Fera avistada na Mantiqueira.*
Onça parda, matreira, quase extinta, ligeira.
Como gato, que, pardo, à noite é furta-cor.
Fulminou a câmera de lado, e, arrepiada, olhar luminescente, encarou.
Euforia: animal errante, fugidio.
Chegou ao portão, elegante, arredio.
Reciclagem da natureza, aparição oportuna?
Voltam pelos mananciais preservados,
O selvagem reintegrado?
Ou o vigor da floresta na escuridão gatuna?
Festa, o imaginário ressignificado.
Em meio à solidão, um cenário sob mutação.
Seria um jaguaruni, arisco?
Um gato mourisco?
De qualquer modo, aura felina onipresente.
Esquiva, cautelosa, imponente.
A ciência, provocada, cogitou:
Gato, selvagem, onça, pantera, jaguaruni?
E o que importa? Não nos basta contempla-los aqui?
*(Inspirado em uma história um tanto irreal)