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Argentina, assistencialismo, bolsa família, democracia, direitos humanos, ditadura, golpe, governo, Nobel, política, professores, salários, sistema, sociopatas, Venezuela, voto
Um professor titular de universidade em tempo integral e com dedicação exclusiva ganha no Brasil um dos menores salários do mundo para esta função, enquanto um professor de escola pública mal consegue sobreviver. Democracia sem valorização do ensino é um exemplo da sociologia da ignorância. Mas o que fazer? Abrimos um jornal tridimensional, e se lê que tudo que vimos durante meses no julgamento do mensalão pode não ter valido nada, ou quase isso? Que os ladrões agem por cópia diante da superexposição de fatos e agora incineram suas vítimas? Que a comemoração da pacificação das favelas teve que esperar até que um tiroteio terminasse? E por que o ministro da Justiça toma sempre um partido na hora de qualquer explicação?
Quando alguém diz que os fatos serão apurados “doa a quem doer”, preparem as azeitonas. Não é só que os governos são trapalhões, é que se respira um clima de descontrole, de má administração pública e de distorções seletivas dos eventos. Quem vai explicar o escândalo do vazamento do boato sobre o Bolsa Família se ele foi gerado e instrumentalizado lá, bem dentro do poder, e ainda entre gestores públicos? O poder governamental tornou-se a principal fonte do mal feito no país. A Bolsa Família pode ter sido um arremedo importante contra a miséria. Mas não seria muito melhor se tivesse migrado como política pública para formatos mais sofisticados de seguridade social? Onde a meta seria emancipação das pessoas, e não a intensificação de um assistencialismo mutualista.
Caprichar mais em ensino, capacitação e treinamento? Proporcionar mais leitura, sofisticar as mídias públicas, democratizar o acesso ao conhecimento? Nem pensar. A não ser que seja para aparelhar as instituições com gente do partido. É que essa é a grande sacada dessas últimas administrações. Não há democracia possível com violência em ritmo de guerra civil como a que estamos enfrentando. Mas quem precisa de democracia para governar? O que te diria o senso comum? Que, se os assaltantes motociclistas estão usando os capacetes para se esconder dos crimes? Ora bolas, então que os capacetes tenham que ser identificados. A Colômbia já fez isso. A lei por aqui? No estado de SP são multados motociclistas que entram com a proteção de cabeça nos postos de gasolina. Nos bancos vigias armados garantem o patrimônio dos banqueiros. Milícias privadas vêm sendo a solução para a apatia do Estado em prover segurança pública. Postos, bancos e bunkers podem ser protegidos, mas e nós, a população? Merecemos o quê?
Para que a democracia não fracasse, precisamos intensificá-la, não fragilizá-la ainda mais. Enquanto não houver pressão social para que a democracia se radicalize, outras radicalizações ameaçarão a democracia. E o fim da democracia é fim de papo. )
Republicou isso em Paulo Rosenbaume comentado:
https://paulorosenbaum.com.br/2013/06/07/o-fim-da-democracia-este-artigo-so-esta-aqui-nao-tentem-acha-lo-na-minha-coluna-do-jb/
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