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  • Resenha de “Céu Subterrâneo” no Jornal da USP
  • A verdade lançada ao solo, de Paulo Rosenbaum. Rio de Janeiro: Editora Record, 2010. Por Regina Igel / University of Maryland, College Park
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  • O midrash brasileiro “Céu subterrâneo”[1], o sefer de “A Verdade ao Solo” e o reino das diáforas de “A Pele que nos Divide”.(Blog Estadão)

Paulo Rosenbaum

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Paulo Rosenbaum

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Sagração da intolerância

29 sábado set 2012

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Sagração da intolerância

A primavera chegou tarde demais. O mundo que conhecemos desintegra-se rápido. E desta vez, é mais do que um rito de passagem. Mudanças drásticas são eminentes e estão para acontecer. E o oriente médio está na linha de frente.

Ontem uma charge, hoje um filme provocador, amanhã propaganda picante e depois de amanhã, violência imotivada. As condições e predisposições dos manifestantes estão bem desenvolvidas. Nunca realmente precisaram de razões. O alimento desse ódio se chama pretexto. Infelizmente aquela região sempre foi uma latitude propicia para incendiários.

Meus amigos muçulmanos ficam divididos entre fidelidade e radicalizar a autocrítica. Eu sei, eles sabem e a maioria entende que o verdadeiro islã não tem nada a ver com o que os esses manifestantes demonstram, mas como desconstruir a imagem daqueles que partem para o pau, e midiaticamente dominantes, passam a representar todos?

Publicar charges ofensivas a uma religião, troçar de seitas ou atacar ícones espirituais pode ser considerada uma prática ridícula e coloca em cheque mais o mau gosto do que a tolerância. A paz que esperamos para a região requer comedimento, restrição e respeito mútuo.

O atual elemento bizarro é tentar estabelecer equivalência moral entre uma ofensa – mesmo grave – e os assassinatos epidêmicos que agora assaltam o oriente médio, África, e parte da Ásia.

O que seria do mundo se toda piada ou gozação se transformasse em ofensa, depredação, e morte? Judeus, americanos, religiões e etnias não são atacadas, ridiculizadas e expostas diariamente mundo afora? Inclusive ou especialmente nos jornais árabes, uma das mídias mais hostis ao mundo ocidental? Num mundo instantâneo as reações se cruzam: o crescimento da retórica xenófoba e islamofóbica na Europa coincide com a sagração da intolerância no mundo árabe.

É que esse tipo de jihadismo, assim como todo dogma, não tolera o contraditório, sendo uma espécie de parasitismo religioso que concentra nitroglicerina ao deformar a mensagem do islamismo, a fé autentica de 1,5 bilhão de pessoas. Mas sem que lideranças esclarecidas venham a público para confrontar estas perversões, as massas tendem a se tornar progressivamente ingovernáveis.
Já a parcela da esquerda que, estrategicamente silencia, – para vibrar em casa com vinho tinto — quando embaixadas ocidentais são queimadas, pessoas executadas e crimes são cometidos está, em uma palavra, alucinada. Imagina que a energia liberada pela loucura possa ser de grande serventia para a derrocada final do capitalismo.

Só se esquecem que intelectuais, mulheres e minorias sempre são os segundos nas listas de execução desses comitês revolucionários. Subestimar a capacidade de avanço do fundamentalismo é ignorar os riscos autoritários que essas sociedades representam para a liberdade. Aprendamos pois e fujamos de lugares que não sabem separar Estado e religião. Não que as democracias populistas e seus ecléticos partners estejam lá muito preocupadas com o que chamam de “decadentes valores burgueses”.

Perdeu-se a oportunidade de alguém dizer hoje na ONU que as nações jovens tem os mesmíssimos direitos que as longamente estabelecidas. Ora, o problema das nações transcendem o nacionalismo, barreiras alfandegarias e protecionismos. Não se constroem identidades por decurso de prazo. Os argumentos em defesa do direito da existência de Israel são tão bons como os de qualquer outra nação. O sinistro é que o Estado hebreu parece ser o único que tem esse direito abertamente questionado por aquilo que deveria ser uma assembleia de nações. Uma minoria tem ou não direito natural à vida? Parece que não. E por isso, exatamente por isso que judeus, palestinos, armênios, curdos, catalães, bascos, nepaleses e outras pessoas espalhadas pelo mundo buscam autodeterminação para tentar manter coesão e identidade como povo.

É vital não confundir tolerância com omissão. Tolerância favorece a vida, omissão mata. Pois é inquietante o desvelo com que a comunidade internacional vem encarando as ameaças diárias contra a existência da nação judaica patrocinada pelos apeudeutas do atual regime iraniano e associados.

Os físicos nucleares reconhecem que desarmar ogivas dá muito mais trabalho que criá-las. A escalada acontece quando ninguém quer retirar o dedo do gatilho.

Talvez o recolhimento, a meditação e o perdão possam amenizar os ruídos de guerra, mas, se não, valerá pelo presságio ingênuo que deveria nos dominar mais vezes.

Paulo Rosenbaum é médico e escritor. É autor de “A Verdade Lançada ao Solo”(Ed. Record)

Paulorosenbaum.wordpress.com

Para acessar o link do JB

http://www.jb.com.br/coisas-da-politica/noticias/2012/09/28/sagracao-da-intolerancia/

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Internacional Teocrática

16 quinta-feira ago 2012

Posted by Paulo Rosenbaum in Artigos

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aitolás, Amia, atentatdo em Buenos Aires, Guerra civil Síria, Irã, jihadismo, mensalão, Mercosul, programa nuclear iraniano, Teerã e Caracas

Internacional teocrática.

Acabaram-se as Olimpíadas mas a vibração continua fora dos campos e das raias olímpicas. O brasileiro – até as padarias tem deixado a tela acesa na TV Justiça – ainda espera pelo justo, e sem compreender a linguagem jurídica a conversa que se ouve nas ruas é “vamos ver no que isso vai dar”.

Mas hoje o mundo opera numa simultaneidade caótica. Sempre foi assim, a diferença é que a informação online nos obrigou à onisciência. Enquanto o mensalão é debatido, num canal de tevê paga pode-se assistir o documentário sobre quem são os atuais líderes do Irã. Imaginem, mas a realidade é pior do que parece. A estratégia persa para controlar a região é estarrecedora. Explicitamente o regime dos aiatolás e sua guarda revolucionária traçaram planos onde mundo é o limite. Graças aos bons negócios que empresários europeus e de muitos outros países fazem no mercado negro o boicote internacional simplesmente não tem funcionado, faliu, conforme as câmeras da TV britânica provaram. O mercado central de Teerã repleto de mercadorias de última geração, dos americanos aos chineses. Plataformas e tecnologia para extração do petróleo foram compradas da China depois que os Estados Unidos e União Europeia se recusaram a vendê-las ao iranianos. Componentes para usinas atômicas estão chegando em dia, da Coreia do Norte e Rússia, sem prejuízos ao cronograma para obter a bomba nuclear.

A verdade é que o regime de Teerã se internacionalizou e é com essa ideologia que eles tem aumentado a presença em vários pontos do globo. Depois que G. W. Bush nos fez o favor de trocar o regime em Bagdá a “internacional teocrática” aportou com força total no Iraque e já desestabiliza países na África. A presença de assessores militares iranianos e agentes políticos dentro das fronteiras iraquianas é crescente. Nas palavras de um jornalista iraniano que preferiu o anonimato: “eles sempre consideraram o Iraque como parte do Irã, ainda sonham com o grande império persa”.

A recente prisão de agentes da guarda revolucionária iraniana em Aleppo e a troca de agrados verbais entre Damasco e Teerã, também são pistas importantes para rastrear as intenções dos sucessores de Khomeini. Os assessores militares iranianos se uniram às equipes de extermínio de Assad fornecendo armamentos e logística para a indústria do massacre na Síria. Teerã assegura casa e comida para o clã sírio se tudo der errado. A ONU e a comunidade internacional seguem expectadoras. De onde vêm todo este descaso com os consensos internacionais?

No front, a dobradinha AA, Assad-Ahmanejahd já tem pronto planos derivacionistas como provocar alguma reação norte-americana ou reativar os conflitos com Israel na fronteira ao norte para criar um foco mais sustentável enquanto finalizam o serviço genocida sobre o povo sírio. A planilha incluiria ataques contra alvos via Hezbolhah repassando o máximo de armamentos para a organização terrorista que há décadas constrói sistemas de bunkers e já conta com um expressivo arsenal subterrâneo de mísseis.

Ninguém é santo no tabuleiro explosivo dos jogos de poder, a diferença brutal é que quando Israel, EUA ou qualquer país democrático faz das suas, a imprensa livre – cada vez mais comprometida — tem um colossal alcance e assim exerce poder sobre a opinião publica interna e externa. Completamente diferente dos outros países no oriente médio, inexiste liberdade de expressão. Como tudo é filtrado – destarte passado como realidade — espalham-se ainda mais as fronteiras do rancor antissionista e antiamericano.

Como se não bastasse o apetite pelo jihadismo internacional, os aiatolás de longo alcance estão muito provavelmente por trás de recentes atentados terroristas com tendência a abrir filiais na América do Sul, notadamente na tríplice fronteira. Além do escandaloso e ainda impune atentando contra a AMIA em Buenos Aires, os países da tríplice aliança seguem fazendo vistas grossas a estas perigosas aproximações. Problema grave, especialmente para o Brasil, com a proximidade de dois eventos de relevância mundial.

Para completar suas metas o ditador iraniano vem usando as facilidades oferecida pelo companheiro da Venezuela e paga a conta com pesados investimentos em infra estrutura e campanhas eleitorais. Ninguém se espante se sob os auspícios de Hugo Chaves, e a conivência de Brasília, contarmos com o Irã como próximo convidado do Mercosul.

O que os roteiristas e assistentes esqueceram de prever no script é que a maioria não é corrompível, há exaurimento crescente pela sensação de já termos sido suficientemente manipulados e ninguém mais quer ser escravo da causa nem viver sob o cutelo de quem diz encarnar a divindade.

Paulo Rosenbaum é médico e escritor. É autor de “Verdade Lançada ao Solo”(Ed. Record)

Paulorosenbaum.wordpress.com

Para comentar usar o link do JB:

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