais nos arredores da Paulista não têm podido funcionar adequadamente e em outras capitais mais gente ficou sitiada. Alguém contabilizou? Alguém sabe o que isso significa para as famílias com parentes internados? Estão se lixando? Um detalhe? Ah, isso é coisa de burguês? Mas o risco de se aglutinar é esse mesmo. Perder a individualidade, abandonar-se à transcendência horizontal, e, com isso, esquecer do motivo que, em última análise, nos impeliu às ruas: opor-se ao massacre do sujeito.

Deveríamos sempre lembrar que, em qualquer causa justa, renunciar à delicadeza é o princípio do fim.

http://www.jb.com.br/coisas-da-politica/noticias/2013/06/20/ousadia-para-ouvir/

Compartilhe:

  • Imprimir
  • Mais
  • Tweet
  • WhatsApp
  • Telegram
  • Pocket
  • Compartilhar no Tumblr
  • E-mail

Curtir isso:

Curtir Carregando...

A inexistência dos outros

19 sexta-feira abr 2013

Posted by Paulo Rosenbaum in Artigos

≈ Deixe um comentário

Tags

aculturamento, antiamericanismo, antisemitismo, Irã, Israel, significado de justiça, tribalismo

RSS
Twitter
Facebook
Assine o JBLogin

Jornal do Brasil
Quinta-feira, 18 de Abril de 2013

Coisas da Política
11/04 às 08h51 – Atualizada em 11/04 às 08h53

A inexistência dos outros

Jornal do Brasil/Paulo Rosenbaum

Dia 7 de abril é o dia escolhido para homenagear as vítimas do holocausto. Como homenagear quem perdeu a vida para o nada? O argumento de revisionistas e ditadores beócios é que o massacre sistemático contra inocentes que começou com judeus e depois se estendeu às outras minorias, é um fiapo da história se comparado com outras tragédias resultantes da interação entre os homens.

É correto afirmar que outros genocídios já foram perpetrados em larga escala: milhões de índios, armênios, curdos, bósnios e ruandeses não sobreviveram para contar suas histórias. Mas aqueles que comparam guerras regionais e sazonais que acontecem em toda parte com massacres intensivos, movidos pelo ódio aos que destoam, não sabem do que falam. O extermínio seriado de crianças foi a grande originalidade nazista. Neste sentido, ele é obra única. Nada, absolutamente nada pode ser comparado ao infanticídio que produziu 1,5 milhão de crianças anuladas para sempre.

Foi o começo do começo e o fim do fim.

A datação do mundo deveria ser zerada a partir do yom hashoah (o dia das vítimas do holocausto) não porque uma tribo poderia ter sido extinta, nem pelos milhões de inocentes descolados de suas vidas, mas pela cassação da inocência, pelo abortamento completo e absoluto que, em nossa era, construiu a impossibilidade de sonhar. A paralisia que ensurdeceu o mundo, a inércia que nos fez e continua nos fazendo cúmplices. Pela humanidade que não conseguiu contornar o inevitável. É no abismo incessante que podemos enxergar o tamanho da terra que cobriu os corpos.

Mas não podemos mais só apontar para os carrascos uniformizados. Nem mesmo pleitear heroísmo póstumo para vítimas que jamais serão identificadas, sequer saberemos como existiram ou se existiram.

A cumplicidade silenciosa durará a eternidade. A civilização adernou e não há mais luz entre os assassinados pelo mal absoluto. A ausência dos mortos de fome, sede, frio, exaustão, selvageria ou abandono é quem acusa. Ainda que não haja equivalência moral entre um infanticídio sistemático e as explosões de violência dos conflitos e guerras, a tinta de ambos tem a mesma cor. É o carbono da indecência e da auto-predação. Chegamos enfim a era em que deverá ser reconhecida retrospectivamente como aquela que enfim assumiu a ideologia: inexistência do outro. O eu aglutinou todas as formas de existir e a conjugação nas várias pessoas não faz mais sentido. Tu e vós, além de ultrapassados, não merecem estar aqui. O nós virou desacreditada utopia ou só piada de salão.

Não foram só nazistas com seus milhões de fiéis e obedientes seguidores que pariram a sombra mas um mundo sem coragem que apresentou sua estampa frágil e manipulável. O nacional socialismo alemão demonstrou, definitivamente, o valor e o imperativo ético da desobediência civil como única saída, quando a civilização encontra-se sob risco.

Se sonhar é parte vital das nossas funções orgânicas e espirituais, quem tem o direito de colocá-la sob ameaça? De costurar nossas bocas com estopa? A inexistência do outro se tornou pressuposto, mais que isso exigência, mais que isso, o único dogma que restou. Mas ele só se tornou cabível e chancelado a partir dos eventos que tiveram lugar durante os anos que em que o holocausto foi executado.

Ninguém está se referindo a um processo que teve lugar em algum ponto distante e remoto na história. Faz só 75 anos e é prova que a violência ainda que adormecida, está ativa e à espreita. O lobo do homem ainda está vivo e se oculta nas brechas. Talvez seja injustiça com os lobos (raríssimos os relatos de ataques espontâneos de lobos contra o homem), ainda que viva na natureza de todos nós a fração bélica, que não hesita em predar.

Mas o que vai além de tudo, e, talvez mesmo o que mais impressiona é a capacidade humana de ir adiante sob o trágico. Devemos homenagear as vitimas enquanto reverenciamos o tino humano para prosseguir, andando sobre ruínas, sob ossos e vagando em campos devastados.

Homenagear vítimas de violência, em qualquer tempo e local, seria substituir a culpa coletiva por capacidade de renascimento.

* Paulo Rosenbaum é médico e escritor. É autor de “A Verdade Lançada” (Ed. Record)

Compartilhe:

  • Imprimir
  • Mais
  • Tweet
  • WhatsApp
  • Telegram
  • Pocket
  • Compartilhar no Tumblr
  • E-mail

Curtir isso:

Curtir Carregando...

Holocausto Subliminar

29 quinta-feira nov 2012

Posted by Paulo Rosenbaum in Artigos

≈ Deixe um comentário

Tags

antiamericanismo, antijudaismo, antisemitismo, Democracia grega, hegemonia e monopólio do poder, Irã, Israel, judaísmo, justiça, liberdade, tribalismo

Holocausto Subliminar 

 

“O oráculo decreta o destino, o filósofo torce contra si mesmo, esperando que suas previsões fracassem”   

 

Em meio aos assuntos que dominaram a mídia nas últimas semanas está a aberta e escandalosa demonização de Israel: um eufemismo covarde para incluir judeus sem mencioná-los. Trata-se de um claro sinal de que há algo sistêmico em curso. A ONU fez a partilha da ex-colônia britânica e outorgou a dois povos, dois Estados. Como se trata de uma das regiões que mais mudou de mãos na história, não se deve olvidar o pesado passado colonial, que trai a confiança mútua entre as partes, ambas responsáveis pelo desperdício de preciosas possibilidades de acordo. A questão Palestina, portanto, é apenas a tecla da vez. Para alimentar preconceitos e ideologias, como Sartre escreveu, sempre se pode inventar algum álibi.  

 

Temos que encarar o recente cessar fogo como um epílogo de uma guerra bem maior, cujo enredo está entrelaçado com a crise econômica mundial, a explosão de violência e o holocausto subliminar.

Aos poucos, abandona-se, de lado a lado, a ênfase na solução por dois Estados. Na auto-armadilha bem montada, os bem pensantes criaram impasses para si mesmos: como exorcizar Israel e defender o Hamas ou o Hezbollah sem conceder espaço aos argumentos fundamentalistas? Há muito tempo, na palestina do sul, a luta do califado da retidão já não é só contra o Estado Hebreu. Há, portanto, uma espécie de estatuto moral duplo. Se, de um lado, há consenso que após o 11 de setembro a islamofobia seja inaceitável, de outro, a aversão aos judeus tem sido “naturalizada”, normatizada e regulamentada. A banalização é o primeiro passo ao conformismo. Basta espiar as redes sociais, as manchetes e o escandaloso aumento de ataques “espontâneos” contra judeus na Europa. Da construção lingüística, às imagens super exploradas, Israel vem figurando nos textos e nas charges como agressor, belicoso, hostil, quase uma entidade macabra. São conclamações ao ódio, retocadas como análise política imparcial. Não importa como se mova, para onde e com quem se mova estará, a priori, errado.

 

Uma campanha, sim, dessas publicitárias, que conta até com o apoio de nomes de peso, como intelectuais americanos, europeus e latino americanos. Eles emprestaram seus nomes a uma causa e compraram e foram comprados pela ideia de que um Estado Moderno, democrático, com população de 7.9 milhão de pessoas, multiétnico, incluindo quase 1.6 milhões de árabes-israelenses, pode ter seu direito à existência cassado. Não adianta espernear, evocar paranoia conspiratória ou bufar! É isso mesmo: estamos diante de um tentame de deslegitimização do Estado de Israel. Os doutores chegaram à conclusão que ele não merece mais respirar.

