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ffilosofia para ninguém, Herald Tribune, mundo interior e vida, New York Times, por que ainda ler jornais?, valor da vida
Posso ver (e nao pensem que desejo) como as coisas funcionam por aqui.
Funcionam para que fiquemos conformados e o conforto não é uma virtude. Dizem que devemos agradecer pelo dia a dia, e partilho desta expectativa.
Mas o que seria a vida sem filosofia?
Sócrates, Cícero e talvez Montaigne me dizem mais ou menos a mesma coisa: e se filosofar é aprender a morrer, como não filosofar?
Se tudo está certo — como reza a cartilha da conformidade opressiva — o que temos para fazer além de ser tele(sim, como em um vídeo sem volta)expectadores de uma realidade que passa a nossa frente?
Nosso dia a dia e nossas prioridades, o que fazemos com elas? Vale dizer delas?
Já falei para mim mesmo, advertencia mesmo:
“Por que ainda leio jornais?”
Talvez manter o New York Times ou o Herald Tribune (em papel por favor, há aberração em certas coisas — eu digo não às edições digitais, uma completa calamidade) só para ficar a par de alguma realidade internacional, mas, desgraçadamente, minto, sei que minto.
Minto para mim mesmo sabendo que não há realidade internacional nenhuma. A realidade é um artifício sem importância para quem não pode tolerar que a única realidade é a mediação que se faz através do mundo interno. A vida interior, esta entidade bastardizada pelos filmes superficiais, pelos manuais de auto-ajuda ou pela empolação sórdida da linguagem academica, é a única prova que a vida tem valor.
E o preço que se paga por essa negação crônica não é baixo.
Há uma fatura em trânsito, ainda que num tardo correio.