O proposito é difundir meu trabalho.
Apesar da minha relutância — pois tinha muitas resistencias em recorrer a um veiculo deste tipo para poder ter um trabalho reconhecido — concedi à realidade.
Simplesmente não há como fazer um trabalho literário ser conhecido se voce apenas se render ao mérito das letras ou confiar na justiça poética (ela existe, mas pode ser lenta e tardia como a aplicação das leis). Não sei se há ou não este mérito no meu trabalho — ainda que prefira acreditar que sim — mas sem que as pessoas ouçam, vejam ou conheçam o que voce faz, o que se pode esperar?
Não só os espaços das mídias são exiguos e disputados como nós autores sem inserções pré construídas não temos a menor chance já que competimos com ícones, celebridades e gente consagrada (não importa o campo original em que elas atuem) o que convenhamos diminui muito as chances de ser veiculado.
Depois fui descobrindo uma função catártica no blog e que só me aguçou a curiosidade para prosseguir num documentário que ainda pretendo organizar: investigar como se dá o processo criativo.
Este assunto me interessa como médico e como escritor. E tudo que une as duas características temáticas são leitmotivs.
Por último diria que a construção da linguagem (assim como a desconstrução necessária para se obter o produto) torna o oficio do escritor infindo, se ele quer ter o texto cada vez mais elegante e filtrado de todo artificialismo ele precisa investir em si mesmo. Ter algum orgulho.
Não se trata de enaltecer-se ou “fazer marketing da própria imagem”. Pelo contrário, isso promove o sujeito e não o que realmente interessa, a criação. Mas se trata sim de expor-se mais, arriscar-se mais, duvidar mesmo se o que a maioria gosta não é fruto da pressão social, dos oligopólios midiáticos que ditam, explicita ou sublimarmente, o que as pessoas devem gostar, como podem se comportar, quais os critérios estéticos, éticos e semânticos que devem dominar as pautas jornalísticas.
É claro que preferiria espaços mais amplos e visíveis e isso talvez trouxesse certa visibilidade e reconhecimento que é todo autor deseja.
Encontrei esse caminho e sou grato ao pessoal da Record e da Fsb por terem dados todos os incentivos para que eu pudesse construir um espaço livre e digressivo onde posso, sobretudo, conversar com os leitores.
Mesmo aqueles que não podem me ouvir.
Estou, no minimo, muito orgulhosa. Ainda nao tenho como ter acesso ao livro, mas assim que voltar ao Brasil, tratarei de providencia-lo. O blog, no entanto, me causa uma certa impaciencia dessa ausencia. Me instiga a procurar rapidamente a seguencia dessas breves, mas “desconfortantes” – ou “confortantes” – palavras. Continuarei acessando-o para me deleitar nesses breves relatos. Parabens Dr. Paulo.
CurtirCurtir
Debora, obrigado pelos comentários. Me avise quando vier ou ler o livro. abraço.
CurtirCurtir