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— Saber um pouco mais!
— Sobre o que Sr?
— Como é que as coisas são decididas por aqui?
— Não sabe?
— Não! Uma coisa é certa. não é por mérito. Dinheiro? É o dinheiro que resolve?
— Ajuda. Se vier com poder melhor, o cacife não é para qualquer um.
— Mas reli e gostei.
— Isso não sei. Ele já disse que não.
— Quem disse?
— Ele ali.
— Mas ele não é ninguém.
— Ninguém é ninguém. Ele é “o” alguém, ele é o dono.
— Qual o nome dele?
— Redator. Faz o que bem entender. Manda em tudo e todos. Como se diz por aí, só ele apita.
— Mas é o Sr. Redator-chefe, ele não tem moral?
— Têm! Uma muito particular, a dele.
— O que podemos esperar dele?
— Como disse, nem mérito, nem justiça poética.
— Onde anda, está morto?
— O mérito? Ihh, faz tempo que ele agonizava lá no quintal. Hoje está embrulhado em jornais.
— Mas e a justiça poética?
— Essa aí? Empacotou. Faz mais tempo ainda!
— É mesmo? Mas nem vi o anúncio.
— É, nem deram mesmo. Querem até apagar o jazigo. Idéia do chefe. Sabe como é que é, aqueles papos, podem fazê-la heroína, martir, sei lá o que.
— E eu nem sabia! (lágrima)
–Opa, mas não precisa chorar.
— Não estou chorando (disfarça), é que acabei de abrir o livro e vi a notícia.
— Qual delas? A matéria paga?
— Esta aqui:
“Quando todo Mérito perecer, a Justiça Poética voltará para vingar seu patrono. Nesse dia, não haverá uma só palavra publicada que não possa ser ouvida por todos.”
(estrondo, estampido)
— Por que fez isso? Está louco? Agora voce se sujou.
— Alguém tinha que fazer. Está feito.
— Foi justiça com as próprias mãos. Sem o chefe quem vai controlar tudo? O que vamos fazer com as informações?
— Não é da minha conta! Vim com missão pontual.
— Bom, já que fez, qual seu nome?…é para colocar na manchete.
— Coloque apenas “um amigo das letras”