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  • Resenha de “Céu Subterrâneo” no Jornal da USP
  • A verdade lançada ao solo, de Paulo Rosenbaum. Rio de Janeiro: Editora Record, 2010. Por Regina Igel / University of Maryland, College Park
  • Resenha de “Céu Subterrâneo” por Reuven Faingold (Estadão)
  • Escritor de deserto – Céu Subterrâneo (Estadão)
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  • O midrash brasileiro “Céu subterrâneo”[1], o sefer de “A Verdade ao Solo” e o reino das diáforas de “A Pele que nos Divide”.(Blog Estadão)

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As três partes (II)

30 quinta-feira dez 2010

Posted by Paulo Rosenbaum in Artigos

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a linguagem poético como o devir da libertação, a pedagogia do desespero, discurso acadêmico anti-romântico, verosemelhança e ficção, vitalidade de um romance

A ideia em um romance é que ele tenha a vitalidade de um organismo. Isso significa que ele deve ter, além de consistência, autonomia e movimentação. Para que tenha a movimentação as partes devem vir articuladas. Claro que não exatamente como uma tese, mas pelo menos o organograma mínimo da construção deve estar claro. No início. Friso o “no início” porque esta previsão será decerto modificada pela força do texto e dos personagens.

Muitos me avisam coisas contraditórias, paradoxais sobre suas impressões do livro. Zult é o personagem forte e o eixo sobre o qual o livro corre, sempre. No entanto a parte II é um must para as passagens que virão. A “Balada” de Yan e Sibelius tem momentos mesmo inverossímeis mas como já afirmaram gênios da literatura “a ficção é obrigada a se ater as possibilidades, a realidade não”. Então os diálogos filosóficos em cima da montanha só poderiam acontecer ali. Acho que o artificialismo pode ter sido suplantado pela impossibilidade de que revelações que se fazem numa situação extrema não poderem ocorrer em nenhuma outra situação. A proximidade da morte desenrola a língua. Isso é uma realidade. O discurso acadêmico é anti-romântico por natureza. A paixão deve ser toda enxugada, o rigor metodológico suprime a liberdade no ato de criar. Esta “camisa de força” do pensar está em mim. Visto ela todos os dias e quando tento tirar sinto dores articulares. Isso significa que o estuturalismo me impregnou com seus limites.  Tudo em nome da ciencia e do conhecimento.

No entanto, veio a reação e os momentos de tensão e emoção foram aparecendo pelo inusitado, pela tensão da situação dos personagens: famintos, congelados, torturados  pelos erros cometidos, por uma vida meio desperdiçada, e enfim pela descoberta da libertação. As amarras intelectuais podem — e devem — ser destroçadas. A mola auxiliar desta empreitada foi, sem duvida, a poesia e sua linguagem. 

Assim se Yan e Sibelius travam dialogos longos e aparentemente sem obedecer a verossimilitude , na outra ponta estão abertos — é uma condição imperativa — para o mundo espiritual. Para algumas pessoas só na exaustão, na falta de esperança e no mais materialista dos destinos a alma pode voltar a falar. Esta ideia (a de alma que busca o Criador) obseda não porque faz parte de uma perturbação psiquica crônica da humanidade. 

Ela é necessária.   

Assim a parte II é um rito que permite que nossa tradição (independentemente de qual ela seja) possa voltar a ser acesa.  No claro.

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