—O plano, perfeito, as circunstâncias, ideais, a resistência, mínima, o apetite, máximo. Então senhores há algum enigma aqui, o que pode ter dado errado?
(batidas de lápis contra mesa de vidro)
—O produto senhor, o produto. Encareceu demais.
–Mas como é que pode? Então paguem! O que estão esperando? Esvaziem os fundos, torrem as reservas, façam o que for preciso. O que? Por que essa cara?
—É que…deveríamos ter aprendido, não funciona, nunca funcionou.
— Mas como é que você ousa? Que tal pedir desconto? Abatimento? E se for no atacado?
(limpeza de garganta ineficaz) (ruídos indecifráveis, sugestivos de lamentos)
– Não dá. Precisamos aprender com a história chefe.
— Você ouviu isso? O que ele está me dizendo?
(murros secos, seguido de gemido contido)
— A realidade companheiro: só a realidade (suspiros) Simplesmente não deu, ninguém pode comprar a sociedade inteira.
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