• Uma entrevista sobre Verdades e Solos
  • Resenha de “Céu Subterrâneo” no Jornal da USP
  • A verdade lançada ao solo, de Paulo Rosenbaum. Rio de Janeiro: Editora Record, 2010. Por Regina Igel / University of Maryland, College Park
  • Resenha de “Céu Subterrâneo” por Reuven Faingold (Estadão)
  • Escritor de deserto – Céu Subterrâneo (Estadão)
  • A inconcebível Jerusalém (Estadão)
  • O midrash brasileiro “Céu subterrâneo”[1], o sefer de “A Verdade ao Solo” e o reino das diáforas de “A Pele que nos Divide”.(Blog Estadão)

Paulo Rosenbaum

~ Escritor e Médico-Writer and physician

Paulo Rosenbaum

Arquivos da Tag: intolerancia latente

Intolerância latente ( Blog Estadão)

13 quarta-feira ago 2014

Posted by Paulo Rosenbaum in Artigos

≈ Deixe um comentário

Tags

: antissemitismo, bias da mídia, diferença entre criticar Israel e ser antissemita, intolerancia latente, isaiah berlin, Israel, libelos de sangue, nazistas, terrorismo Hamás

Intolerância latente

Paulo Rosenbaum

quarta-feira 13/08/14

Antisemitism means “hating Jews more than is absolutely necessary. Antissemitismo significa: odiar judeus mais do que o absolutamente necessário. Isaiah Berlin Sou mais um que vai parodiar Tom Jobim, mas o refinado senso irônico de Isahiah Berlin não é mesmo para principiantes. Apresenta a eloquência dos que compreenderam que sempre haverá álibi para racionalizar a […]

Antisemitism means “hating Jews more than is absolutely necessary.

Antissemitismo significa: odiar judeus mais do que o absolutamente necessário.

Isaiah Berlin

Sou mais um que vai parodiar Tom Jobim, mas o refinado senso irônico de Isahiah Berlin não é mesmo para principiantes. Apresenta a eloquência dos que compreenderam que sempre haverá álibi para racionalizar a judeofobia. Alguns destes álibis são hilários, outros travestem a lógica com argumentos aparentemente plausíveis. Entre os diagnósticos instantâneos: “Estão vendo, é Gaza! É a direita no poder em Israel! A culpa é da política expansionista dos israelenses! O conflito não é ideológico, mas puramente político!”

Recente edição do “The Guardian” relatou em números, o aumento exponencial dos ataques antissemitas pelo mundo: só comparável ao período de ascenção dos nazistas ao poder. Só que isso foi em 2013. Evidentemente que a catarse de uma guerra acelera hostilidades latentes. Na semana passada, cemitérios pichados na Itália, turbas apedrejaram lojas de judeus em Marselha e Paris, e neonazistas se juntaram aos jihadistas e à extrema esquerda, para entoar conhecidos slogans antijudaicos em Berlin e Munique.

Em geral, as minorias são mais vulneráveis à intolerância como todos estamos testemunhando no impensável retrocesso da civilização no Iraque. Como ousam yazidis, cristãos, sufis, e outras tribos e etnias, subsistirem dentro de suas tradições, sem sucumbir à pressão do fundamentalismo que aspira ser dominante, e suprime as dissonâncias? Para além das escolhas religiosas, essa supressão é também cultural e simbólica. Se não, qual seria o motivo pelo qual os terroristas do Estado islâmico tenham se dado ao trabalho de destruir a tumba de Jonas dentro de uma mesquita histórica?

Cenário e alianças podem mudar dramaticamente. Nas palavras do ministro das relações exteriores da Arábia Saudita, o conflito agora não é mais entre árabes e israelenses. Judeus, assim como outras minorias, são alvos ancestrais desses sentimentos, especialmente sob maiorias controladas por tiranos. É quando o “ódio suficiente” referente à ironia de Berlin, sai do controle, o excedente escapa, e as intolerâncias podem explodir em paz.

Trata-se do velho pretexto infinito, do álibi universal, da licença poética para perseguir, que, subsiste, intacta, nos grotões da ignorância, nos porões inconscientes e sobretudo na linguagem. Dos libelos de sangue medievais – agora repetidos nas escolas infantis pelos terroristas do Hamás – ao affair Dreyfus, do arianismo aos campos de extermínio, os vagões podem ter mudado, trens e trilhos são, rigorosamente, os mesmos.

Por outro lado, não é razoável acusar quem critica Israel neste ou em outros conflitos, como necessariamente antissemita. Mas o viés persistente que aponta quem se defende como algoz, o bias da mídia, e o tom usado pela legião de juízes parciais, são ingredientes que acabam metamorfoseando a crítica martelante em ação antissemita involuntária.

A persistente tentativa de deslegitimar um Estado é o prenúncio para inviabilização do povo que o habita. No tabuleiro geopolítico do Oriente Médio é comum reputar o Estado hebreu como a única peça sobressalente. Entretanto, é fato que a maioria dos Estados nacionais só se agruparam como os conhecemos, durante o século XX. E por que com este País haveria de ser diferente? A difusão parcial dos eventos históricos pode ajudar a explicar, ainda que não justifique, boa parte da notória má vontade quando a pauta é Israel.

Tags: antissemitismo, bias da mídia, diferença entre criticar Israel e ser antissemita, intolerancia latente, isaiah berlin, Israel, libelos de sangue, nazistas, terrorismo Hamás

Compartilhe:

  • Imprimir
  • Mais
  • Tweet
  • WhatsApp
  • Telegram
  • Pocket
  • Compartilhar no Tumblr
  • E-mail

Curtir isso:

Curtir Carregando...

Artigos Estadão

Artigos Jornal do Brasil

https://editoraperspectivablog.wordpress.com/2016/04/29/as-respostas-estao-no-subsolo/

Entrevista sobre o Livro

aculturamento Angelina Jolie anomia antiamericanismo antijudaismo antisemitismo artigo aspirações impossíveis assessoria assessoria de imprensa assessoria editorial atriz autocracia autor autores A Verdade Lançada ao Solo açao penal 470 blog conto de noticia Blog Estadão Rosenbaum Censura centralismo partidário centros de pesquisas e pesquisadores independentes ceticismo consensos conto de notícia céu subterrâneo democracia Democracia grega devekut dia do perdão drogas editora editoras Eleições 2012 eleições 2014 Entretexto entrevista escritor felicidade ao alcançe? Folha da Região hegemonia e monopólio do poder holocausto idiossincrasias impunidade Irã Israel judaísmo justiça liberdade liberdade de expressão Literatura livros manipulação Mark Twain masectomia medico mensalão minorias Montaigne Obama obras paulo rosenbaum poesia política prosa poética revisionistas do holocausto significado de justiça Socrates totalitarismo transcendência tribalismo tzadik utopia violencia voto distrital
Follow Paulo Rosenbaum on WordPress.com

  • Seguir Seguindo
    • Paulo Rosenbaum
    • Junte-se a 2.948 outros seguidores
    • Já tem uma conta do WordPress.com? Faça login agora.
    • Paulo Rosenbaum
    • Personalizar
    • Seguir Seguindo
    • Registre-se
    • Fazer login
    • Denunciar este conteúdo
    • Visualizar site no Leitor
    • Gerenciar assinaturas
    • Esconder esta barra
loading Cancelar
Post não foi enviado - verifique os seus endereços de e-mail!
Verificação de e-mail falhou, tente novamente
Desculpe, seu blog não pode compartilhar posts por e-mail.
%d blogueiros gostam disto: