• Uma entrevista sobre Verdades e Solos
  • Resenha de “Céu Subterrâneo” no Jornal da USP
  • A verdade lançada ao solo, de Paulo Rosenbaum. Rio de Janeiro: Editora Record, 2010. Por Regina Igel / University of Maryland, College Park
  • Resenha de “Céu Subterrâneo” por Reuven Faingold (Estadão)
  • Escritor de deserto – Céu Subterrâneo (Estadão)
  • A inconcebível Jerusalém (Estadão)
  • O midrash brasileiro “Céu subterrâneo”[1], o sefer de “A Verdade ao Solo” e o reino das diáforas de “A Pele que nos Divide”.(Blog Estadão)

Paulo Rosenbaum

~ Escritor e Médico-Writer and physician

Paulo Rosenbaum

Arquivos da Tag: ficção

Resenha de “Céu Subterrâneo” no Jornal do Nordeste

10 quarta-feira ago 2016

Posted by Paulo Rosenbaum in Artigos

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Adam Kadmon, Adam Mondale, bolsa literária, céu subterrâneo, ficção, Israel, Marhpelá, significado de justiça

Uma jornada com destino às origens

Tendo como contexto o universo judaico, Paulo Rosenbaum apresenta um “herói acidental” em busca de suas raízes

Jerusalém é o lugar onde o personagem central de “Céu Subterrâneo” busca suas origens

No duelo entre tradição e tecnologias, eclodem ao ser contemporâneo a imersão em dilemas como a integridade da memória e até mesmo o armazenamento destas pegadas, destas manchas espalhadas entre as gerações. Diante do infortúnio de pouco equilibrar tais dados sobre a próprias origem, resta a alternativa de investigar o passado. Uma busca com ares de incansável e cega jornada.

Encerrado neste contexto, o personagem Adam Mondale parte para este encontro pessoal e único. É pelos caminhos e passos de sua perspectiva ácida e atenta que “Céu Subterrâneo”, novo romance do médico e escritor Paulo Rosenbaum se enovela.

A cria fictícia de Rosenbaum aponta um psicólogo, judeu laico e desfilhado (e abstraído) de qualquer origem. Após perder o cargo de diretor em uma conceituada instituição brasileira, Mondale embarca no último voo para Jerusalém. Diante da personalidade plural e do interesse particular, o brasileiro é regido pelos mistérios que envolvem um antigo e irrecuperável negativo fotográfico.

Na mala do viajante e, consequentemente, leitores, estão digressões narrativas baseadas em episódios familiares: a esposa, os pais sobreviventes ao holocausto, a abominável Ditadura Militar brasileira, o desejo de ser escritor e a aposentadoria precoce responsável pela pausa estratégica no cotidiano.

Travessia

Porém, um fator dramático é adicionado à viagem optada por Mondale. Diagnosticado com uma córnea defectiva, o aspirante a investigador corre contra o tempo. A visão, por vezes comprometida, simboliza a descida do protagonista por um corredor de mistérios. Todos, em maior ou menor grau, sempre estaremos cegos ante o desconhecido.

É preciso bravura durante a hospedagem por um território obscuro. Para o também colecionador de câmeras antigas cada detalhe esmiuçado é uma vitória.

A investida individualíssima de Mondale é premiada com a presença de um interlocutor, o amigo Assis Beiras. Entre Brasil e Israel, em meio ao futuro que se demora e um passado cada vez mais distante, a jornada construída por Rosenbaum dispensa o auxílio de uma cronologia uniforme na narrativa. O romance começa com a inesperada visita de policiais israelenses que imediatamente confiscam o passaporte do viajante.

Em seguida, somos jogados dentro de um taxi em direção ao laboratório fotográfico capaz de revelar a misteriosa imagem do negativo. Nesse intervalo, eventos comuns a não nativos como a dificuldade de transporte, comunicação e até mesmo precárias condições do ponto de estadia permeiam a trama. Grande parte desse material resulta da experiência do autor em solo israelense, adquirida após bolsa literária de pesquisa.

Mondale, assim, se perde pelos segredos da gruta da “Makhpelá”. A pretensão é saber se existe realmente no local o “Túmulo dos Patriarcas”, e também do primeiro homem ou de seu protótipo, o “Adam Kadmon” (curiosamente o mesmo nome do protagonista). Estas são chaves pouco precisas colocadas na mesa para o leitor.

“Céu Subterrâneo”, de Paulo Rosenbaum, se destina ao mais profundo mistério que, sem findar, revela a verdade que diz respeito a todos. Muitas vezes, os dilemas tem origem em caminhos mal traçados. Nessa perspectiva, perder-se faz bem.

http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/caderno-3/uma-jornada-com-destino-as-origens-1.1596916

Livro

Céu Subterrâneo

Paulo Rosenbaum

Perspectiva

2016, 254 páginas

R$ 49

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Spleen político (Blog Estadão)

15 domingo maio 2016

Posted by Paulo Rosenbaum in Artigos, Imprensa, Livros publicados

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blog Estadão, céu subterrâneo, ficção, hegemonia e monopólio do poder, impeachment, literatura brasileira, retrocesso, significado de justiça, spleen político

Spleen político

Paulo Rosenbaum

15 maio 2016 | 18:19

Spleen – A Spongy gland above the kidney, supposed by the ancients to be the seat of anger and ill-humoured, melancholy in Skeat, W.W. Etymological Dictionary of the English Language. Oxford, 1882 

Num lugar distante, depois de uma intensa conflagração não violenta, que não era nem exceção nem golpe, uma epidemia de depressão assolou o País continental. Um tipo de distúrbio jamais detectado pela medicina. Reconhecendo a calamidade a Organização Mundial de Saúde classificou o fenômeno como “spleen político”. Como zumbis, pessoas e tribos sem filiação vagavam pelas ruas tentando encontrar algum código, pistas, de qualquer forma algum sistema de identidade que permitisse qualquer reagrupamento. Parecia impossível. Os grupos anti e a favor se insultavam mesmo tendo passado quase dois anos do embate que determinou a reclusão de boa parte da elite governante. As divisões eram perturbadoras. Havia gente contra e a favor da Cultura. Contra e a favor da Sociedade. Contra e a favor das Instituições. Sim à censura, contra e a favor da ditadura. O País chegou muito perto de ter o nível médio de inteligência rebaixado por uma agencia de classificação de risco psíquico.

As pessoas relatavam sintomas semelhantes e muitas sensações análogas. Um filósofo decidiu fazer o registro de suas entrevistas.  Os testes psicométricos informavam estranhos depoimentos:

— Qual é a sua sensação com a situação atual?

— É como ter tirado um peso enorme das costas, mas sem nenhum alivio.

Outras avaliavam o inverso:

— Agora sinto o peso sobre o qual as outras pessoas falavam. Ele migrou para mim.

— Elas se livraram de algo, que agora parece ter grudado na gente.

–Estou carregando um fardo estranho, só sei que não é meu.

Na análise da pesquisa, o comum entre elas é que os dois grupos, aparentemente antagônicos, não conseguiam enxergar saídas.

— O que sinto? Não consigo conversar com ninguém.

— A culpa é deles, as pessoas não conseguem mais conversar.

— Não quero falar com eles, o fanatismo é incurável.

— Eu me pergunto o que eles querem. Estão numa seita ou partido?