 

Como eutanásia e pena de morte são coisas sérias, caberia entender como alcançaram, depois de meia dúzia de cervejas, este brilhante veredicto. Só o inverno da razão explica como mentes iluminadas concebem execrar um Estado e como isso passou a ser não só aceitável, como politicamente correto.  

 

Por aqui, o governador do Rio Grande do Sul subsidiará um fórum para discutir a questão palestina. É mais que sintomático que não tenham convidado ninguém ligado à Israel. Todos fazem parte do time das convicções absolutas, das ideias acabadas, cabeças formatadinhas. E por que dariam voz à outra versão dos fatos? Mais um palanque para insuflar a demonização do outro lado. Aberrações que o centralismo partidário e o aparelhamento do Estado brasileiro tornaram possível. A proposta viola explicitamente os termos da constituição federal, que não só reconhece o direito à existência de Israel e da criação de um estado Palestino, como proíbe a incitação ao ódio religioso, étnico e racial. E, para satisfação dos que prezam guerra, tentam minar o convívio impar e pacífico que árabes e judeus têm por aqui. A esquerda senil, incluindo a ideológica diplomacia brasileira, vai sendo movida pelo dominante e pré-escolar sentimento de antiamericanismo.

 

Mais um bom exemplo de como monólogos podem ser travestidos de diálogos numa suposta democracia.

 

Sob a cegueira antissionista o mundo parece solidário com organizações que, enquanto escolhem deliberadamente civis como alvos, vestem gravatas e negociam com a diplomacia internacional. São neo-terroristas. Quem os apóia, incluindo os senhores catedráticos, deveria rezar à noite para que seus pedidos jamais sejam atendidos. O risco é acordar com pesadelos lembrando Foucault defendendo o aitolá Khoumeini. Diante desse irrefletido apoio o que será do Oriente Médio com o eventual triunfo do fundamentalismo? O quem nos espera com a aplicação literal das leis religiosas ao modo talibã? Como ficarão as democracias, os tribunais, os direitos das mulheres, das minorias, dos muçulmanos moderados, das comunidades cristãs? Como assistiremos a conversão à espada dos “infiéis” das outras etnias?

  

Na verdade, o que hoje incomoda nos judeus contemporâneos é não mais poder confundi-los com a aura de povo vitimizado pela história, os nômades apátridas, eternamente perseguidos e oprimidos. Agora há um país cujo vigor é, em si, a própria mensagem do “nunca mais”. O que hoje estimula o atavismo antissemita enraizado pelo mundo, é que diferentemente de todos os períodos nos últimos dois milênios, Israel existe e resiste militarmente a sua imediata eliminação, como propõem explicitamente em suas “cartas constitucionais” o regime iraniano e todas suas filiais, Hamas, Hezbollah, Jihad Islâmica e Al Quaeda. 

 

Sim, tudo mudou e pouco teve a ver com a primavera árabe. Se antes o acordo era varrer os párias que atrapalhavam o desenvolvimento europeu, agora o defeito intolerável nos judeus, simbolizados pelo Estado de Israel, é sua força, e, a missão, destruí-los primeiro simbolicamente, depois sua nação e, se possível, com o aval da indiferença do mundo, levar a cabo a solução final.

 

Não vai acontecer. O mais provável é que depois do inverno da razão, o tempo mude para dias mais amenos, com trovoadas e pancadas ocasionais, num novíssimo e refrescante verão do mundo.

 

Paulo Rosenbaum é médico e escritor. É autor de “A Verdade Lançada ao Solo”.

 

paulorosenbaum.wordpress.com

 

 

 

Para o link do JB

http://www.jb.com.br/coisas-da-politica/noticias/2012/11/29/holocausto-subliminar/
http://www.jb.com.br/coisas-da-politica/noticias/2012/11/29/holocausto-subliminar/

Compartilhe:

  • Imprimir
  • Mais
  • Tweet
  • WhatsApp
  • Telegram
  • Pocket
  • Compartilhar no Tumblr
  • E-mail

Curtir isso:

Curtir Carregando...

As duas grandes religiões do mundo.

