• Uma entrevista sobre Verdades e Solos
  • Resenha de “Céu Subterrâneo” no Jornal da USP
  • A verdade lançada ao solo, de Paulo Rosenbaum. Rio de Janeiro: Editora Record, 2010. Por Regina Igel / University of Maryland, College Park
  • Resenha de “Céu Subterrâneo” por Reuven Faingold (Estadão)
  • Escritor de deserto – Céu Subterrâneo (Estadão)
  • A inconcebível Jerusalém (Estadão)
  • O midrash brasileiro “Céu subterrâneo”[1], o sefer de “A Verdade ao Solo” e o reino das diáforas de “A Pele que nos Divide”.(Blog Estadão)

Paulo Rosenbaum

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Maiêutica e o Vício em Doutrinar (blog Estadão)

24 domingo jul 2016

Posted by Paulo Rosenbaum in Artigos

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ética de monopólio, democracias mitomanas, extremistas, maieutica, monopsismo cultural, nepotismo cultural, novo populismo, polêmica irrelevante, politicamente correto e incorreto, significado de justiça, Socrates

“Maiêutica – Do grego “maieutitké” – relativo ao parto. Processo utilizado por Sócrates para ajudar a pessoa a trazer ao nível da consciência as concepções latentes em sua mente” Dicionário Etimológico. Antonio Geraldo da Cunha.

Em tempos de cultura pop, enquanto a histeria progride. Reduz tudo à posições políticas cartográficas. Vira mania, enquanto a arte pedagógica vital foi relegada. A proposta de ensino socrática conhecida por maiêutica não foi só desprezada. Deformada, hoje ela está a serviço do vício em doutrinar. Das cátedras às redes sociais, das redações aos programas de auditório, um perturbador ruído de fundo constrange o pensamento. A independência intelectual virou artigo inalcançável. Ao sequestrar o exercício da reflexão trocado por engajamentos doutrinários, a vida parece ficar mais fácil enquanto a educação mingua à sombra de torcidas dispersas. No jogo viciado, leva a melhor quem for mais ruidoso ou cooptar mais público. Nem sempre foi assim. Sem nostalgia, é importante observar que estamos enredados na defensiva. A trincheira está cada vez mais a mão, ainda assim o antônimo desejável de politicamente correto não é o politicamente incorreto, como se tornou comum propagar sem cerimônia ou autocensura. Talvez seja uma outra coisa. Bem menos previsível. Muito mais empírica para estes tempos de legiões de lobos avulsos, onde conspirações secretas de primeira página parecem ser as únicas confluências possíveis. Onde a omissão permissiva vale mais do que a explicitação dolorosa. Será preciso investigar usando todos os serviços de inteligência do mundo porque o establishment faz uso seletivo das palavras, cuidadoso falseamento da ciência e da realidade. A negação permanente desprotege todos. Ninguém ainda lamentou suficientemente o aparelhamento de uma década. Seria o fundamento da critica. O primeiro da lista. Ao obstar o fluxo de pensamento para o substituir pela ordenha mecânica de vozes eleitas por grupos afins, o convívio foi aniquilado. O novo populismo saído diretamente da causa do saber. De onde nunca emergiu muita coisa além de slogans circulares, discursos peremptórios que mimetizam uma filosofia. O saber não é causa emancipada, que sobrevive sem interpretação. Ocorre que, por acaso, ainda pode-se escolher quem será convocado para executa-la. Se os eleitos forem afilhados locais, nepotismo intelectual. Se escolhidos através da mesma meia dúzia de referencias bibliográficas, monopsismo cultural. A redução é clara: não se sabe se a escola deve ser dominada por uma linha partidária ou submeter-se à todas. Essa é a verdadeira dúvida, traduzida na linguagem da polêmica irrelevante. Talvez o conhecimento não merecesse destino tão recortado. Nem as instituições tratamento tão afoito. O medo de enfrentar o extremo, é, no fundo, a compensação neurótica de quem não conseguiu encarar o que chegou até nós. A tocha de brilho fosco. Não a olímpica. Mas a mecha do aposto. A aposta no enunciado de um bem único. De uma unificação impensada, porque impossível. Da ética de monopólio. De opiniões respaldadas em círculos fechados. O que foi a mutação da política senão um consenso cozido entre gabinetes herméticos? Não se espantem se testemunharmos os extremos do pavio se desgarrarem em filiais violentas emancipadas da matriz. Democracias mitômanas e autocracias cínicas são espelhos da mesma atuação. Sairemos do enredo circular quando o dialógico aprender a recusar mentiras prudentes.

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