Na época, o coordenador das pesquisas, Terco Mora, arriscou um ensaio publicado em jornal de grande circulação:

“A falta de perspectiva se tornou tão intensa que o alivio por ter se livrado de uma tirania assemelhava-se ao de ter se livrado de uma patologia grave: ou seja mesmo livrando-se dela, sentimos que não houve ganho algum. Velhos clínicos discordariam, assim como no aforismo de Heráclito de Éfeso “ninguém entra duas vezes no mesmo rio”. Assim como nunca um corpo afetado por uma doença jamais tem restituição integral, a experiência de ter sido tiranizado e a redescoberta que só as ruas esvaziam palácios, marcará a memória coletiva. Apesar de muitos terem apostado na amnésia, prevejo que o País nunca mais será o mesmo. Para conservar sua feição essencial as Democracias precisam renunciar à toda tentação populista. Devíamos reconsiderar Descartes: Penso, logo não milito. Massas não costumam grudar umas às outras. Para unificar um País é preciso, antes, reduzirmo-nos às unidades.”

Antes da reviravolta, Terco foi preso e processado por um dos tribunais magnânimos. Viveu exilado em Fernando de Noronha, na época transformada em colônia penal. Anos depois da crise, foi reincorporado à Universidade. Promotor de diálogo, fundou o Ministério do Bem Estar, que presidiu até falecer. Os efeitos vieram depois, na forma de bônus imateriais. Sob sua gestão, o IDH do País teve inédito avanço e as transformações foram evidentes. Numa rara entrevista concedida para uma emissora de rádio de Brasília Terco resumiu o segredo que nos fez superar a atmosfera de spleen político:

— Suas pesquisas foram fundamentais para mudar o ambiente político, o Senhor poderia explicar qual é o mais importante indicador de felicidade?

— As relações entre as pessoas.

_____________________________________________________________________

Prezados amigos do blog e colegas jornalistas, convido todos para o lançamento do meu livro “Céu Subterrâneo” que acaba de ser editado pela editora Perspectiva. Trata-se de uma ficção escrita a partir de uma estadia em Israel e definido pela professora titular de literatura da USP Berta Waldmann, que assina a apresentação, como “Um Midrash brasileiro”. Também contei com a preciosa apresentação da Professora Lyslei Nascimento da UFMG que elaborou a orelha do livro. A lista de pessoas para agradecer é bastante extensa. Pretendo fazer isso pessoalmente. Então amigos, será dia 17/05 as 18:30 na livraria Cultura do Conjunto Nacional. Agradeço antecipadamente a quem puder vir, compartilhar e divulgar para outras pessoas. Um grande abraço, Paulo Rosenbaum

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Milagre, antropogenia e cientificismo

22 segunda-feira ago 2011

Posted by Paulo Rosenbaum in Artigos

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antropogenia, cientificismo, cientificização da existencia, ficção, final da pós modernidade, limites para a ciencia, medicalização da vida, milagre, milagre e ciencia

Milagre, antropogenia e cientificismo

Jornal do Brasil

Paulo Rosenbaum

A questão da ciência – seus limites e critérios – está sempre voltando à pauta jornalística. Artigos recentes lembraram a perseguição que cientistas americanos vêm sofrendo por acharem resultados que às vezes contrariam expectativas populares no caso de novas evidências surgidas contra a hipótese do aquecimento global.

Há quem ache que a ciência fará milagres. A tradução deste termo nos remete a múltiplos significados etimológicos. Mas o fato é que sempre que um extraordinário acontece, recorremos à palavra. O milagre é, provavelmente, muito mais banal que supomos. Seriam as marcas de um acontecimento extraordinário, transcendente? A natureza do milagre, vale dizer, seu propósito, é exatamente forçar-nos a admitir que há algo além, muito adiante da curva do insondável. Talvez o que não dominamos, ou nem sonhamos em conquistar: o inexplicável. Exatamente tudo aquilo que nestes estertores de pós-modernidade não nos é mais permitido.

Para ler o artigo completo:

http://www.jb.com.br/sociedade-aberta/noticias/2011/08/20/milagre-antropogenia-e-cientificismo/

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https://editoraperspectivablog.wordpress.com/2016/04/29/as-respostas-estao-no-subsolo/

Entrevista sobre o Livro

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