27 domingo nov 2011

Posted by Paulo Rosenbaum in Artigos

≈ Deixe um comentário

Tags

antiamericanismo, antijudaismo, antisionismo, as duas grandes religiões, pacifismo, paz anti natural, tribalismo

Relutei o quanto pude, mas Bernard Henri-Levy estava certíssimo em pelo menos uma percepção: as duas grandes religiões do mundo contemporâneo são laicas, o antiamericanismo e o antisionismo (eufemismo para judeofobia).

Não tenho a menor pretensão de totalizar uma análise das causas históricas que levaram a esse estado de cosias mas não me furto a evidenciar os efeitos da história. As evidencias são longas e impressionantes e um de seus efeitos é claro, a mídia eletrônica está sendo usada contra a paz.

Os ataques que venho recebendo só certificam que o caminho é esse mesmo.

Não moverei um micron da linha analítica que vendo adotando e não por apego ideológico, nem pela condição de judeu contemporâneo não alinhado com nenhum grupo ou escola, mas por uma teimosia fundamentada nas tradições monoteístas: a paz é o objetivo, mas a paz não é natural nos homens.

O tribalismo e o ódio entre grupos rivais, o preconceito racial, etnico ou social (não resistiriam a nenhuma análise) são atavismos que só serão superados se e quando a relação entre as pessoas mudar completamente de configuração ou de espirito, se se quer ser mais radical, enquanto isso não acontecer eles serão necessários para a maior parte das pessoas que se sentem assim pertecentes a uma ou outra tropa.

Este battle-field ou campo de batalha (que James Joyce reformulou como bluddel-filth, sangue sujo) só mostra certo fracasso da experiencia humana em conviver com o diverso e o contraditório.

Rezo para que isso mude.

Rápido.

Compartilhe:

  • Imprimir
  • Mais
  • Tweet
  • WhatsApp
  • Telegram
  • Pocket
  • Compartilhar no Tumblr
  • E-mail

Curtir isso:

Curtir Carregando...

A tirania da poesia e a ditadura das mídias

29 domingo maio 2011

Posted by Paulo Rosenbaum in Artigos

≈ 1 comentário

Tags

monopólio cultural, ostracismo cultural, patrocínio de projetos culturais, poesia marginal, tirania da poesia, tribalismo

Publicado no BRASIL247 (acompanhem o link – http://200.189.161.92/pt/247/cultura/4155/A-tirania-da-poesia-e-a-ditadura-das-m%C3%ADdias.htm)

A tirania da poesia e a ditadura das mídias

O digno de ser publicado passa por um turbilhão de interesses, a maior parte deles, alheio à literatura

