• Uma entrevista sobre Verdades e Solos
  • Resenha de “Céu Subterrâneo” no Jornal da USP
  • A verdade lançada ao solo, de Paulo Rosenbaum. Rio de Janeiro: Editora Record, 2010. Por Regina Igel / University of Maryland, College Park
  • Resenha de “Céu Subterrâneo” por Reuven Faingold (Estadão)
  • Escritor de deserto – Céu Subterrâneo (Estadão)
  • A inconcebível Jerusalém (Estadão)
  • O midrash brasileiro “Céu subterrâneo”[1], o sefer de “A Verdade ao Solo” e o reino das diáforas de “A Pele que nos Divide”.(Blog Estadão)

Paulo Rosenbaum

~ Escritor e Médico-Writer and physician

Paulo Rosenbaum

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Déficit de discernimento

21 quinta-feira mar 2013

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anomia, autocracia, centralismo partidário, democracia, felicidade ao alcançe?, hegemonia e monopólio do poder, impostos, manipulação, mensalão, significado de justiça, utopia

Déficit de discernimento.

 

Segundo os cosmólogos, muito provavelmente existem inimagináveis dimensões simultâneas, antimundos e universos paralelos ao nosso. Para simplificar vamos ficar no aqui e agora. Quantas coisas nos parecem insólitas, absurdas ou só incríveis, isso num único dia? Dezenas? Centenas?

 

Costumamos sentir a estupefação nas entranhas, porém é dentro das cabeças, aparentemente desconectadas do restante do organismo, que a estranheza é sempre  racionalizada para simular certa normalidade. Decerto acionamos algum mecanismo de defesa. Estamos fazendo nada mais que domesticar o non sense de modo que ele integre naturalmente a paisagem do dia a dia.

 

Começo pela saúde. Há programas no ministério da saúde que oferecem assistência e tratamentos gratuitos para varias patologias (gratuito até que é bem bolado, soa como se tudo fosse fruto de caridade e o Estado não tivesse deveres para com os cidadãos).

 

Mas ai de qualquer um de nós que se aventurar a ter uma doença rara.  Simplesmente o estado não cobre os custos decorrentes da doença. É que muitas “não estão na tabela” de reembolso do SUS. Juízes solidários têm sido a salvação dessas pessoas. Eles vêm emitindo liminares que obrigam o Estado e/ou os planos de saúde a cobrir os caríssimos custos destes tratamentos. Isso se repete, à indecência, sob muitas condições clínicas menos comuns. Aliás, a vida parece nos forçar ao que é comum, a ficar na média, e essa normatividade por decreto se estende ao adoecimento.

 

Para complementar o tour pelo país do inacreditável, pode-se visitar a política. Correntes da psicologia acreditam  que a fonte de muitos dos nossos males é oriunda da auto-sabotagem. Em condições normais os doutores poderiam ter razão. Não estanmos em condições normais e desconfio que estamos mesmo diante da temporada de erros estúpidos sequenciais. Dia desses foi a vez do ministro da fazenda (tentava explicar ao jornalista incrédulo porque temos impostos de primeiro mundo com serviços de quarto) que disse literalmente, está gravado: “os serviços públicos no Brasil são bons”. Como assim bons? Sabe-se que 9 entre 10 governantes tomam o brasileiro por um idiota funcional, mas tenha dó. Fossemos um país de opinião pública consistente ele e outros já teriam caído.

 

Mas são setenta e lá vai pedrada de aprovação. Perdemos a noção, só pode ser este o diagnóstico.

 

Pode-se discordar das críticas, mas avalie criteriosamente a sequencia de disparates: PIB em queda livre, volta da inflação e agora o loteamento cala-boca com feira de cargos públicos.

 

Afinal, o que significa esta aliança pela governabilidade defendida pela mandatária geral? Digo, o que isso representa na prática? Em uma palavra, em suas próprias, ela pediu lealdade. Ao governo, às suas aspirações, exigências e demandas. Mas ao colocar em postos chaves gente que tem um passado tenebroso ou inconsistente quem está traindo quem? Os eleitores parecem ser as únicas vítimas de adultério por aqui. Isso enquanto gente condenada tem fundos e subsidios partidários para sair país afora tentando desmoralizar o STF, adolescentes matam e entram por um punhado de  semanas em programas de ressocialização, homicidas perigosos tem penas curiosas e ganham liberdade mais cedo que estelionatários e viciados em drogas.

 

Se é que isso consola, a deficiência de autocrítica é mundial. A commoditie, escassa, parece ter se escondido no subsolo do reino dos caras de pau. Esses mesmos que vemos todos os dias nos telejornais. Não se sabe bem onde está a tal da sustentabilidade, nem gente capaz de liderar sem assumir ares monárquicos.

 

Todos os políticos parecem passar por uma metamorfose instantânea assim que o sufrágio termina. Pode ter origem na psicopatologia, mas o mais provável é que não há, nem nunca houve algo para ser transformado. Eles sempre foram o que são. O que se passa é que nós todos sofremos de um insanável déficit de discernimento.

 

Tudo que testemunhamos no universo do poder é puro palco a céu aberto onde os atores brincam de dramaturgia de décima. Fingem que governam, enquanto nós, que somos governados. 

 

Chegou a hora de mexer no roteiro. Os mesmos clichês e a mesmíssima ópera em cartaz por tanto tempo provocam exaustão da platéia e já há gente tomando coragem para ensaiar vaias construtivas.

 

As vozes ainda não escaparam, mas gritos isolados já foram avistados lá no front.    

  

Paulo Rosenbaum é medico e escritor. É autor de “A Verdade Lançada ao Solo”(ed. Record)

 

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Liberdade para que?

24 quinta-feira jan 2013

Posted by Paulo Rosenbaum in Artigos

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abolição da autocensura nas redes sociais, aspirações impossíveis, Censura, censura velada, centralismo partidário, centralização de informação, centralização de poder, centros de pesquisas e pesquisadores independentes, controladores, Debate público, educação no século XXII, felicidade ao alcançe?, franquia, hegemonia e monopólio do poder, imprensa livre, intelectuais independentes, intlectuais alinhados com o poder, jogo democrático, José Arthur Gianotti, liberdade para que?, manipulação, mensalão, moral e bons costumes, opor, política, significado de justiça

Liberdade para que?  

 

Ninguém negará que a mídia precisa ser mais democrática – e democratizada – para incluir os sem voz e as grandes parcelas da população ainda marginalizadas, mas o projeto em orquestração na mesa dos controladores nada têm a ver com este escopo. Sob o argumento de que as redes de comunicação operam através dos oligopólios a proposta é substitui-la por monopólio de Estado.

 

Os milionários esquemas de subsidio estatal para a mídia favorável (nas três esferas) e os torniquetes possíveis aplicados às outras é só a parte visível do jogo. O controle da imprensa significa, na prática, coibir o debate público –  já de má qualidade – uma vez que só a liberdade de expressão permite que os cidadãos  possam se posicionar para investigar, cobrar e, quando for o caso, se opor ao Estado.

 

Missão longe do alcance de uma imprensa submissa. Como o objetivo final é a liberdade controlada, a finalidade última da regulamentação é dirigir o país contando com informações filtradas.

 

Neste sentido, estamos muito próximos de uma censura velada!        

  

O primeiro interessado em deter a informação é o próprio poder. A hegemonia passa pela centralização. Mas há um produto muito além do poder em jogo quando se trata de concentrar informações. A liberdade só pode ser exercida com a aquisição do conhecimento que passa pelo exercício da crítica. Sem ela a liberdade é uma franquia das cúpulas, dos consensos de gabinete, um slogan abstrato.

 

Uma equipe eleita decide o que pode e o que não pode? Mas eles não foram eleitos para isso, ou foram? Isso é que não está nada claro no jogo democrático atual. As regras. Depois que se ganha a eleição tudo pode virar qualquer coisa. Para isso deveria valer os direitos constitucionais

 

Não se enganem, há uma dosimetria oculta que rege nossa liberdade.. Para ser conciso: o projeto de regulamentação da imprensa, é, na verdade, uma ameaça direta à democracia. É urgente organizar a sociedade para que o cerceamento à livre expressão não encontre guarita no argumento de “controle social”.

 

Como nos faremos ouvir? Como ler jornais quando tudo estiver sob o filtro impermeável do Estado? Podemos usar o spam, a panfletagem, instrumentalizar melhor a ilusão revolucionária das redes sociais. No mundo eletrônico ocidental ainda inexiste censura e não é difícil perceber que a autocensura encontra-se completamente abolida.  

 

E quem dará aval para os projetos de controle estatal da mídia? O pessoal da moral e dos bons costumes? Assim eles poderiam eleger os livros, peças, filmes e biquínis que vamos ver.  Os executivos dos partidos políticos (base aliada ou não). A explicação é simples: estão mordidos com a última pesquisa sobre a decadência dos partidos. E tudo que contraria políticos é gerado na imprensa livre. 

 

E quanto aos intelectuais e a estrutura universitária? Estão divididos entre os que são pela lealdade ideológica ao governo e os independentes. Estes últimos são uma categoria em decadência porque ninguém quer subsidiar gente isolada muito menos premiar a autonomia. A emergência dos conservadores é uma resposta, equivocada, a uma esquerda que vêm sofrendo isquemias no núcleo duro. Os conservadores também não funcionam porque suas perspectivas são basicamente alimentadas de nostalgia. Sonham com uma ordem e um status quo que nunca existiu no cenário politico. Nas TVs ou nos jornais notem que sempre começam com expressões de saudosismo e terminam suspirando pela volta das leis marciais.

 

Quanto à estrutura universitária vale lembrar da antiga tese do filósofo José Arthur Gianotti de que a Universidade é subsidiada para não funcionar. “Funcionar” no sentido de produzir a mentalidade critica e autocritica que tanto nos faz falta. Claro que existem nichos que funcionam. Na base do voluntarismo e de ações sociais importantes, grandes camadas de pessoas foram resgatadas da marginalização nas últimas administrações. Não é o suficiente. A educação e o investimento maciço em ensino não ousaram para além das formalidades como a de “colocar mais gente no ensino superior”. Salários dos professores e estímulo à pesquisa ainda são ridículos para o nosso PIB. O processo pedagógico parou no século XIX enquanto precisávamos de inspirações do XXII. Há uma fadiga generalizada no jeito de fazer e lidar com as coisas públicas.   

 

Tudo isso seria pior sem liberdade. Sem ela, como falaríamos de tudo isso?

 

Aproveite para chiar agora, pode não haver segunda chance.

 

Paulo Rosenbaum é médico e escritor. É autor de “A Verdade Lançada ao Solo”(Ed. Record)

 

Paulorosenbaum.wordpress.com

 

 

http://www.jb.com.br/coisas-da-politica/noticias/2013/01/24/liberdade-para-que/

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República do bem-estar geral

09 domingo dez 2012

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capitalismo virtual, ceticismo, felicidade ao alcançe?, felicidade e saúde, felicidade imotivada, felipe scolari, liberdade, mano menezes, política, retomada humanista, seleção brasileira, técnicos futebol, transcendência

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Jornal do Brasil
Sexta-feira, 7 de Dezembro de 2012

Coisas da Política

Hoje às 05h46 – Atualizada hoje às 05h49

República do bem-estar geral

Jornal do Brasil Paulo Rosenbaum – médico e escritor

Foi só uma demissão. Nem sei se alegaram justa causa ou foi uma daquelas desculpas do glossário esfarrapado, mas a demissão do técnico que vinha preparando a seleção de futebol diz muito da má pilotagem dos rumos do país. Não que se tenha grande admiração pelo trabalho do ex-técnico. E, sem duvida, numa enquete, nove entre dez prefeririam o pessoal que literalmente comia a bola nos idos dos anos 70.

Não me perguntem como deram um cartão de crédito ilimitado para Scolari depois de ele ter dado uma mãozinha para o Palmeiras experimentar a segunda divisão. Coerência existe. Suas frases, metáforas e destemperos se assemelham ao das novas castas imperiais que estamos criando.

Nota-se então que os homens da atual Republica estão atrelados aos resultados imediatíssimos. Há certa aversão generalizada ao planejamento, à consistência, ao trabalho de longo prazo. O novo perfil vem dos que prometem “vitória ou morte”. Isso em todas as áreas.

Ninguém sabe o montante de quanto se gastará na Copa e na Olimpíada, seguro que baterão records, e seria ótimo se sobrasse um saldo que ultrapassasse a efêmera noitada posterior à grande final. A sagração do país hóspede deve ir além da taça.

Os investimentos voltarão em forma de beneficio para todos nós? Ou, como manda a rotina, só a elite dos desportos, o big business e os felizardos que conseguirem pagar pelos ingressos sairão satisfeitos?

Você já deve ter acordado à noite com a sensação de que está tudo errado sem que nada de extraordinário tenha acontecido. Detecta-se um clima de insatisfação, um chamamento à impossibilidade, à frustração. Isso tem nome, é uma síndrome, e, na verdade, trata-se de uma epidemia que vai atravessar este século. Nem poderemos culpar as mazelas atuais por nosso arrastado e melancólico desconforto. É a sensação de que estamos criando uma civilização desprotegida, carente e sem perspectivas.

Circula, por ar e por terra, a sensação de que o Brasil desperdiça uma grande oportunidade de avançar para um país mais organizado e, essencialmente, um lugar onde as pessoas se sintam bem. Mas parece que não é isso que importa.

Em nossa cultura política, a promoção do bem-estar como verdadeiro — e único — patrimônio a ser oferecido, parece não contar muito. Se quem se dedica a legislar estivesse realmente interessado em como as pessoas se sentem, e em como gostariam de se sentir, teríamos outro cenário e, portanto, forçaríamos a existência de outra cultura política.

A ideia de que tudo depende deles, de que nada está ao nosso alcance, e que somos basicamente vítimas do sistema, mostra que fomos teledoutrinados. “Eles” é o sujeito oculto, os agentes da inércia, os apagadores da vontade e os promotores da abulia.

O método? Ah, sim, fazem isso sem aparecer. A arma é destilar medo. O pior dos pânicos é que aquele que não tem nome fixo, a fobia sem objetivação. Temos que pensar — isso é vital ao planejamento, que oscilamos entre o estado policial e a anarquia.

O que nos impede de ter a sociedade que desejamos? Decerto, contamos com alguns bilhões de concepções conflitantes, mas teremos algumas em comum? De que adianta a indignação que tem circulado dentro da fiação digital?

O esforço pede outra direção.

Enquanto o capitalismo virtual (inventado bem antes da internet) nos oprime, o que fazemos? Inertes, ficamos à espera da carta de execução. Num mundo regido pela grana, a mais dolorosa verdade: só há liberdade com dinheiro. Talvez. Mas não será possível outra? Outra forma de ser livre? Sem ter que se esconder para sobreviver ao abandono da segurança pública e de um processo educacional vergonhoso, dobradinha que inviabiliza a cidadania? É possível aspirar à liberdade sem termos que viver como eremitas nos confins da Floresta Amazônica ou trancados nos apartamentos, isolados e dopados para esquecer onde estamos? A solução para este desencontro entre desejo e realidade estaria na retomada humanista? Mas qual delas? Espiritualista, filosófica ou cética? Nenhuma das anteriores?

Urge recuperar o poder de decidir, sem ter que engolir novos entulhos autoritários — todos bem aqui, diante de nós.

Chega de “porquês”, de desperdícios criativos, de tanto papel e espaço cibernético. Queremos sentido! A fome do mundo é por sentido. A próxima passeata deveria ocupar as cidades cobrando isso. De quem? Cada sujeito que apresente a fatura para si mesmo. Eis uma era onde só a busca por sentido parece fazer sentido. Mas pode ser mais menos, bem menos. Que tal a adesão à novíssima doutrina: “bom humor inconsequente?”

De vez em quando, felicidade imotivada, gozar de si mesmo ou um golzinho alienante pegam leve!

Paulo Rosenbaum é médico e escritor. É autor de “A Verdade Lançada ao Solo”(Ed. Record)

http://www.jb.com.br/coisas-da-politica/noticias/2012/12/07/republica-do-bem-estar-geral/

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Lev Tolstoy

19 segunda-feira set 2011

Posted by Paulo Rosenbaum in Artigos

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exemplo e experiencia, fanatismo e ideologia, felicidade ao alcançe?, Iasnia Poliana, Justiça social, poesia, prosa poética, Tolstoy

Ou Taustoy (como se pronuncia em russo)

No recente ciclo sobre literatura um descendente direto do escritor trouxe informações importantes.

Mas nada supera o pequeno filme documentário que foi projetado com raras imagens originais em que o escritor — já consagrado — aparece cavalgando com seu médico, ou passeando em sua congelante propriedade em Iásnia Poliana às cinco horas da manhã.

Tolstoy teve a sorte de nascer em uma família aristocrática e pode produzir literatura no conforto de uma vida material assegurada. Faz diferença. Toda diferença!

Mas o mais notável não foi nada disso.

O extraordinário foi ver Tolstoy — cuja literatura foi execrada pelo regime soviético — cercado pelos camponeses para os quais distribuia atenção e dinheiro.

Não quero idealizar, mas a justiça social com que Lev fazia caridade o aproxima das linhagems de justos que andam sumidos e cada vez mais ocultos.

Nesse sentido, o conde descendente daquele escritor concorda que sua visão de justiça social era antes de qualidade espiritual, vale dizer, Lev processava o humanamente possível, e toda revolução (se quisesse levar esse nome) teria que passar por essa via, renunciando não só às tentações autoritárias, mas incorporando uma outra causa à causa. Estabelecer um mundo menos desproporcional e a aquisição de cultura e sabedoria, ao mesmo tempo.

A propriedade em Iásnia Poliana foi duas vezes salva pelos camponeses: no início da revolução russa quando a turba inflamada veio incendiar a propriedade, camponeses da cidade defenderam a casa do escritor.

Depois foi a vez dos nazistas que depois de pilhar a residencia, tocaram fogo às vesperas da saída às pressas para nâo enfrentar o exército vermelho, e, mais uma vez, camponeses-bombeiros salvaram o lugar.

Vivemos tempos obscuros onde nada é o que parece ser, sem lugar para exemplos ou sujeitos que se destacam pela nobreza das ações. O otimismo escasso só poderá ser extraído das estranhezas e das atitudes pessoais. No declínio final da pós modernidade (e portanto da própria modernidade) serão experiencias e exemplos as únicas armas contra o fanatismo e as ideologias.

Tosltoy mostrou isso. Pelo menos tentou.

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Tortura ainda

05 terça-feira jul 2011

Posted by Paulo Rosenbaum in Artigos

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felicidade ao alcançe?, mundo interior, onde está, tortura ainda

Como nos torturamos todos os dias.

Não consigo parar de pensar que este é o pedágio. A taxa com que bi-tributamos a sociedade por nossos momentos de felicidade.

Mas a felicidade está ao alcançe de alguém?

Claro que está ao alcançe, só que ela não é encarnável. Ela pode ser pensada, não consegue ser vivida, sentida, experimentada.

— E por que?

Por isso! Parece que não nos torturamos o suficiente. Nos contaminamos com facilidade com as pequenas traições, com os desmandos mínimos, com a indiferença ativa dos amigos. E como não se deixar contaminar?

— Digam? Digam logo, como não se deixar contaminar?

Estamos imersos, submersos melhor, neste mundo de impressões sensíveis, de pequenas e incomodas rusgas que nos jogam aquele outro Universo. O Universo das relações.

— Mas há qualquer alternativa?

— Talvez não.

Mas como seria melhor entender que a salvação vêm de dentro. Só o mundo interior pode não nos deixar afogar nem nos deixar suspender com a atordoamento da fuga celíflua. Só ele pode deter a fuga da vida. Só ele pode nos deixar entrever uma vida realmente independente.

— Só Ele.

Mas é preciso conservar-se em órbita.

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Entrevista sobre o Livro

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