Há, digo, deveria haver, algo intermediário entre a erudição academica — poesia e romance, isso é, aqueles produzidos por professores de literatura e críticos — e a “coisa média” que agrada tanto a cultura popista: a própria literatura, especialmente, mas não exclusivamente quem nem foi lido por justificacionismos compreensíveis como “nunca ouvi falar”. A invisibilidade, custo a me convencer, pode chegar a ser uma virtude!
Para a recente pseudo polemica entre Rabbit e Joyce ofereço o texto de abertura de Michel Butor no esclarecedor “Joyce e o Romance Moderno”
“Numa passagem frequentemente citada de Gambara, Balzac nos oferece o seguinte diálogo:
“–Beethoven está superado pela nova escola diz desdenhosamente o compositor de romanças.
–Ele ainda nem foi compreendido, diz o conde, como poderia estar superado? ”
Talvez, voce ouça dizer que a arte de Joyce está “superada” pela arte de uma nova escola do romance e que, por conseguinte, não há mais necessidade de lê-la. Que alívio! Era bem grande!.”