09 de Junho de 2011 às 19:51
A tirania da poesia: marginalidade e ostracismo cultural.
Dizem que a leitura, em certos casos, deve ser uma concessão do leitor ao autor. Reluto, mas deve ser verdade.
Porque alguém deveria ler um livro até o fim? Quem redigiu o contrato? Quem assumiu este compromisso? A compra de um objeto como é o caso de um livro não significa absolutamente nada. E quando se trata de poesia tudo piora. A poesia é tirânica, como certa vez disse Cristovão Tezza citando Bakthin. Eles podem ter razão. Não só por ser concebida de uma forma muito mais livre do que o texto romanesco, ficção ou prosa. A poesia dita seus próprios ritmos, dirige seus passos.
Claro que a tendência da contemporaneidade é não aceitar poetas herméticos, ou autores que se deixam entorpecer pela beleza das palavras ou pela estética do sofrimento. Pelo menos a mensagem está bem explicitada. Desta vez, veio muito clara e distinta. A antimusa contemporânea prefere poetas minimalistas, ou que elegem o discurso quase jornalístico, de preferência, que beire o real. Mas quem se importa com o que a contemporaneidade pensa? Há uma hegemonia do pensamento. É um paradoxo, na era que a diversidade é cantada em verso e prosa, vemos o poder cada vez mais concentrado.
Importante saber que a estética e a filosofia que domina nossas dias não passa de apenas um femtosegundo na trajetória cultural dos homens. Um instantâneo das tendências do mundo. Tudo para dizer que a poesia — a mais incompreendida (não a mais incompreensível) das atividades literárias — é, por isso mesmo, a mais importante, senão o único ofício relevante do escritor.
A poesia pode misturar tudo, sem se render à ninguém. Seu capricho, que prometia atestar seu despotismo, acaba carregando o quididativo, o próprio da fala humana. A poesia faz todo sentido. Mais um motivo para que a qualidade do texto não possa estar sob a tutela dos professores de literatura — isso deveria estar devidamente atestado. Seja pela abundância de erros de avaliação, falta de critérios ou simplesmente pressa, ou pelos paradoxos entre a análise formalista da academia e os resultados efetivos de uma criação (os sucessos de público com fracasso de crítica e vice versa). Há enorme viés quando a apreciação vem dos editores de redação de cadernos culturais, e um problema quase insolúvel quando a sorte de um livro está nas mãos dos críticos de literatura. Não porque falte erudição (na verdade, há excesso) mas porque faltam críticos com formação realmente plurívoca, que enxerguem dotes e talentos para além das referencias estéticas e culturais dominantes. No dizer de Schopenhauer: talvez falta gente com cabelos próprios; há perucas em demasia.
Como um médico ou um economista ousa formular um texto fora de sua área? Ou um compositor redigir melhor que um literato, um neófito produzir uma obra prima? O fato é que há uma espécie de “reserva de mercado” para especialistas. Ajuda a entender melhor se compreendermos o modo pelo qual os preconceitos operam. E melhor ainda, como prosperam. A hermenêutica filosófica aponta o flagelo do expertocentrismo como responsável pela desfiguração do conhecimento e, principalmente, pela cisão, prematura, violenta, injustificável entre ciências humanas e naturais. Este apartamento gerou um vácuo insanável entre saber prático e sabedoria, separando homens de ciência e letras, pensar e ousar sentir.
Como resultado há um ruidoso tribalismo nas revistas especializadas. Nelas há arrogância injustificável (sim, pode haver uma arrogância justificável), autoreferencia exagerada, e, há, sobretudo, monopólio. O monopólio jornalístico da cultura, assunto exaustivamente comentado, mas persistente. Pois quando a liberdade se faz presente num texto, ele conquista, vale dizer, deveria conquistar, naturalmente, o direito de existir. Deveria ser quase que condenado a visibilidade. Claro que nem todos escrevem bem. E o gosto pode ser discutido. Vale a pena? Depende com quem.
Analogamente ao que Georges Canguilhem disse que sobre a filosofia: “não há boa ou má filosofia”, pode-se parafraseá-lo para afirmar que não há boa ou má poesia. Pode haver poesia sem consistência, pueril, imatura, ou que não nos agrada. A literatura, a dramaturgia e as artes estão sob o mesmíssimo dilema.
Quando se trata de patrocínio do Estado para projetos culturais, as coisas podem ingressar facilmente na categoria de “espantosas”. A coisa pública tornou-se praticamente refém das idiossincrasias dos governantes e venham de onde vier, doem a quem quiserem, os critérios serão parciais e quase sempre semi injustos. Todos merecem patrocínio, neste sentido, o mais justo, seria, talvez, nenhum. A comunidade, ou a avaliação por pares, também resolve muito pouco este dilema já que endossam a tal “expertocracia” que costuma priorizar, sempre, o próprio sistema digestivo.
Todo poeta convicto pede liberdade e alardeará que esta exclusão equivale a uma expulsão do mundo visível. Porque, pelo menos aí, detecta-se uma ditadura, um padrão monológico que, talvez supere, com folga, a tirania da poesia. A hegemonia das mídias culturais trava o debate mudando o registro das coisas decidindo o que é bom ou não por critérios que danam os conteúdos.
O digno de ser publicado — do colunista que merece destaque nas páginas iniciais e manchetes aos privilégios editoriais promíscuos — passa por um turbilhão de interesses, a maior parte deles, alheio à literatura. Assim fica dificil para quem consulta jornais (a mídia eletrônica, a sucessora, segue o mesmo descaminho) ter acesso ao que é produzido, — a esta altura do artigo podemos finalmente classificar — no submundo. Blogs, mídias sociais e alternativas são recursos, vale dizer inglórios, da exaustão contra o solipsismo.
Contra minhas próprias convicções anteriores, sou obrigado, tardiamente, a concordar: as pessoas não escolhem a marginalidade, são guiadas à ela, diligentemente. Isso durará até que os sons periféricos se infiltrem nas cabeças fechadas e destravem, por dentro, os sentidos abafados do mundo de espelhos.
Paulo Rosenbaum

Sobre paulorosenbaum

Paulo Rosenbaum, Médico, Phd. e pós doutor pela USP, poeta e escritor. Roteirista e produtor de documentários foi também editor de revistas científicas no campo da saúde. Com mais de dez livros publicados (medicina e poesia), “Verdade Lançada ao Solo”, publicado pela Record, é seu primeiro romance.

Compartilhe:

  • Imprimir
  • Mais
  • Tweet
  • WhatsApp
  • Telegram
  • Pocket
  • Compartilhar no Tumblr
  • E-mail

Curtir isso:

Curtir Carregando...

A Verdade Lançada ao Solo – O título do livro.

27 domingo fev 2011

Posted by Paulo Rosenbaum in Artigos

≈ Deixe um comentário

Tags

aculturamento, aldeia global, alegria como estado espiritual, exultação, filmes de Hollywood, lançou por terra a verdade, mundo da verdade, Profeta Daniel, tribalismo

O título do livro refere-se a uma passagem que se encontra nas escrituras do profeta Daniel 8:12 “e lançou por terra a verdade””.

Como pode acontecer com a maior parte das metáforas ela é polissêmica, vale dizer, têm muitas possibilidades interpretativas, diz muitas coisas ao mesmo tempo, vive de muitos modos diferentes. 

A verdade foi lançada ao solo para que, dele, surgisse o homem. Ele, com suas características e potencialidades.

Mas esta verdade poderia ter sido desperdiçada com uma terra árida, semi desértica que não aceita brotar, muito menos deslocar-se. Ainda a verdade poderia ser lida como a formação, emanada, de uma espécie de clone de quem a lançou.  

Contudo o mais provável é que a verdade lançada ao solo era uma aposta do Criador. Um desafio a ver que tipo de massa embrionária surgiria. E só por isso, talvez exatamente isso, lhe desse a consistência — e a liberdade — necessária para ir, adiante.

Impossível confirmar. Não podemos saber se o que temos hoje é isso.

Os homens desconcertaram o mundo. Depois do massacre da natureza, do fim da história, da hegemonia do fanatismo e da belicosidade da ciência não se pode imaginar mais um devir. 

Com nossas teorias, crenças, ciências e atos fizemos da terra uma migalha disforme. A aldeia global está mais tribalista que nunca, retalhada entre rincões, abismos culturais, que são, ao mesmo tempo, tribos sem identidade ou culturas intolerantes com as demais, exigindo dos outros semelhanças artificiais ou distinções sem conteúdo. É fato: estamos cada vez mais aculturados. No calor do caos não se fez surgir nada estritamente melhor — ou pior –apenas uma inércia cômoda.

A vida espiritual entra (entraria) em cena aqui. Nada a ver com as representações conhecidas: superficialidade calculada dos filmes de Hollywood ou as máscaras de realismo social dos atuais filmes brasileiros.

A alegria é essencial e ela não está fora. Exultação (bliss) é o termo para alegrias do espírito. O mundo da verdade é o mundo com subjetividade e é pela linguagem que podemos escolher como afinal decidiremos: o que quer que seja.

Compartilhe:

  • Imprimir
  • Mais
  • Tweet
  • WhatsApp
  • Telegram
  • Pocket
  • Compartilhar no Tumblr
  • E-mail

Curtir isso:

Curtir Carregando...

Artigos Estadão

Artigos Jornal do Brasil

https://editoraperspectivablog.wordpress.com/2016/04/29/as-respostas-estao-no-subsolo/

Entrevista sobre o Livro

aculturamento Angelina Jolie anomia antiamericanismo antijudaismo antisemitismo artigo aspirações impossíveis assessoria assessoria de imprensa assessoria editorial atriz autocracia autor autores A Verdade Lançada ao Solo açao penal 470 blog conto de noticia Blog Estadão Rosenbaum Censura centralismo partidário centros de pesquisas e pesquisadores independentes ceticismo consensos conto de notícia céu subterrâneo democracia Democracia grega devekut dia do perdão drogas editora editoras Eleições 2012 eleições 2014 Entretexto entrevista escritor felicidade ao alcançe? Folha da Região hegemonia e monopólio do poder holocausto idiossincrasias impunidade Irã Israel judaísmo justiça liberdade liberdade de expressão Literatura livros manipulação Mark Twain masectomia medico mensalão minorias Montaigne Obama obras paulo rosenbaum poesia política prosa poética revisionistas do holocausto significado de justiça Socrates totalitarismo transcendência tribalismo tzadik utopia violencia voto distrital
Follow Paulo Rosenbaum on WordPress.com

loading Cancelar
Post não foi enviado - verifique os seus endereços de e-mail!
Verificação de e-mail falhou, tente novamente
Desculpe, seu blog não pode compartilhar posts por e-mail.
Cancelar

 
Carregando comentários...
Comentário
    ×
    %d blogueiros gostam disto: